Enquanto técnicas de fertilização para casais do mesmo sexo ainda não são realidade, todo indivíduo tem como certeza na vida que foi concebido por um homem e uma mulher, que ele pode ou não conhecer. Infelizmente, nem todos possuem a oportunidade de conhecer seus progenitores. Nesses casos, a Ciência ajuda através dos testes de paternidade já bastante popularizados.

Fonte: Rock’n’Tech

Esses testes surgiram pela necessidade de se atestar judicialmente a paternidade em casos de herança, reconhecimento em cartório, e até mesmo para decisões de guarda da criança. Inicialmente, os testes criados serviam apenas para exclusão de paternidade, pois eram feitos utilizando apenas os grupos sanguíneos dos indivíduos.

Fonte: http://www.prof2000.pt/users/csilvana/sit_2.jpg

Entretanto, a sociedade sentiu a necessidade de ir além e demandar exames que pudessem confirmar a paternidade. A Biotecnologia possibilita isso atualmente através de análises de sequências polimórficas, como os STR (short tandem repeat), para determinar o parentesco. Os testes são bem simples: utilizam PCR e aparelhos de sequenciamento, como o MiniON, citado anteriormente no blog.

Ainda começa-se investigando a possibilidade de exclusão, identificadas 4 ou mais regiões diferentes do filho em relação ao suposto pai, a exclusão é decretada. Caso a exclusão não se confirme, inicia-se a investigação de possibilidade de inclusão, na qual os perfis genéticos dos indivíduos são analisados. O índice de paternidade cumulativo (IPC) é gerado pelos índices de paternidade de cada loci estudado, ele indica a probabilidade daquele homem ser de fato o pai. Para cada IP, calcula-se a probabilidade do suposto pai ter transmitido aquele alelo contra a probabilidade de ter sido de qualquer outro, considerando uma população em equilíbrio Hardy-Weinberg. A probabilidade de paternidade (PP) toma como base os perfis gênicos da criança, da mãe e do suposto pai para indicar o nível de confiabilidade do exame de DNA.

Testes em trio

Melhor tipo para confirmação de paternidade, pois envolve a análise de DNA da progênie, da mãe e do suposto pai. Identificando a procedência de um dos alelos, a investigação pode se focar em tentar cruzar apenas o outro com os alelos encontrados no teste do pai.

O padrão indica quais os tipos de alelos podem ser encontrados para aquela determinada sequência analisada. Fonte: Wikipedia

Suposto pai falecido

Pode-se traçar o perfil genético desse homem através de amostras de DNA dos seus parentes de primeiro grau.

Fonte: e-DNA

Caso o resultado seja inconclusivo, por falta de amostras fornecidas pelos familiares, ou por impossibilidade de firmar este perfil, pede-se a exumação do corpo para retirar amostras de ossos ou dentes.

Testes durante a gravidez

Nesses casos, utilizam-se amostras relacionadas ao feto, a obtenção delas requer autorização obstétrica, e sua escolha leva em conta o tempo de gravidez. O teste pré-natal não invasivo (NIPP) é considerado o “estado da arte” desse tipo de exame: requer apenas amostra sanguínea da mãe para utilizar o DNA do feto encontrado na circulação sanguínea da gestante. A amniocentese é um procedimento realizado pelo obstetra, no qual ele colhe uma amostra do útero utilizando ultrassom para guiar a perfuração do abdômen com uma agulha. Outro tipo é a amostra de vilosidades coriônicas, provenientes do óvulo fertilizado, obtidas também pelo obstetra munido de um ultrassom para guiar a perfuração do cérvix.

No Brasil, não existem órgãos regulamentadores de testes de paternidade, portanto não existe um perfil estabelecido para ele. Poucas são as exigências, como: permissão da mãe para o filho realizar o exame caso ele seja menor de 21 anos. Quanto à confirmação de paternidade em tribunal, em geral, utiliza-se os padrões americanos, que exigem 99,9% de probabilidade de paternidade para a confirmação legal. Atualmente os testes obtêm um nível de confiabilidade superior a 99,9999%. É possível realizar o exame gratuitamente e, durante o mês de Agosto, acontecem fortes campanhas para reconhecimento paterno em diversas cidades brasileiras.

Perfil_Vanessa

Fontes:

Paternity Testing

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_paternidade

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