A cana-energia consiste em variedades de cana obtidas a partir do cruzamento das espécies Saccharum officinarum e Saccharum spontaneum. Estas apresentam maior teor de fibras e robustez.
Embora muito mais produtivas do que a cana convencional, devido a dificuldade de cristalizar a sacarose de seu caldo para produção de açúcar de mesa (o produto mais rentável para as usinas), essas variedades de cana-energia têm sido destinadas à produção de etanol e de energia elétrica.
Buscando superar esse obstáculo, um grupo de pesquisadores do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveu uma levedura a partir da levedura comercial Pedra 2 – uma das mais utilizadas no Brasil para produção de etanol.
Segundo Maria Carolina de Barros Grassi, coordenadora associada da divisão molecular e responsável pelo programa Cana-Energia no CTBE, “O último obstáculo que faltava superar para a adoção em larga escala da cana-energia era a cristalização de sua sacarose para produzir açúcar de mesa”.
De acordo com a pesquisadora, a “supercana” tem uma quantidade maior de glicose e frutose e menor concentração de sacarose no caldo em comparação com a cana convencional. Na cana-energia, as moléculas de glicose e frutose estão separadas, o que impede a cristalização da sacarose para a fabricação do açúcar.
A solução encontrada pelos pesquisadores do CTBE foi fazer mutações de alguns genes de uma levedura comercial já utilizada na indústria sucroalcooleira para consumir apenas glicose e frutose.
“Diminuindo a quantidade de glicose e frutose na fermentação, conseguimos que o caldo da cana-energia fosse composto apenas por sacarose pura. Com isso, conseguimos cristalizá-lo”, explicou Grassi.
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