As 10 melhores descobertas biotecnológicas do ano passado – Parte I

Ainda estamos naquele período de fazer balanços do ano anterior para alinhar as expectativas do ano que inicia. Nós do profissão Biotec não poderíamos ficar fora dessa, e decidimos fazer uma retrospectiva das descobertas mais importantes da biotecnologia em 2016 .

Por isso se você perdeu alguma novidade, fica ligado nessa lista pra se atualizar.

Vamos a ela!

10. Novo mapa do cérebro

2016 um foi um grande ano para o campo da Neurociência, pois um estudo revelou que o cérebro tem 180 áreas diferentes.

Pesquisadores da Universidade de Washington, em Saint Louis, nos Estados Unidos, confirmaram a existência de 83 regiões cerebrais e descobriram outras 97. Algumas dessas novas áreas são totalmente desconhecidas e outras são subdivisões de porções maiores, como o córtex pré-frontal dorsolateral, que fica na parte anterior do cérebro, é na realidade, a reunião de uma dezena de pequenas partes.

De imediato, o novo mapa do cérebro deve ajudar neurocirurgiões, que poderão planejar as cirurgias com mais precisão, identificando as áreas cerebrais a serem operadas e evitando lesões em regiões que não deveriam ser afetadas pelos cortes.

A longo prazo, os dados podem ajudar neurocientistas a compreenderem problemas complexos e ainda misteriosos, como a esquizofrenia. (Fonte: Veja)

9. Primeira terapia genética bem sucedida contra o envelhecimento humano

A pesquisadora Elizabeth Parrish recebeu duas das terapias genéticas experimentais de sua própria empresa: uma para proteger contra a perda de massa muscular com a idade, outra para combater a diminuição das células-tronco, responsável por diversas doenças relacionadas à idade e enfermidades. A terapia gênica vinha sendo utilizada para alongar telômeros somente em cultura de células e em ratinhos, mas nunca antes num paciente humano.

Telômeros são segmentos curtos de DNA que cobrem as extremidades de cada cromossomo, atuando como “amortecedores” contra o desgaste. Eles encurtam a cada divisão celular, eventualmente ficando muito curto para proteger o cromossomo, ocasionando no mal funcionamento do corpo com a  idade. Em setembro de 2015, os dados dos telômeros extraídos dos glóbulos brancos de Parrish por um laboratório de testes clínicos especializados imediatamente antes da administração das terapias, revelaram que os telômeros da pesquisadora eram curtos para sua idade, deixando-a vulnerável às doenças associadas à idade mais cedo.

Em março de 2016, os mesmos testes foram refeitos  e revelaram que seus telômeros tinham aumentado em aproximadamente 20 anos, de 6,71kb para 7,33kb, o que implica que os glóbulos brancos de dela (leucócitos) tornaram-se biologicamente mais jovens. Estas descobertas foram verificadas de forma independente por duas organizações. (Fonte: Eurekalert)

Diferença entre telômeros entre jovens e idosos. Adaptado de: https://goo.gl/2G9GqJ

8. Anticorpo reduz placas prejudiciais de amilóide cerebral em pacientes com Alzheimer

O Aducanumab, um anticorpo desenvolvido pela Universidade de Zurique, demonstrou desencadear uma redução significativa de placas prejudiciais de beta-amilóide em pacientes com mal de Alzheimer em estágio inicial. Estes depósitos de proteína no cérebro são um sinal clássico da doença de Alzheimer e contribuem para a degeneração progressiva das células cerebrais.

Os investigadores demonstraram ainda, em estudo clínico em fase inicial, que, após um ano de tratamento com Aducanumab, o declínio cognitivo poderia ser significativamente retardado em pacientes tratados com o anticorpo em oposição ao grupo placebo.

Embora as causas do Alzheimer ainda serem desconhecidas, é claro que a doença começa com deposição amilóide progressiva nos cérebros das pessoas afetadas entre dez e quinze anos antes do surgimento de sintomas clínicos iniciais, como perda de memória.

