O mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei) é uma espécie invasora de molusco que chegou ao Brasil nos anos 1990, vindo da China em navios. Este animal gruda em cascos de embarcações, entope turbinas de hidrelétricas e desequilibra todo o ecossistema. Logo tornou-se uma verdadeira praga de água doce, devido a não existência de predadores naturais e por sua capacidade de reprodução a partir do primeiro mês de vida.
Na busca pelo seu controle, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de uma startup de biotecnologia, sequenciaram o genoma dessa espécie invasora e agora estudam uma modificação genética no animal para frear sua proliferação em rios e lagos.
Esses pesquisadores mapearam, ao longo de quatro anos, mais de 1,5 bilhão de pares de letras do DNA desse mexilhão. E, há três meses, iniciaram a busca pelos genes envolvidos no sistema reprodutivo do animal, para realizar a alteração genética.
O biólogo da UFRJ, Mauro Rebelo, explica que, assim como o mosquito da dengue transgênico, será feito um controle biológico a partir de uma modificação genética, utilizando uma metodologia distinta: “vamos desenvolver uma fêmea infértil a partir da segunda geração, o que deve fazer com que a espécie entre em colapso e desapareça com o tempo”, conta Rebelo. Caso o mexilhão-dourado use sua capacidade de hermafroditismo por conta disso, talvez seja necessário modificar também o gênero masculino, adianta o biólogo.
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