Será que todo bioplástico é amigo da natureza?

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“Acabar com a Poluição Plástica” foi o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano. Não podemos negar que o plástico é um material bastante útil na nossa sociedade. Observe: você está lendo este texto em um dispositivo que certamente tem componentes plásticos. A origem do termo, grega, significa que trata-se de um material moldável, mas o plástico possui uma gama de propriedades que o capacitam a vários usos, substituindo, inclusive, outros materiais.

No entanto, devemos estar conscientes de que o plástico convencional, obtido de derivados de petróleo, recurso não renovável, é uma “pedra no sapato” do meio ambiente. Nem todos os tipos são recicláveis e mesmo os que são, têm uma participação finita nesse ciclo, acumulando-se na natureza e causando estragos irreparáveis.

 

Quais as alternativas, então? Siga o texto para conhecer algumas delas.

Bioplásticos têm sido produzidos cada vez mais. Esse redirecionamento na obtenção de plásticos deve-se à necessidade de substituir materiais derivados de petróleo, que impactam o ambiente e têm grande variação de preços.

O termo “bioplástico” é bastante genérico e pode apresentar diferentes classificações: eles podem ser bio-based e/ou biodegradáveis.

 

Bio-based

São chamados de bio-based (de origem biológica) materiais que sejam total ou parcialmente derivados de biomassa (plantas, animais e micro-organismos) e são considerados renováveis. Neste caso, o foco é a origem do material e não o produto final ou sua destinação ao término de sua vida útil. Sua capacidade de degradação não depende da matéria-prima, mas da estrutura e propriedades físicas.

A biomassa usada como matéria-prima para os plásticos bio-based pode ser obtida, por exemplo, de óleos vegetais, milho e cana-de-açúcar. Os polímeros naturais de interesse são celulose, amido, lignina, látex, etc., alguns deles inclusive sintetizados por micro-organismos. Plantas transgênicas e micro-organismos geneticamente modificados podem contribuir para melhorar a oferta e a qualidade de recursos para materiais bio-based.

 

Biodegradável

São consideráveis biodegradáveis os materiais que são degradados por um processo bioquímico (biodegradação), sob ação de micro-organismos disponíveis, e convertidos em compostos naturais, como água e gás carbônico, sem o uso de aditivos artificiais. Esse processo tem influência das condições ambientais, como temperatura e umidade, e deve ser completado em até 180 dias para que o material seja considerado compostável (no Brasil, de acordo com as norma técnicas NBR ABNT 15.448-1 e 2).

Como não há necessidade de reciclar materiais biodegradáveis, eles podem ser incorporados diretamente no ambiente e ajudar na fertilidade do solo, diminuindo o acúmulo de plásticos ou o custo com os resíduos gerados.

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Diferença entre biodegradável e bio-based. Fonte: Adaptada de NaturBag.

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Esclarecidos estes conceitos, os bioplásticos podem ser divididos em três grandes grupos, caracterizados a seguir.

1. Plásticos bio-based não biodegradáveis


Alguns exemplos que se encaixam nesta categoria são as poliamidas (PA), os poliésteres e poliuretanos, usados em fibras têxteis, espumas e na indústria automotiva, entre outros.

No Brasil, a empresa Braskem produz o polietileno verde I’m greenTM, considerado 100% reciclável. Esse produto usa como matéria-prima o etanol da cana-de-açúcar, em substituição ao polietileno de origem fóssil, e sua produção reduz a emissão de gases relacionados ao efeito estufa.

A Coca-Cola lançou a Plant Bottle TechnologyTM, com a qual produz garrafas PET (polietileno tereftalato, um tipo de poliéster) com 30% da composição oriunda da cana-de-açúcar. Essa tecnologia também tem sido aplicada na produção de outras embalagens e revestimentos internos de carros.

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Vasos da startup Botanika®, fabricados com Plástico Verde I’m GreenTM, da Braskem (plástico verde da cana-de-açúcar, polietileno certificado de fonte 100% renovável e reciclável). Fonte: Botanika ®.

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2. Plásticos bio-based biodegradáveis


Este grupo inclui polímeros biodegradáveis produzidos a partir de amido, polibutileno de succinato (PBS), ácido polilático (PLA) ou polihidroxialcanoato (PHA).

Plásticos produzidos a partir do amido, um polissacarídeo vegetal, são usados em embalagens de alimentos, produtos veterinários, cápsulas farmacêuticas, entre outros. Esse material pode, inclusive, ser um componente de sepulturas biodegradáveis!

