A biotecnologia possui importância estratégica no desenvolvimento nacional por sua capacidade de promover avanços no conhecimento, inovação, geração de empregos e desenvolvimento sustentável. Pensando nisso, foi instituída, em 2007, a Política de Desenvolvimento da Biotecnologia via Decreto nº 6.041, com objetivo de estabelecer um ambiente adequado para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores e levar o Brasil a alcançar competitividade no mercado mundial de biotecnologia. No entanto, 9 anos depois, o desenvolvimento da bioindústria continua a passos lentos.
Para os empreendedores, os desafios enfrentados são grandes, pois a gestão de uma tecnologia emergente exige um conjunto de competências, estrutura e estratégias específicas. Devido a este caráter inovador do setor biotecnológico, diversos desafios ao seu desenvolvimento são impostos: há um cenário de incertezas, alta pressão exercida para geração de resultados em face da escassez de recursos e alto custo de desenvolvimento tecnológico. Isso demonstra que empreender não é tarefa simples.
A fim de reduzir as dificuldades, os empreendedores estão buscando cada vez mais aceleradoras de startups, que são empresas que auxiliam no desenvolvimento inicial de empresas através de cursos, mentoria, etc. Outra alternativa é estabelecer parcerias com universidades através de incubadoras empresariais, que têm como objetivo abrigar empresas inovadoras e fornecer um ambiente propício ao desenvolvimento da empresa, oferecendo, muitas vezes, assessorias empresarial, de contabilidade, financeira e jurídica.
Há diversas incubadoras tecnológicas no país, algumas delas voltadas para a área de ciências da vida, como Habitat (Belo Horizonte – MG), Bioinova (Natal – RN) e IECBiot (Porto Alegre – RS). Um estudo realizado em 2011 mostrou que cerca de 50% das empresas de biotecnologia brasileiras estão incubadas ou já foram, indicando a importância da interação universidade-empresa na geração de novos empreendimentos.
Incubadora Habitat, considerada a melhor Incubadora do Brasil pelo Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador promovido pela Associação Nacional de Incubadoras e Parques Tecnológicos, a ANPROTEC e o Sebrae Nacional Fonte: Lab Network
Outro fator importante que pode estar relacionado à dificuldade de empreender na área é a falta de informação e de incentivo ao empreendedorismo existente dentro de cursos universitários nas áreas biológica, biomédica e de serviços de saúde, conforme estudo realizado por Lione e colegas (2014). Existe uma necessidade urgente, portanto, de mudar este cenário, pois os profissionais dessas áreas podem contribuir com o crescimento da biotecnologia e, consequentemente, com o desenvolvimento do país.
Felizmente, a cultura do empreendedorismo está ganhando cada dia mais espaço: é muito comum ver palavras como inovação, empreendedorismo e startup na mídia, além de existir várias opções de cursos e eventos que abordam essas questões.
Você se interessa pela área? Visite páginas especializadas, como a Endeavor, que é a maior organização de apoio a empreendedorismo e empreendedores de alto impacto, e a Biominas Brasil, que é uma empresa nacional especializada em assessorar negócios na área de ciência da vida.
Gostei da matéria :), sou estudante de biotecnologia e tenho muito interesse pela área de empreendedorismo, além de ter idéias para criar minha própria empresa algum dia.
Ficamos feliz que tenha gostado! O empreendedorismo é um dos ótimos caminhos para o biotecnologista. Estamos preparando mais materiais sobre o assunto, mas já assistiu os vídeos no nosso canal do YouTube, temos duas entrevistas com profissionais que empreenderam em Biotecnologia: https://www.youtube.com/watch?v=HFgUAIy6M18 e https://www.youtube.com/watch?v=uCe7Whr1ooU
Se quiser dar uma conferida! Abraço!