Você já conhece o iGEM, a competição global de Biologia Sintética? Esta competição reúne equipes de mais de trezentas universidades do mundo todo propondo soluções para os grandes desafios da humanidade: doenças, fome, escassez de recursos e danos ambientais.Jovens pesquisadores de dezenas de países compartilhando ideias livremente, colaborando e, ao engenheirar DNA, criando um mundo mais verde, saudável e próspero.
O Brasil participa deste grande evento desde 2009 e vem apresentando projetos de destaque nos últimos anos. Para comemorar os dez anos de participação verde e amarela na competição nós convidamos as equipes de norte a sul (literalmente!) que estão se preparando para participar da próxima edição do iGEM para compartilhar a sua história nessa coletânea de artigos.
Conheça conosco alguns jovens sonhadores que estão aplicando as poderosas ferramentas da Biotecnologia e representando a nossa ciência lá fora!
FICHA TÉCNICA: Team USP Brazil 2019
LINKS IMPORTANTES:
Facebook: https://www.facebook.com/equipeigemusp/
Instagram: https://www.instagram.com/igemuspbr2019/
Vaquinha online.
QUEM SÃO OS PARTICIPANTES?
Giulia Maria Ramella- Ciências Biológicas USP
Alice Kei Endo – Ciências Biológicas USP
Danilo Pereira da Silva – Engenharia Química Unifesp
Lucas Yudi Nishida – Ciências Biomédicas USP
Dora Takiya Bonadio – Ciências Biológicas USP
Marco Antonio de Lima Noronha – Pós Graduação em Microbiologia
Henrique Retti de Andrade- Ciências Biológicas USP
Andressa Flores Salvatierra – Ciências Biológicas USP
Rafael Zuccarelli – Pós Graduação em Biologia
Leonardo Orlando Pagotti Longo – Graduação em Ciências Moleculares USP
Pedro Henrique Costa Bonamin- Ciências Biológicas USP
Filipe de Lima Pizzico- Graduação em Farmácia USP
Jung Hun Park- Pós Graduação em Biotecnologia
Robledo Aires Ferreira- Ciências Biológicas USP
Franz Wagner Laurett Veras- Pós Graduação em Biotecnologia
QUAL O PROJETO?
Nosso objetivo é construir um sistema open source e de baixo custo, usando a plataforma arduino e uma bactéria geneticamente modificada com um sensor de luz de led que quando estimulado ativa algum gene, que seria reportado por uma proteína fluorescente. O sistema teria dois estados e pode mudar entre esses estados indefinidamente, usando o mesmo input, de maneira semelhante a um computador. Nossa ideia se resume a integrar sistemas biológicos e eletrônicos.
Qual o impacto social e econômico do projeto?
Nosso projeto pode ter diversas aplicações por se tratar de um circuito genético, que cumpre a função de alternar dois estados de expressão gênica. Esse circuito é ativado por luz azul, e cada sinal dessa luz faz com que uma rota diferente seja ativada. Assim, ele pode ser aplicado especialmente em bioprodução, quando houver a necessidade se produzir um composto em duas fases diferentes. Dentro da bioproducao existem diversas áreas como biocombustíveis (otimizar a produção de etanol); bioprodutos (como produção de insulina sintética) e biomateriais.
Quanto ao impacto social, tirando o impacto gerado pelo nosso projeto em si, uma vez aplicado, faz parte dos objetivos do iGEM fazer com que os times desenvolvam atividades de impacto social. No nosso caso, estamos organizando formação de professores e atividades com alunos de ONGs e escolas públicas visando a biotecnologia e seus desdobramentos.
Como surgiu a equipe?
A USP tem formado times todos os anos para a competição desde 2012. Junto com isso, foi criado o Clube de Biologia Sintética, grupo que se reúne semanalmente para discutir sobre o tema e ciências de modo geral. A equipe iGEM-USP deste ano foi formada por membros de times anteriores, alunos de graduação que se interessaram pela competição e frequentadores das discussões do Clube de Biologia Sintética.
Por que é importante participar do iGEM?
Para nós a importância de participar da competição está no fato de que ela permite que os alunos tenham contato com outras áreas de atuação como a administração, a engenharia e o design gráfico, dando também oportunidade para que os integrantes desenvolvam suas habilidades criativas e de trabalho em equipe para resolver problemas interdisciplinares, além de proporcionar um ambiente fértil em ideias para aplicar na prática os conceitos vistos em aula.
Além disso assim como nós, o IGEM acredita no papel social transformador que a ciência pode exercer, e por isso a competição também conta com o quesito de human practices, que estimula os alunos a desenvolverem projetos inovadores capazes de afetar positivamente o contexto sociocultural e ambiental em que vivemos, se preocupando em não ficar em um espaço limitado à universidade.
Quais os maiores desafios para vocês?
No momento estamos tendo bastante dificuldade de obter financiamento, até mesmo de entidades de dentro da nossa Universidade. Além disso, também enfrentamos o obstáculo de buscar formas acessíveis de explicar nosso projeto e como transmitir as informações essenciais dele para o público leigo, sem perder o rigor científico e mostrar, ao mesmo tempo, sua importância e possíveis aplicações.
Link da Vaquinha online.
O que vcs esperam participando do iGEM?
A biologia sintética é uma área muito nova e carrega grande potencial de crescimento científico e econômico, o que foi recentemente evidenciado pela matéria da The Economist (Link). Entretanto, mesmo com ótimas perspectivas, trata-se de um ainda campo pouco explorado no mundo e ainda menos ainda no Brasil. Nesse contexto, o iGEM se mostra como a melhor oportunidade, entre poucas, de termos contato com essa promissora área de maneira profunda, sendo os protagonistas de todas as etapas do projeto, do brainstorm inicial ao planejamento e execução. Além de todo o aprendizado acadêmico sobre biologia sintética esperamos aprender, e já estamos aprendendo, como são feitas etapas não científicas no desenvolvimento de um projeto, como a organização da equipe e a elaboração de um bom storytelling ao apresentá-lo ao público. Por último, e talvez um dos maiores ganhos em participar, é o networking. Por ser uma área nova, é uma tarefa difícil encontrar pessoas interesse na área para trocar experiências. A competição nos dá a única oportunidade ter esse tipo de contato, que não muitas vezes grande parcerias no futuro, seja na elaboração de um futuro projeto científico
Quer conhecer as demais equipes do iGEM2019? Acesse:
iGEM UFMG, Bioprimers Team UTFPR, iGEM UFSCar, iGEM UFRGS – Glyfoat , Osiris Rio UFRJ, iGEM Amazonas.
Texto elaborado pela Equipe USP Brazil 2019 e revisado por Guilherme Kundlatsch,Coordenador dos Embaixadores After-iGEM no Brasil.