BIOSSENSORES: O QUE SÃO? QUAL SUA APLICAÇÃO? TÊM IMPORTÂNCIA NA SAÚDE?

Desenvolvidos com base em elementos orgânicos, os biossensores são pequenos dispositivos, implantáveis ou não, que utilizam reações biológicas para a detecção de um determinado alvo,  facilitando a interface doença x identificação, sem perder qualidade de diagnóstico (como sensibilidade e especificidade). São equipamentos de estrutura básica, compostos por um elemento de reconhecimento, um transdutor e uma unidade processadora, e a sua aplicação vai depender do fenômeno ou propriedade que se deseja avaliar e o tipo de amostra empregada.

Capazes de identificar substâncias em tempo real, os biossensores são altamente sensíveis, seletivos e simples (dispensando o uso de tecnologias mais complexas e custosas), além de conferir diversas vantagens, como por exemplo, facilidade e rapidez em diagnósticos, portabilidade, fácil manuseio, acessibilidade e prontidão para uso, ou seja, não requerem nenhum tipo de instalação ou configuração prévia. Análises e diagnósticos clínicos são o maior alvo de investigação e produção de biossensores e, no que se diz respeito à saúde, as possibilidades para a sua aplicação são inúmeras: monitoramento de condições crônicas, rastreamento de fármacos e suas ações, otimização de bioprocessos, dosagem de níveis de oxigênio ou álcool no sangue, análises genéticas e muitas outras.

Atualmente, o progresso no campo da biologia molecular, juntamente com a criação de diversos tipos de sensores para análise celular, vem aumentando as possibilidades de uso dos biossensores. Isso tem chamado a atenção de pesquisadores quanto ao desenvolvimento e ao emprego desses equipamentos para a detecção de doenças infecciosas (Dengue e Zika, por exemplo), doenças como hanseníase, mutações genéticas e para o diagnóstico e prevenção do câncer (uma doença complexa e multifatorial). Outro acontecimento que tem chamado muito a atenção é o uso da nanotecnologia na fabricação desses dispositivos.

Mas isso tem futuro?

O campo dos biossensores está em crescente expansão, principalmente devido à sua versatilidade, sua associação com baixo custo e seu fácil descarte (seguindo normas ambientais), o que torna sua aplicação cada dia mais viável. Dados mostram que até 2022 o mercado dos biossensores pode movimentar cerca de US$ 27 bilhões, sendo que a aplicação médica representa 66% de todo esse mercado. Além do mais, o seu desenvolvimento é uma ideia simples que pode fornecer um enorme avanço para a ciência e tecnologia, sendo vistos como uma nova alternativa para análises.

Apesar de todos esses atributos, é um campo de pesquisa relativamente novo, ainda enfrentando um pouco de receio por parte da população que, algumas vezes, é bem resistente quando o assunto é tecnologia e saúde.

Como o principal objetivo dos biossensores é melhorar a triagem dos pacientes, agilizar seu atendimento, facilitar terapias e reduzir os riscos de medicação, é muito importante que, junto ao progresso biotecnológico contido nesses aparelhos, seja trabalhado o consumo e o entendimento das pessoas, para que o intuito seja alcançado de forma efetiva. Para tanto, a confecção desses produtos vem sendo feita para que fiquem cada vez menores, mais simples e claros (ajudando quebrar alguns preconceitos); assim, o seu uso vai se tornar intuitivo e aberto para qualquer tipo de pessoa, independente do seu grau de conhecimento, como é o caso do aparelho medidor de glicemia, que é um dos maiores exemplos de aplicação de um biossensor na saúde:

“Um dispositivo simples, barato, que o próprio governo oferece para portadores de diabetes de forma gratuita, onde sua facilidade de manuseio é tão grande que não existe resistência quanto ao seu uso, aplicação e segurança de medição”

Esses pequeninos são tão interessantes e versáteis que estão sendo confeccionados biossensores com o intuito de descobrir medicamentos! Você sabia?? E você sabia também que um Biossensor para detectar câncer de pâncreas precocemente pode chegar às farmácias??? SIM! Um projeto proposto por pesquisadores da USP de São Carlos, que inclusive foi ganhador do prêmio CAPES de teses 2018, desenvolveu o dispositivo (que já vem sendo utilizado, por enquanto em apenas um hospital), que em 2 ou 3 anos com alguns investimentos pode ficar disponível, da mesma forma que o medidor de glicemia! MARAVILHOSO! NÃO É MESMO?

Diante disto, podemos ver os biossensores como um tipo de tecnologia promissora e importante, sendo de grande necessidade a  orientação sobre seus benefícios, aplicações e atualização sobre o que há de novo, já que é cada vez mais presente e acessível no nosso dia a dia!

Referências

Biossensores na medicina. Revista FAPESP, 258 ed., São Paulo, 2017.
CALIL, S. S.; SILVA, P. R. Q. Biossensores: estrutura, funcionamento e aplicabilidade. Artigo. Universidade Católica de Goiás, Universidade de Brasília.
TELES, F. S. R. R. Desenvolvimento de um biossensor para detecção e identificação do vírus da dengue em fluídos biológicos. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas)- Centro de Ciências Biológicas-Universidade Federal de Pernambuco.
Revisado por Luana Lobo e Thais Semprebom

Sobre Nós

O Profissão Biotec é um coletivo de pessoas com um só propósito: apresentar o profissional de biotecnologia ao mundo. Somos formados por profissionais e estudantes voluntários atuantes nos diferentes ramos da biotecnologia em todos os cantos do Brasil e até mesmo espalhados pelo mundo.

Recentes

Assine nossa newsletter

Ao clicar no botão, você está aceitando receber nossas comunicações. 

X