O PLA pode ser produzido por bactérias, a partir da fermentação de vegetais. Ele está presente na fabricação de produtos de higiene, utensílios médicos, fibras têxteis, talheres, filamentos de impressão 3D, sacolas, diversos tipos de embalagens e muitas outras aplicações.

O PHA também é produzido por bactérias como reserva de carbono, a partir de resíduos orgânicos. Por serem bastante flexíveis e atóxicos, são usados em produtos de longa duração, como embalagens de cosméticos, implantes médicos, componentes eletrônicos, pratos e talheres, entre outros.

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Grânulos de PHA no interior de bactérias. Fonte: CCB/Universiti Sains Malaysia.

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O PHB (polihidroxibutirato) é outro material que pode ser sintetizado por bactérias, a partir de fontes de carbono como a cana-de-açúcar. Por ser um material biocompatível e absorvível pelo organismo humano, é usado em implantes cirúrgicos, fios de sutura e próteses. Por outro lado, também é aplicado na fabricação de embalagens agrícolas, vasos e sacolas.

Uma empresa brasileira que produz plásticos bio-based biodegradáveis, chamados BIOPLAST, é a Biomater.

 

3. Plásticos biodegradáveis de origem fóssil


Embora um dos objetivos das pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de plásticos seja reduzir o uso de fontes não renováveis, há um grupo desse material que tem origem fóssil e que pode ser combinado com amido ou outros bioplásticos, minimizando, assim, o acúmulo desse tipo de resíduo no ambiente, pois ao menos parte do produto final é biodegradável.

Um exemplo é o PBAT (poli (butilenoadipato co-tereftalato)), vendido comercialmente sob o nome ecoflex®, pela BASF. Quando combinado com PLA, torna-se o ecovio®, ou seja, parcialmente bio-based, usado em diversos tipos de embalagens e filmes plásticos.

 

Prós e contras

Como já mencionado, o uso de recursos renováveis pode resultar em uma menor emissão de carbono. Além disso, o uso de plásticos alternativos substitui aqueles que são nocivos, reduz o acúmulo de resíduos não biodegradáveis e diminui nossa dependência de matéria-prima fóssil. No entanto, a produção de bioplásticos ainda é mais onerosa que a de plásticos convencionais, sendo uma barreira para o crescimento de seu uso comercial.

Outro ponto a se observar é que mesmo quando biodegradáveis, os bioplásticos não devem ser descartados em qualquer lugar, sob o risco de causarem os mesmos danos dos plásticos comuns. Para que a biodegradação ocorra, são necessárias condições adequadas, portanto, os resíduos devem ser encaminhados para unidades de compostagem.

A indústria do bioplástico ainda está em desenvolvimento e diversos aspectos precisam ser avaliados para que os produtos se tornem comercialmente viáveis. Em todo o caso, de nada adianta tanta variedade tecnológica se não mudarmos nossa postura em relação ao consumo e à destinação adequada dos resíduos que geramos.

E você, usa algum plástico “ecologicamente amigável” no seu cotidiano? Que tal começar a observar e, quando possível, escolher a melhor alternativa? Conta pra gente!

 

 

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Referências

 

ARGENBIO. Plásticos biodegradables o bioplásticos. Disponível em: <http://www.porquebiotecnologia.com.ar/index.php?action=cuaderno&opt=5&tipo=1¬e=48>. Acesso em: 07 jun. 2018.
ASHTER, Syed Ali. Introduction to Bioplastics Engineering. Merrimack, Nh, USA: Elsevier Inc., 2016. 286 p.
eCYCLE. Bioplástico feito a partir de lixo é a solução? Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/6432-bioplasticos-pha-polihidroxialcanoato>. Acesso em: 31 maio 2018.
eCYCLE. PLA: o plástico biodegradável e compostável. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/37/738-pla-o-plastico-compostavel.html>. Acesso em: 31 maio 2018.
European Bioplastics. What are bioplastics? Disponível em: <https://www.european-bioplastics.org/bioplastics/>. Acesso em: 31 maio 2018.
MARINHO, Ana Flávia. Etanol como matéria-prima para produção de bioplástico. Disponível em: <http://www.canalbioenergia.com.br/etanol-como-materia-prima-para-producao-de-bioplastico/>. Acesso em: 31 maio 2018.
National Research Counsil. Biobased Industrial Products: Priorities for Research and Commercialization. Washington, D.c: The National Academies Press, 2000. 162 p.

 

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Revisado por Elaine Latochesky e Mariana Pereira

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