Há alguns dias, a Caroline falou, aqui no blog do profissão Biotec, sobre os desafios de empreender em Biotecnologia. Um dos fatores apontados por dificultar o desenvolvimento do empreendedorismo na área foi a “falta de informação e de incentivo nos cursos universitários”, ou seja, não é fornecido o devido preparo para os futuros profissionais. A Fernanda Otesbelgue, biotecnologista fundadora da cervejaria Reculuta, afirmou, em entrevista concedida à nossa equipe, que “o interessante é já estar preparado para empreender, às vezes até mesmo sem saber exatamente no quê, mas já se interessar sobre esse assunto” e que é possível, sim, se planejar durante a graduação.
Felizmente, estabelecer esse contato com o empreendedorismo pode ser mais fácil do que você imagina! Continue a leitura e descubra como!
MAS O QUE É EMPREENDEDORISMO E POR QUE DEVO SER UM BIOTECNOLOGISTA EMPREENDEDOR?
Muitos pensam que, para empreender, é preciso ser dono de seu próprio negócio. Mas, acredite, ser empresário não significa, necessariamente, ser também empreendedor, enquanto nem todo empreendedor é, necessariamente, um empresário. O empreendedorismo relaciona-se a uma postura, a uma visão de mundo, enquanto o termo “empresário” faz referência a uma profissão. Como diz a Endeavor, ao consultarmos um dicionário, podemos encontrar a seguinte definição: “empreendedorismo é a disposição para identificar problemas e oportunidades e investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou movimento que seja capaz de alavancar mudanças e gerar um impacto positivo”.
Os empreendedores são pessoas inconformadas com a realidade e que agem para gerar resultados, promovendo transformação e desenvolvimento. Para isso, é preciso transpor obstáculos e desafios, estar disposto a buscar novos conhecimentos e sair da “zona de conforto”. Confira o material completo da Endeavor e aprenda mais sobre o tema!
IMAGEM 1 – Fonte: Bruno Pinheiro – Consultoria em Marketing Digital & Agile Marketing.
Se você, estudante de Biotecnologia, não se conforma com a realidade da área em nosso País, já deu um grande passo. Se acredita que é possível transformar esse cenário, desenvolver e impactar a ciência e a economia nacional, já sabe então porque devemos ser biotecnologistas empreendedores. Não sabe como se preparar ou por onde começar? Comece empreendendendo!
ENTÃO COMO POSSO EMPREENDER NA UNIVERSIDADE?
Alguns cursos de graduação em Biotecnologia (ou similares), no Brasil, possuem disciplinas relacionadas ao empreendedorismo que fornecem uma base teórica sobre o tema. Contudo, como disse a Fernanda na entrevista, é necessária uma formação complementar. De fato, para quem quer empreender de verdade, a capacitação é essencial. É através de experiências e do aprendizado prático que nos tornamos mais capacitados, aprendemos a identificar uma oportunidade, planejá-la e validá-la no mercado, e passamos a compreender e dominar técnicas de gestão e inovação.
Enquanto universitários, podemos, e devemos, buscar essas experiências, dentro ou fora das fronteiras acadêmicas. Existem diversos programas e competições de empreendedorismo e inovação, como o Grand Prix Senai de Inovação, o Prêmio Santander Universidades, o Programa Inovativa Brasil e o StartUp Weekend. Essas e outras oportunidades fornecem cursos, treinamentos, mentoria e incentivos para o desenvolvimento de novas ideias.
O destaque, agora, é para o empreendedorismo dentro das fronteiras acadêmicas, impactando diretamente estudantes e professores, além da sociedade em geral. Universitários de todo o mundo estão empreendendo através de Empresas Juniores!
IMAGEM 2 – Fonte: CADUCEU JR
EMPRESAS JUNIORES?! QUER DIZER QUE POSSO SER ESTUDANTE E EMPRESÁRIO?
Exatamente! Você pode ser um empresário júnior! “Empresa Júnior (EJ) é uma associação civil, sem fins lucrativos, constituída e gerida exclusivamente por alunos de graduação de estabelecimentos de ensino superior, que presta serviços e desenvolve projetos para empresas, entidades e sociedade em geral, nas suas áreas de atuação, sob a orientação de professores e profissionais especializados”. São objetivos de uma empresa júnior: “proporcionar aos estudantes a aplicação prática de conhecimentos teóricos; desenvolver o espírito crítico, analítico e empreendedor do aluno; intensificar o relacionamento empresa-universidade; e contribuir com a sociedade através de prestação de serviços, proporcionando ao micro, pequeno e médio empresário um trabalho de qualidade a preços acessíveis”, segundo indicado pela Dativa.
A Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores) é a instância que representa as empresas juniores brasileiras, impulsionando a vivência empresarial que elas proporcionam e legitimando-as à sociedade. No Brasil, há mais de 236 empresas juniores e mais de 11 mil empresários juniores que, juntos, formam e fortalecem o Movimento Empresa Júnior (MEJ). O propósito do MEJ é “formar, por meio da vivência empresarial, empreendedores comprometidos e capazes de transformar o Brasil”. Este ano, foi sancionada a Lei nº 13.267, que regulamenta a criação e a organização das Empresas Juniores. O Movimento tem contribuído de modo significante para a economia nacional e vem ganhando cada vez mais destaque (como nessa reportagem na Globo!!).
IMAGEM 3 – Fonte: Informativo Acadêmico
Existem mais de nove empresas juniores de Biotecnologia (ou curso similar, como Engenharia de Biotecnologia e/ou Bioprocessos), sem contar aquelas que estão em processo de fundação. A primeira a ser criada foi a Biotec Júnior – UNESP (Assis), existente há 8 anos, que atua na área ambiental, química e microbiológica. Os serviços fornecidos pelas EJs, atualmente, são bastante variados, compreendendo o desenvolvimento de produtos e processos, análises laboratoriais e consultorias em gestão de projetos, qualidade e biossegurança.
Seu curso ainda não possui uma EJ?! O que está esperando?! Conheça mais: AUG Biotec – UFC, Biotec Inova – UNIFAL, Eleva – UFBA (Salvador), Primer – UFBA (Vitória da Conquista)e a Maximize – Soluções em Biotecnologia – UFPB (Minha EJ! <3).
Falar sobre empreendedorismo é muito mais fácil do que empreender! Mas podemos, e devemos, agir para gerar desenvolvimento e transformação, superando desafios em busca de resultados. Não importa se faremos isso como empresários, professores ou cientistas. Independente do caminho seguido, ao adotar a Biotecnologia como carreira, aceitamos a missão de sermos profissionais diferenciados.
Ficou curioso?! Quer saber mais? Aguarde novidades sobre empresas juniores de Biotecnologia e empresas do ramo que já estão no mercado!
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