Pesquisadores da University of California San Francisco (UCSF) editaram, pela primeira vez, o genoma da bactéria intestinal Escherichia coli (E.coli) de camundongos. No estudo, publicado pela revista Cell Reports, os pesquisadores desenvolveram o bacteriófago M13 que infecta seletivamente a Escherichia coli entregando o CRISPR-Cas9 à bactéria alvo. Assim, por meio desse sistema de edição de DNA, foi possível alterar o genoma da bactéria, excluindo os cromossomos.
O M13 foi administrado por via oral aos camundongos e as alterações do microbioma foram avaliadas por análises fecais. Esses resultados indicam que a técnica de CRISPR-Cas9 pode ser usada para alterar a composição do microbioma, corrigindo possíveis desequilíbrios que causam doenças. Atualmente, sabe-se que o microbioma intestinal está relacionado a doenças digestivas mas também a doenças autoimunes, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
A expectativa dos pesquisadores é que esse estudo seja o ponto de partida para modificar as bactérias dentro do intestino, tornando mais preciso o tratamento de diversas doenças que atualmente são tratadas com antibióticos de amplo espectro. Muitas vezes, esses antibióticos eliminam outras bactérias intestinais, e não somente a bactéria alvo, causando efeitos colaterais ou desequilíbrios indesejados.
Além disso, os pesquisadores também pretendem usar a técnica para editar genes de cepas de bactérias para que elas exerçam ações benéficas como se alimentar de nutrientes específicos, ou ainda estimular ou inibir o crescimento de bactérias de interesse importantes para a saúde do paciente.
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