Hoje, em comemoração à data oficial da independência do Brasil, o PB decidiu trazer um pouco da história de alguns dos principais cientistas brasileiros, que tiveram grandes colaborações para o desenvolvimento da ciência no Brasil.
1. Bartolomeu Gusmão (1685-1724)
Conhecido como o “padre voador”, Bartolomeu Gusmão foi um sacerdote e inventor brasileiro que construiu o primeiro balão do mundo, que foi apresentado no Palácio Real para o Rei de Portugal da época, D. João V, em 1709.
Não se sabe exatamente como ocorreu a invenção, mas acredita-se que o padre, ao examinar o comportamento de uma chama, percebeu que o ar quente era capaz de elevar pequenos objetos. Essa simples observação teria inspirado o padre a projetar o primeiro aeróstato.
Após ser perseguido pelos inquisidores, Bartolomeu foi para a França, onde vendia nas ruas remédios fabricados por ele mesmo. Devido a suas invenções, o padre sofria bullying pela população da época, pois era visto como “bruxo”. Morreu na Espanha, em Novembro de 1724, por causa de uma febre.
2. Adolpho Lutz (1855-1940)
Apesar de ter nascido no Brasil, Lutz foi levado para a Suíça (país de origem de seus pais) com apenas dois anos. Formou-se em medicina pela Universidade de Berna e retornou ao Brasil com 26 anos, com o objetivo de trabalhar para melhorar a saúde pública do país.
Atendia à população carente em seu consultório e viajava frequentemente para outros países acompanhando os principais centros científicos. Na Alemanha, pesquisou sobre as causas da hanseníase (na época conhecida como lepra) com um importante dermatologista da época. Em seguida, instalou-se em Honolulu (Havaí) entre os anos de 1889 e 1892, quando finalmente erradicou a doença no local.
Em seguida, retornou ao Brasil e abriu um consultório em São Paulo, combatendo as principais doenças alastradas na cidade: febre amarela, varíola, peste bubônica, febre tifoide, malária, cólera e tuberculose. Quando o Instituto Bacteriológico foi criado pelas autoridades, em 1892, Lutz assumiu o comando do local. Outro importante acontecimento do médico, foi a identificação do mosquito Aedes aegypit como transmissor do vírus causador da febre amarela.
3. Oswaldo Cruz (1872-1917)
Grande pesquisador, Oswaldo Cruz atuou como cientista, médico, epidemiologista, sanitarista e bacteriologista, sendo pioneiro nos estudos de doenças tropicais e no campo da medicina experimental brasileira.
Estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, em 1889, combateu os surtos de peste bubônica em algumas cidades portuárias brasileiras. Em 1900, fundou, no Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico, chamado posteriormente de Instituto Oswaldo Cruz, local de renome até os dias atuais.
Oswaldo coordenou campanhas para a erradicação de doenças como febre amarela, varíola e eliminação de focos de doenças tropicais no Brasil. Além disso, foi responsável pela Revolta da Vacina, por ter realizado uma campanha de vacinação forçada a fim de erradicar algumas doenças contagiosas.
Em 1916, ajudou na fundação da Academia Brasileira de Ciências e se tornou prefeito da cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Faleceu em 1917, por problemas de saúde.
4. Carlos Chagas (1879-1934)
Um dos mais importantes pesquisadores brasileiros. Carlos Chagas ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1896, e obteve seu doutorado em 1903. Em 1902, entrou como voluntário no Instituto Soroterápico, atual Instituto Oswaldo Cruz.
Colaborou, em 1905, na erradicação da malária em Itatinga, São Paulo. Defendeu o combate da doença através do uso de inseticidas, quando formulou a teoria de que a doença tinha transmissão domiciliar, o que o tornou conhecido no meio científico.
Chagas também realizou pesquisas sobre outras doenças, descrevendo o protozoário tripanossoma, causador da doença de Chagas. O nome dado ao protozoário (Trypanosoma cruzi) foi em homenagem ao seu mestre, Oswaldo Cruz.
Em 1919, Chagas dirigiu o Departamento Nacional de Saúde, após ter sido convidado pelo presidente da República para combater a gripe espanhola no Rio de Janeiro, que já afetava dois terços de sua população.
O cientista tornou-se, então, professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1925, ano em que foi fundado o Curso Especial de Higiene e Saúde Pública, primeira instituição de pesquisa e difusão dos conhecimentos de microbiologia.
5. Suzana Herculano-Houzel (1972 -)
Suzana formou-se em Biologia Modalidade Genética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1992. Fez mestrado pela universidade americana Case Western Reserve (1995), doutorado na França pela Universidade Pierre e Marie Curie (1998) e pós-doutorado na Alemanha pelo Instituto Max Planck (1999), todos em neurociências. Em 1999, voltou ao Brasil e passou a dedicar-se à divulgação científica, lançando também o site “Cérebro Nosso de Cada Dia”.
A neurocientista é autora de seis livros, publicou mais de 45 artigos em 11 anos, além de escrever diversos textos para revistas variadas. É membro do corpo editorial da Revista Neurociências e colaboradora da Editora Zahar.
Seu principal campo de pesquisa é a neuroanatomia comparada. Suas descobertas incluem um método de contagem de neurônios em cérebros humanos e de outros animais, e a relação entre a área e espessura do córtex cerebral e o número de dobras em sua superfície. Em 2013, foi a primeira brasileira a apresentar uma palestra na renomada Conferência Mundial TED Global, na qual ela desvenda enigmas e peculiaridades que diferenciam o cérebro humano dos demais animais. Para conferir essa palestra, basta clicar aqui.
Suzana foi a primeira estudiosa brasileira da Fundação James McDonnell a receber o Scholar Award para financiar sua pesquisa.
Se você quiser saber mais sobre grandes cientistas, você pode gostar do nosso textos sobre 8 mulheres que mudaram o rumo da ciência, tem brasileiras na lista também!
Referências:
http://cientistabeta.com.br/2016/03/08/cientistas-mulheres-poderosas-e-brasileiras-parte-1/
https://hypescience.com/11-cientistas-brasileiros-que-merecem-nosso-respeito/
Ótimo texto!!