Nanorobôs na medicina. Fonte: Murdoque

Nanotecnologia é a  área da ciência responsável por desenvolver tecnologias em escala nanométrica. Objetos do tamanho de 1 nanômetro não podem ser enxergados a olho nu e correspondem a  um bilionésimo de um metro (0,000000001m = 109m), fazendo juz a origem do prefixo “Nano”, que em grego significa “anão”.

A nanotecnologia está presente no nosso cotidiano há anos, e você – com absoluta certeza – já se deparou ou consumiu um produto com itens nanométricos. Podemos encontrar esses objetos em eletrodomésticos, supercomputadores, filtro solar, band-ais, bolas de tênis, alimentos, tinturas de carros e preservativos.

Além dessas aplicações, um ramo de estudo que vem ganhando bastante notoriedade é a chamada nanomedicina, a aplicação de toda essa ciência para o diagnóstico e tratamento de doenças. As pesquisas nessa área envolvem principalmente a utilização de nanoestruturas, nanosensores, sistemas de liberação direcionada de drogas e nanorobôs.

Apesar de soar (incrivelmente) sci-fi, os avanços nas pesquisas com nanorobôs principalmente na nanomedicina estão ocorrendo em uma velocidade incrível e por isso viemos te mostras 5 nanorobôs  – quase saídos do livro “Viagem Fantástica” de Isaac Asimov – que podem ajudar a salvar a sua vida:     

download-3-571x276                Imagem do remake do filme “Viagem Fantástica”. Fonte: Cinemáticos                                   
  • Nanorobô de DNA contra o câncer

Desenvolvido por pesquisadores da Harvard University, o nanorobô de DNA foi baseado na estrutura de um vírus e possui uma espécie de “gaiola”, onde podem ser armazenados medicamentos para a quimioterapia, por exemplo. Melhor do que simplesmente abrigar esse medicamento, o nanorobô o “entrega” especificamente para as células doentes. Isso ocorre através do reconhecimento de sinais moleculares emitidos por essas células, que fazem com que o dispositivo passe do estado neutro fechado para o estado aberto, como mostra a figura abaixo.

Estrutura do nanorobô de DNA. Adaptado. Fonte: Brandon Tomlin
  • Nanorobô de DNA contra distúrbios neurológicos

Pesquisadores da  Bar-Ilan University e IDC Herzliya (Centro Interdisciplinar de Israel) desenvolveram um nanorobô de DNA capaz de auxiliar no tratamento de doenças como esquizofrenia, epilepsia e depressão. A ideia é similiar à do anterior, mas ao invés de sinais moleculares propriamente ditos, a liberação da droga nesse caso é realizada a partir de alterações das atividades cerebrais monitoradas por um software de computador. O dispositivo já foi testado em baratas, com resultados promissores.   

  • Nanomédico da Google

A Google divulgou em 2014, até agora sem atualizações, que, dentro da sua divisão Google X, está investindo num projeto para desenvolver um nanorobô capaz de identificar patologias de forma precoce no organismo das pessoas. Para isso, o paciente precisa tomar uma pílula com milhares desses dispositivos com certa frequência. Após a varredura, esses nanoagentes enviam mensagens para uma pulseira, dando o diagnóstico ao paciente.

  • Nanorobôs formados por bactérias

Neste semestre foi publicado na Nature Nanotechnology um estudo de pesquisadores canadenses  das instituições Polytechnique Montréal, Université de Montréal e McGill University que desenvolveram nanorobôs constituídos por milhões de bactérias flageladas, capazes de autopropulsão, carregando uma determinada droga utilizada para atacar as células cancerígenas. A liberação da droga é realizada mediante detecção das zonas de hipóxia, áreas pobres em oxigênio, criadas pelo consumo excessivo deste pelas células tumorais.

  • Desentupidor de artérias

Cientistas da Chonnam National University, na Coréia do Sul, desenvolveram um robô microscópico que vai deixar de lado a técnica do cateterismo. O microrobô é capaz de navegar pelas veias e artérias humanas e desentupí-las.

A movimentação é feita  através das veias e artérias com a ajuda de seis pernas acionadas por músculos do coração crescidos artificialmente. Esse mecanismo elimina a necessidade de baterias e de qualquer forma de alimentação externa, já que as células musculares alimentam-se naturalmente dos açúcares disponíveis no sangue.

O CapCel é uma criação japonesa da Ritsumeikan University capaz de ser inserido e guiado remotamente pelo interior do corpo humano para fazer tratamentos médicos, cirurgias e fotografias. A sua movimentação é realizada a partir de campos magnéticos aplicados externamente, permitindo movimentos precisos. O robô mede 2 centímetros de comprimento e 1 centímetro de diâmetro.

  • Esse não vai salvar a sua vida, mas pode te dar um bebê: Spermbot!

Pesquisadores alemães do Instituto de Nanociência Integrada de Dresden (Institute for Integrative Nanosciences – IIN) desenvolveram uma prótese em forma de hélice que pode aumentar a motilidade dos espermatozóides, solucionando a principal causa da infertilidade masculina.  A prótese é basicamente um micromotor que se encaixa na cauda de um espermatozoide e através da movimentação por um campo magnético rotativo pode acelerar os espermatozoides em direção ao óvulo. O único problema é que ainda não se sabe como monitorar o caminho que o espermatozoide está tomando no corpo da mulher, mas os desenvolvedores do estudo estão animados com os avanços alcançados até agora.

Prótese seria capaz de aumentar a motilidade dos espermatozóides. Fonte: Nanoletters.

E aí, preparado pra ser invadido pelos robôs? Não deixe de acompanhar o nosso blog para ver mais atualizações na área e também não deixe de compartilhar essas curiosidades com os seus colegas, professores, família e amigos.

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