Fonte: FINEP

Muito parecido com os custos para sequenciar o genoma humano, os custo para fundar uma startup em Biotecnologia estão caindo. Se as tendências atuais continuarem, em breve as empresas de Biotecnologia poderão ser iniciadas em garagens. Não muito diferente do gigante da tecnologia como a Apple, no seus  primórdios.

A mesma tendência de tornar popular e alfabetizar a comunidade em software ao longo da última década aconteceu em hardware, nos últimos 5 anos e está acontecendo agora com a Biotecnologia.

A percepção popular que a ciência é feita somente em milhões de dólares nas universidades, pelos programas governamentais e/ou laboratórios corporativos, está deixando de existir, impulsionada por movimentos globais e colaborativos de hardware e software livres aplicados à Biotecnologia.

Apresentamos uma série de tendências que podem te ajudar na hora de fundar uma startup em Biotecnologia.

Fonte: Ser Mais Online

 

  1. Laboratórios compartilhados

Como  funciona? O modelo se baseia no compartilhamento de espaços, reagentes e equipamentos. Uma taxa mensal é cobrada de cada associado para manter o laboratório funcionando. Reunindo pessoas que trabalham não necessariamente na mesma área de atuação, podendo inclusive reunir, entre seus usuários, profissionais liberais e usuários independentes.

Com muita criatividade e ideias revolucionárias, o pessoal do https://counterculturelabs.org/ vem desmistificando e democratizando a biotecnologia. Colocando ferramentas de pesquisa e desenvolvimento (P&D)  ao alcance daqueles que simplesmente querem aprender como o mundo a sua  volta funciona. E não estão sozinhos, as equipes http://biocurious.orghttp://hackteria.org/http://qb3.org/ compartilham da mesma filosofia. Eles  acreditam que, ao juntar ciência e empreendedorismo, estão criando uma forma  de transformação cultural e social positiva.

Um exemplo, Real Vegan Cheese”.

O  objetivo destes caras é fazer queijo sem usar as vacas, maluco né! Ou não.

Fonte: Mega Curioso

Mas de qual maneira?  Por técnicas de biologia sintética, eles desenvolveram uma levedura capaz de produzir algumas proteínas do leite, como a caseína. Essas proteínas são misturadas com água, açúcar e óleo. Para fazer um tipo de leite vegano para a produção do queijo.

Esses caras arrecadaram $ 37,369 mil dólares para construção do seu protótipo inicial em uma campanha online de arrecadação. A ideia e desenvolvimento deste produto só foi possível pela colaboração de seus engenheiros em um espaço multidisciplinar.

Para quem quiser saber mais sobre o projeto Real Vegan Cheese segue o link:  https://www.youtube.com/watch?v=eh6I7IXiEVM .

2) Software livre em biotecnologia

No campo da Tecnologia da Informação (TI), o que permitiu a construção de empresas novas foi o acesso gratuito ou de baixo custo a ferramentas e serviços da área. Um exemplo por excelência é o https://aws.amazon.com/pt/, que permitiu aos programadores hospedar seus trabalhos em nuvem, cortando gastos na fase inicial de novas empresas.

Algo semelhante está acontecendo em Biotecnologia. O Google recentemente lançou o https://cloud.google.com/genomics/, uma ferramenta que permite que os investigadores possam executar análise computacional complexas e armazenar seus dados na nuvem.

    O número crescente de informações  sendo depositadas nas bases de dado como ExPASy (http://www.expasy.org/tools/) fornece recursos científicos e ferramentas em diferentes áreas das ciências da vida, incluindo a proteômica, genômica, filogenia, biologia de sistemas, genética de populações, transcriptômica.

 Outro exemplo muito bacana é o Projeto Internacional HapMap ftp.ncbi.nlm.nih.gov/hapmap/, que consiste em um catálogo de código aberto de variantes genéticas que ocorrem nos seres humanos, no qual os pesquisadores podem encontrar conexões entre variações genéticas específicas e determinadas doenças.

Fonte: Biologia Sintética e Biotecnologia

Tá beleza, eu sei como projetar e desenhar meu 1° protótipo do produto (organismo ou seus derivados), mas como tirar ele do computador ?  sem um laboratório ?

A ferramenta https://www.transcriptic.com/ permite que vc elabore projetos ou experiências do sofá e conforto de sua casa.

Fonte: Canção Nova

Como assim? Trata-se de um laboratório acessível através de uma plataforma online que disponibiliza robôs automatizados, cultura de células e demais meios ou reagentes necessários para fase inicial de qualquer produto.

Empresas como a https://www.scienceexchange.com/ permitem que os investigadores ou empreendedores tercerizem parte da suas experiências em outros locais, universidades ou laboratórios comerciais, a partir de uma rede colaborativa. Da mesma forma, em universidades que contém em seu inventário equipamentos de investigação, muitas vezes caros e ociosos, podem autorizar a utilização deste por pequenas taxas ou concessões para empreendedores.