Os investigadores têm  sido capazes de demonstrar que o Aducanumab, se liga seletivamente a placas cerebrais amilóides, permitindo assim que as células microgliais as removam. (Fonte: Science Daily)

Diferenças entre um cérebro normal e com Alzheimer. Fonte: Medicina Mitos e Verdades

7. Cientistas implementam com sucesso vasos sanguíneos 3D em macacos

Cientistas chineses do Centro de Pesquisa de Medicina Regenerativa do Hospital West China, na Universidade de Sichuan, anunciaram um verdadeiro marco relacionado as células-tronco: a implementação de vasos sanguíneos 3D. Segundo a equipe, os enxertos de células estaminais 3D implantados em macacos foram capazes de promover uma regeneração do tecido vascular. O sistema desenvolvido pelos chineses usa “biotinta de células estaminais preparadas a partir das células estaminais mesenquimais adiposas autólogas (ADSCs) dos macacos”.

Aclamado por muitos como uma das áreas mais emocionantes da biotecnologia e da medicina, a impressora bioprinting 3D poderá salvar inúmeras vidas em um futuro não tão distante. Isso porque, ao contrário das impressoras 3D de plástico e metal, o modelo bioprinting 3D pode ser usado para fabricar tecidos e órgãos humanos a partir de células-tronco, e estas partes do corpo impressas em 3D – uma vez aperfeiçoadas – poderiam ser transplantadas em corpos humanos para substituir fígados, e até mesmo corações.

De acordo com os especialistas, uma equipe de pesquisadores usou uma Bioprinter de Vaso de Sangue 3D Revotek-T para imprimir vasos sanguíneos biologicamente ativos a partir de uma “Biossínfera”, ou bio-filtro de células-tronco, que foi preparado a partir das células-tronco mesenquimais adiposas dos próprios macacos. Os vasos sanguíneos impressos em 3D foram então utilizados para substituir um segmento de 2 cm da aorta abdominal destes.

Com a quantidade de cardiopatas no mundo, os pesquisadores procuram adotar essa metodologia para desenvolver métodos de impressão 3D de vasos sanguíneos humanos que estão aptos para transplante. (Fonte: 3ders)

Se ficou curioso como é o processo de impressão segue o link:https://goo.gl/cb2hmZ

Vaso sanguíneo implantado em macaco. Fonte: 3ders

6. Pesquisadores encontram anticorpos que neutralizam o  Zika vírus em camundongos

Um paciente que retornou de viagem à China, após visitar a Venezuela, serviu para que cientistas conseguissem isolar dois anticorpos capazes de neutralizar o vírus da zika.

A partir do sangue do viajante que havia sido infectado pelo vírus, os pesquisadores isolaram 13 anticorpos e analisaram a reação em camundongos. Dois desses anticorpos, o Z3L1 e o Z23, apresentaram uma forte eficiência no combate contra a infecção, sem reação cruzada com os sorotipos do vírus da dengue, eliminando o risco de favorecerem casos fortalecidos dessa outra doença, como acontece com a dengue hemorrágica, por exemplo.

Mais uma amostra de como a Biotecnologia pode ajudar na luta contra a dengue

De acordo com a pesquisa, estudos estruturais desses anticorpos indicaram que eles poderiam ser utilizados em futuras terapias e vacinas, mostrando mais uma vez a importância do desenvolvimento de vacinas já citado neste artigo. (Fonte:G1)

Anticorpo Z23 ligado ao vírus da zika. Fonte: G1

Gostou? A continuação da lista vai ao ar na próxima quinta-feira. Não perca!

Sobre Nós

O Profissão Biotec é um coletivo de pessoas com um só propósito: apresentar o profissional de biotecnologia ao mundo. Somos formados por profissionais e estudantes voluntários atuantes nos diferentes ramos da biotecnologia em todos os cantos do Brasil e até mesmo espalhados pelo mundo.

Recentes

Assine nossa newsletter

Ao clicar no botão, você está aceitando receber nossas comunicações. 

X