Com o estilo de vida atual, as pessoas se preocupam cada vez mais em manter seus lares e os objetos pessoais adequadamente limpos de forma prática, rápida e eficaz. Além disso, se preocuparem também com sustentabilidade e custo-benefício.
E, é claro, o mercado de detergentes não poderia agir diferente de seus consumidores. Então, vamos ver a seguir como os detergentes funcionam e como a indústria de sanitizantes vem aprimorando seus detergentes, principalmente o lava roupas, usando a biotecnologia das enzimas ao seu favor.
O que é um detergente?
Os detergentes (líquido ou em pó) estão amplamente presentes no nosso cotidiano e seria difícil imaginar o dia a dia sem eles. Basicamente, os detergentes possuem a função de remoção de alguns tipos de sujidades, tornando substâncias com baixa ou nenhuma solubilidade solúveis em água, ou seja, capazes de serem dissolvidas pela água.
Para entender melhor como ocorre essa limpeza, o principal componente de um detergente é o surfactante (ou tensoativo), sendo essencial na composição para que então o detergente pode ser denominado como tal.
Como um detergente convencional funciona?
Os surfactantes têm a função de quebrar a tensão superficial da água, no processo da lavagem, fazendo com que a água penetre mais facilmente nos tecidos, consequentemente, melhorando a limpeza. Além, claro, de atuar na remoção de alguns tipos de sujeiras solúveis e emulsificar graxas e gorduras. Portanto, ele provoca a “junção” de substâncias que, normalmente, em estado natural não seriam misturadas, como no caso da água com os óleos e as gorduras.
Como dito anteriormente, os óleos e as gorduras não interagem com a água – pois são substâncias hidrofóbicas – assim, faz-se necessário a presença de um composto de caráter “híbrido”, para que a mistura entre eles aconteça.
As micelas possuem essa estrutura híbrida, uma parte hidrofóbica (que possa se “ligar” aos óleos e gorduras) e a uma parte hidrofílica (que possa se “ligar” com a água), portanto, elas são capazes interagir com ambos e de realizar a remoção das substâncias hidrofóbicas na presença de água. Para entender melhor confira a figura abaixo:
Vale ressaltar que todos os detergentes comercializados no Brasil devem ser um tensoativo biodegradável, de acordo com a Portaria 112 de maio de 1982 do Ministério da Saúde. E a Portaria 120 de 24 de novembro de 1995 do Ministério da Saúde é que estabelece a metodologia a ser adotada para determinação do padrão de biodegradabilidade.
Contudo, apesar dos surfactantes, ou melhor biossurfactantes, serem um componente unânime nos detergentes, estes são compostos por outras diversas substâncias. Logo, nem todos os detergentes são iguais em sua composição e essa diferenciação vai muito além das marcas comercializadas.
Algumas diferenciações se devem ao fato de que alguns fabricantes buscam alinhar seus produtos com as regulamentações ambientais e outros, muitas vezes, vão além do estabelecido em lei para atender as pautas sociais em relação às questões ambientais. Dessa maneira, oferecem detergentes mais sustentáveis, contendo insumos totalmente biodegradáveis. Isso, claro, sem deixar de entregar um produto de alta performance, fácil de usar e econômico.
Por que colocar enzimas no detergente?
Uma estratégia que vem sendo utilizada há décadas pelos fabricantes de lava roupas (líquido ou em pó) é a formulação de detergentes enzimáticos, isso mesmo, são produtos que funcionam a base de enzimas.
As enzimas, fundamentalmente, são catalisadores biológicos formados por longas cadeias de pequenas moléculas (aminoácidos) que apresentam como principal função acelerar a velocidade de uma reação química. No processo da limpeza, as enzimas agem como facilitadoras, quebrando cadeias complexas de proteína, carboidratos, amidos e gorduras.
Vale lembrar que, as enzimas são cadeias de proteínas extraídas de microrganismos vivos, como fungos e bactérias, e por isso são englobadas dentro da Biotecnologia.
As enzimas são especialistas, naturais, rápidas, precisas, catalíticas e agregam os principais apelos solicitados pelos consumidores – sustentável e eficiente. Elas trazem alguns benefícios, além de remoção de manchas, como brancura e cuidado com as fibras e cores.
Ademais, as enzimas não são tóxicas e nem corrosivas, causam baixa agressividade aos tecidos e possuem maior estabilidade em comparação ao detergente convencional.
E como as enzimas funcionam no detergente enzimático?
Para melhor entender o seu papel nos detergentes, imagine uma mancha de chocolate em uma camiseta, a mancha é composta por proteína do leite, carboidratos e gorduras; então o lava roupa enzimático – contendo diversos tipos de enzimas – é capaz de romper toda a complexidade dos componentes da mancha e tornar o processo de limpeza bem mais fácil para os surfactantes presentes no detergente. Confira a figura abaixo:
Como dito anteriormente, as enzimas são especialistas, atuando em substratos específicos e para que o processo de “facilitação” ocorra de forma eficaz, deve-se buscar enzimas que sejam compatíveis com os tipos de substratos (no caso as sujidades) que se deseja atuar (remover).
Para um fácil entendimento, as enzimas possuem uma região denominada de sítio ativo, o qual forma um encaixe perfeito para um substrato específico, e comumente é conhecido como mecanismo chave-fechadura – isso lembra as aulas de biologia, não é mesmo? Assim, ocorrerá a reação e ao terminá-la, o sítio ativo se desprende do substrato e continua perfeito, em sua forma, para novas atividades, como pode-se ver na figura abaixo:
E quais são os tipos de enzimas utilizadas em um detergente enzimático?
As principais enzimas usadas como o princípio ativo dos detergentes enzimáticos são:
- Amilases: são eficazes para remover as manchas de amido que se infiltram além das fibras do tecido.
- Proteases: são eficazes para remover manchas de proteína, como ovo e sangue, que tendem a aderir nas manchas sobre o tecido formando uma espécie de cola /filme.
- Lipases: são eficazes para remover manchas de óleo e gordura.
- Celulases: são eficazes para ajudar as fibras de algodão a “soltarem” a mancha e ainda minimizam a possibilidade de novas manchas se aderirem às fibras.
- Mananases: contribuem na remoção de manchas geradas por “gomas”, como sorvete, por exemplo.
Em suma, os detergente enzimáticos são produtos inovadores, que utilizam a biotecnologia para proporcionar maior performance no processo de limpeza e respeitam o meio ambiente. E você, ficou surpreso em saber que até seu detergente de roupas utiliza a biotecnologia como sua aliada substancial? Conta pra gente nos comentários!
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