Cabe ressaltar que esta prática é regulamentada no Brasil pelo Novo Marco Legal da Ciência e Tecnologia, o qual sofreu e vem sofrendo alterações  recentemente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13243.htm .

Fonte: Acelera StartUps

Nós sabemos que nem todos os empreendedores na fase inicial,  tem a possibilidade de coletar material biológico em regiões extremas do planeta, mas todos podemos acessar pela internet de qualquer lugar o genoma de organismo que vivem nestas regiões.

Com um pouco de criatividade a partir das sequências disponibilizadas gratuitamente podemos construir uma nova proteína ou mesmo achar uma aplicação industrial nas configurações proteicas já existentes.

Ferramentas e estratégias como estas permitem aos pesquisadores e empresários cortar tempo e custo no desenvolvimento de seus produtos.

A Biotecnologia do século 21 tem a capacidade de afetar nossas vidas tanto quanto os computadores fizeram no século 20.

Fonte: Tecnologia Uol

3) Hardware livre em biotecnologia

A abundância crescente de informação em ciências da vida disponíveis livremente, permite que os empresários em biotecnologia se movam mais rápido e mais barato. Simultaneamente, o desenvolvimento de equipamentos de  baixo custo  tem permitido um ambiente de inovação.

Fonte: The Light Bulb PCR Machine

Um bom exemplo é protótipo de código aberto (Hardware livre) de http://russelldurrett.com/lightbulbpcr.html. Trata-se de um termo-ciclador desenvolvido a partir de componentes de baixo custo. Um aparelho tradicional como Mastercyler Nexus Eppendorf chega a custar R$ 40.700,00, reais em comparação ao Light Bulb PCR desenvolvido pelo Russell, que pode ser construído por menos de R$1.000,00 reais.

Mas  não é o único a inovar em Hardware em biotecnologia, um outro  projeto  muito bacana, chamado Bento Lab (https://www.bento.bio/pre-order/) é um laboratório de Biologia Molecular portátil, conta com uma máquina de PCR, uma centrífuga e uma unidade de electroforese em gel.

As discussões entre cientistas e engenheiros no processo de repensar os dispositivos e torná-los mais acessíveis, ajuda a entender os princípios básicos nestas tecnologias e muitas vezes levam a novos projetos.

Fonte: Doutor Professor Pardal

Um grande exemplo dessa cultura pode ser visto no GaudiLabs (http://www.gaudi.ch/) um espaços criativo, onde os associados trabalham na construção de dispositivos científicos usando a filosofia do Hardware livre. Outro ponto importante é que nestes locais existe a união de objetivos em comum, entre profissionais de diferentes áreas de formação, o que permite gerar um ambiente transdisciplinar.

Fonte: Wikipedia

Em um mundo onde os trabalhos e dispositivos científicos estão amplamente disponíveis, podemos criar um cenário ideal para uma nova geração de cientistas-empreendedores.

4) Como fazer dinheiro sem dinheiro ?

Sites como https://experiment.com/ oferecem fontes não tradicionais de financiamento para cientistas-empreendedores nas fases iniciais de seus projetos. É uma plataforma de financiamento 8 ou 80.

Fonte: Bandar Casino

O que isso significa ? O projeto deve atingir a meta proposta ou você tá fora!

O pesquisador-empreendedor recebe pequenas quantias de dinheiro e, conforme seu projeto for tendo resultados positivos, a plataforma aumenta o valor financiado. Qualquer um pode começar um novo projeto, desde que os resultados possam  ser compartilhados abertamente.

Um bom exemplo é o projeto “Mapeando o microbioma da cerveja amarga” (https://experiment.com/projects/mapping-the-sour-beer-microbiome?s=discover), que, em pouco tempo, arrecadou mais de 100% do capital necessário. É bacana observar que ‘‘boa parte’’ do projeto dos caras é analisar e comparar sequências, coisas que podem ser feitas no sofá de casa, usando um software free como eu mencionei lá em cima.

A incubadora http://www.ycombinator.com/  utiliza a mesma estratégia, ela financia pequenas quantias em dinheiro na primeira fase da Startup e, conforme os resultados positivos  vão surgindo, investe quantias maiores, da mesma maneira que a experiment.

Ainda que seu projeto não apresente resultados positivos na primeira fase de desenvolvimento, a plataforma de financiamento online  https://www.indiegogo.com/how-it-works continua a campanha.

Durante a próxima década, os tipos de investimentos citados aqui serão mais comuns.

A onda de inovação que a próxima geração de empresários em biotecnologia serão capazes de fazer, como diria um velho amigo:  No hay límite para la biotecnología.

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O Profissão Biotec é um coletivo de pessoas com um só propósito: apresentar o profissional de biotecnologia ao mundo. Somos formados por profissionais e estudantes voluntários atuantes nos diferentes ramos da biotecnologia em todos os cantos do Brasil e até mesmo espalhados pelo mundo.

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