Um dia no CNPEM: descobrindo um dos maiores centros de pesquisa da América Latina

No dia 29 de junho ocorreu o Ciência Aberta, evento no qual do CNPEM apresenta suas pesquisas e instalações para a comunidade.

Durante o sábado 29 de junho, o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) realizou o “Ciência Aberta“, com objetivo de abrir as portas para a comunidade e divulgar as pesquisas realizadas dentro da instituição e como estas contribuem para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no País. O evento ocorreu nas instalações do centro, localizado em Campinas (SP), e contemplou visitas guiadas, estandes, oficinas e outras atrações para todas as idades.

O CNPEM possui diversas tecnologias e pesquisas de ponta, tais como o desenvolvimento de chips contendo mini-órgãos artificiais para testar medicamentos (e diminuir os testes clínicos com animais de experimentação), a descoberta de mistérios moleculares do cérebro com o acelerador de partículas e a busca de enzimas para potencializar a produção de bioetanol de segunda geração, a partir da biodiversidade brasileira. Isso apenas citando algumas pesquisas da área de biotecnologia!
Nós, que não somos bobos nem nada, estivemos presentes no evento e vamos contar tudo aqui para vocês!

Os Laboratórios Nacionais do CNPEM

O instituto é composto por quatro laboratório nacionais, que são:

  • Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), única fonte de luz síncrotron da América Latina e detentora de um dos mais modernos aceleradores de elétrons, o Sirius. O LNLS possuí um outro acelerador, o UVX, em operação desde 1997.
Acelerador de partículas Sirius visto de cima. Fonte: TecMundo
  • Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), onde são desenvolvidas pesquisas de ponta em diversas áreas das biociências, mas com um foco maior em saúde humana.
  • Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), que possui o maior parque de microscopia da América Latina e atua com pesquisa de novos materiais avançados.
  • Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) tem foco no desenvolvimento sustentável de biocombustíveis e biomoléculas, principalmente a partir de fonte renovável, como a biomassa de cana-de-açúcar.

Como foi a edição 2019 do Ciência Aberta

Chegamos no evento em torno das 10 horas e já nos deparamos com uma fila gigantesca para visitar a estrela do CNPEM: o Sirius, o recém inaugurado acelerador de partículas. Desta forma, acabamos desviando o caminho para visitar primeiro a Planta Piloto de Biotecnologia, do LNBR (que eu particularmente estava muito ansiosa para conhecer).

O tempo de visitação na Planta Piloto é de cerca de 20 minutos, iniciando com um breve vídeo sobre a unidade e seguido de uma visita “livre”, ou seja, não havia nenhum monitor guiando. Para saber mais informações sobre os processos e instalações, haviam QR Codes espalhados pelos equipamentos, que direcionavam para vídeos. Caso restassem dúvidas, ainda havia a opção de procurar alguém de amarelo (uniforme dos monitores) e perguntar.

A planta piloto é composta por três unidades principais, sendo a primeira delas a de processamento da biomassa, focado principalmente em cana-de-açúcar. A unidade seguinte, de Processos Físico-Químicos, possui equipamentos para o tratamento da biomassa, que pode ser feito através de diversos processos químicos ou físicos. A última (e mais legal) é a unidade de Bioprocessos, onde ocorre fermentação da biomassa. É composto por diversos equipamentos que permitem realizar o processo fermentativo e o “downstream” (separação e purificação de moléculas e subprodutos).

Para um apaixonado por biotecnologia, a visita à planta piloto de Biotecnologia Industrial vale cada minuto.

Biorreator de demonstração da Planta Piloto do LNBR

Na sequência, encaramos a fila para visitar o Sirius. Conseguimos, após uns 30 minutos, entrar no maior acelerador de partículas da América Latina e conhecer um pouco mais da tecnologia.

A primeira parte da visita foi composta por um vídeo explicando o projeto, desde a construção até o estado atual. Depois fomos encaminhados para a visitação, na qual os guias explicaram o que é o acelerador, como funciona, principais aplicações, etc. Embora ainda não esteja em funcionamento (pois ainda estão montando as linhas), o Sirius vale a visita. É muito legal a sensação de estar “dentro” de um equipamento com tecnologia de ponta e entender um pouco quais são as aplicações da luz síncrotron.

Monitor explicando o funcionamento do Sirius.

A última parte da visita foi no LNBio, onde encontramos a Natália, pesquisadora da instituição e nossa colega de Profissão Biotec. Para fazer a visitação dentro dos laboratórios do instituto, teríamos que esperar 2 horas (por causa do sistema de senhas), portanto desistimos e acabamos apenas caminhando pelos estandes ao redor. Haviam várias oficinas de divulgação científica, super didáticas e interativas, como a de extração de DNA de banana, a de montar um vírus de papel e “pescar” uma molécula antiviral, entre outras.

Membros da equipe do Profissão Biotec, no Ciência Aberta. Na ordem: eu (Carol), Natália e Kaidu.

Infelizmente, depois da breve visita no LNBio, não restou mais energia para visitar os outros laboratórios/atividades. É muita coisa. Vou precisar ir no evento mais uns 5 anos até conhecer tudo que eu gostaria.

O mais legal do Ciência Aberta, na minha opinião, era ver o brilho nos olhos daqueles que estavam apresentando sua pesquisa ou sua área de atuação. Fazer divulgação científica é uma oportunidade de contar para o mundo o quão legal e importante é aquilo que fazemos dentro do laboratório, e até quem sabe inspirar um futuro cientista. Um evento deste porte, organizado e bem planejado como foi, traz muito valor para toda a comunidade científica brasileira.

Legal, né? Não é por nada que o Ciência Aberta atraiu cerca de 16 mil visitantes. Se você não teve a oportunidade de participar neste ano, fique atento às redes sociais do CNPEM para não perder a data da edição 2020 – e nem as oportunidades de cursos e eventos da instituição.

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