Ao chegar em casa, você sente uma vontade de comer carne, vai até a geladeira e retira um sachê  do congelador, coloca em uma máquina e, após 30 minutos, está pronto um delicioso peito de frango.

Essa cena parece estar muito distante, porém, para alguns cientistas, isso pode se tornar realidade em alguns anos. Desde 2013, a busca por produzir carne em laboratório tem aumentado, contudo alguns desafios vêm mostrando que esse processo ainda é caro e de baixo rendimento.

Esquema do processo de produção da carne de laboratório.

Primeira tentativa

O primeiro cientista a se aventurar nessa área foi o pesquisador Mark Post da Universidade de Maastricht na Holanda. Mark conseguiu produzir o primeiro hambúrguer do mundo com carne 100% de laboratório, feito a partir de células musculares de vaca.

O processo foi tão caro (cerca de 1 milhão de dólares) que muitas pessoas imaginaram ser impossível produzir de uma maneira viável uma carne saborosa – principalmente após o teste de sabor feito em rede nacional com especialistas, assista abaixo:

Mas o professor Mark apenas deu o pontapé nas pesquisas nessa área. A partir dele outras empresas e pesquisadores vêm tentando imitar a textura e o sabor da carne de outras maneiras.

Tentativas seguintes

Beyond Meat

Com objetivo de produzir alimentos com 100% de proteína de plantas, a empresa americana Beyond Meat, reconstrói uma carne que parece imitar tiras de peito de frango e carne moída a nível molecular. Seu processo de produção baseia-se em esquentar, esfriar e pressurizar as proteínas de plantas, como fibra de cenoura, proteína de ervilha e de farinha de soja.

Impossible Foods

A empresa Impossible Foods, que recentemente recebeu grande investimento de Bill Gates, produz hambúrguer de proteína vegetal.

Seu processo de produção se baseia na proteína de trigo e batata, as quais adiciona-se vitaminas, aminoácidos, açúcares e Heme (a mesma molécula que carrega oxigênio no sangue tornando-o vermelho). Para unir todas essas moléculas, adiciona-se ligantes como goma xantana e konjac (planta asiática).

O diferencial dessa empresa é a adição de gorduras, como óleo de coco, e pitadas de sementes de soja, produzindo um hambúrguer muito parecido com o verdadeiro.

Memphis Meat

Umas das empresas que mais causou comentários nas redes sociais foi a Memphis Meat após mostrar sua produção de carne de frango.

Seu processo é baseado em retirar amostras de células musculares de animais e cultiva-las em meio de cultura, com todos os componentes essenciais, para se multiplicarem em biorreatores. Porém, o preço ainda é elevado.

SuperMeat

O diferencial dessa empresa está em seu processo de produção, principalmente na sua maneira de olhar para o problema. Primeiro, a mudança no sistema de cultivo das células, porque os biorreatores existentes no mercado são caros e de baixo rendimento. O biorreator desenvolvido por eles segue a linha do biomimetismo ao buscar imitar a galinha e produzir um ambiente propício para o crescimento celular.

Com o desenvolvimentos da tecnologia de órgãos no chip,  os pesquisadores conseguiram desenvolver um biorreator que consome pouca água e poucos nutrientes, com alta produtividade. O foco da empresa não é centralizar a produção, mas sim que cada pessoa tenha uma máquina de cultivo em casa e produza somente quando desejar, comprando as células iniciais e terminando o processo em casa.

Acredita-se que, dessa maneira, o custo será reduzido e não haverá desperdício de carne pelo consumidor. Além disso, a carne não seria somente de músculo, mas de células mesenquimais, possibilitando carne com gordura, o que não existe nesse mercado.

Portanto, em 20 anos, poderemos ter as primeiras marcas de carnes feitas em laboratório chegando aos nossos carrinhos de compras.

E você gostaria de produzir carne em casa?

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