Olá pessoal, tudo bem? Espero que estejam tranquilos e calmos, afinal, não é todos os dias que estamos tão serenos assim, não é mesmo? Essa prerrogativa é ainda mais marcante para nós mulheres, que além dos desafios diários, temos que vencer uma batalha interna que é capaz de afetar significativamente nosso humor: os hormônios!
Agora, imaginem o estado emocional de uma mulher entre 48 e 51 anos de idade, que está na menopausa (período em que a menstruação é interrompida). Essa fase ocorre devido a falta de estrogênio e progesterona (hormônios que deixam de ser produzidos pelos ovários) e traz consigo diversos sintomas, como coceira e secura vaginal (que podem levar à dor na relação sexual), redução da libido, sudorese noturna, dificuldades para dormir, desaceleração do metabolismo e, principalmente, alterações de humor e calor excessivo (também chamado de fogacho).
Definitivamente o fogacho é um dos sintomas que mais incomoda as mulheres e favorece a irritabilidade. Essas ondas de calor ocorrem devido a redução dos níveis do hormônio estrogênio, que interfere nos neurônios no hipotálamo (a região do cérebro conhecida como termostato do corpo). Em síntese: um conjunto de neurônios chamados KNDy (neurônios produtores de kisspeptina, neurocinina e dinorfina) se tornam hiperativos, o que aumenta o volume dos vasos sanguíneos sob a pele, favorecendo a sensação de calor excessivo. Estes sintomas são muito incômodos e podem ser reduzidos com uma terapia de reposição hormonal na menopausa (THM); contudo, essa terapia aumenta o risco de doenças tromboembólicas, AVC (acidente vascular cerebral), câncer de mama e câncer de endométrio do útero, motivos que geram receio e/ou impossibilitam o uso de tais terapias por muitas mulheres.
Assim, uma nova alternativa elaborada pelas empresas britânicas KaNDy Therapeutics, NeRRe Therapeutics e GSK para tratamento da menopausa é um medicamento via oral chamado KaNDy. Ele foi projetado por meio de conceitos técnicas de biotecnologia como a reação de transcrição reversa em cadeia de polimerase (RT-PCR tempo real) durante a fase preliminar, no qual os cientistas estudaram como ocorrem os mecanismos pelos quais os sintomas da menopausa ocorrem e assim desenvolver um fármaco que fosse mais eficiente. Dessa forma, este medicamento é utilizado para reduzir as sinapses nos neurônios KNDy, bloqueando os receptores das neurocinina-3 e neurocinina-1 (encontrados na superfície das células dos vasos sanguíneos sob a pele) aumentando assim a atividade da mesma. O bloqueio do receptor da neurocinina-1 impede que os vasos sanguíneos se alarguem e causem os sintomas observados nas ondas de calor, além de melhorar o humor e do sono das mulheres.
No final de 2019, o medicamento KaNDy entrou na última bateria de testes para comprovar sua ação sobre a redução dos sintomas da menopausa. Serão avaliados também os benefícios do fármaco em outras áreas da saúde feminina, como endometriose e miomas. Vale ressaltar que a droga não é hormonal, e poderá ser utilizada por todas as mulheres, sem os riscos das complicações dos tratamentos hormonais. Eu, particularmente já estou ansiosa para vê-lo comercializado nas drogarias brasileiras, e vocês? Compartilhem este texto com as mulheres que você conhece, e com os homens também, afinal eles também ficarão esperançosos!