O vírus zika, grande responsável pela epidemia que, desde 2015, já causou mais de 2,2 mil casos de microcefalia em recém-nascidos brasileiros, pode ter um uso muito interessante. Segundo pesquisadores norte-americanos, ele pode ser a nova alternativa para o tratamento de tumores cerebrais.
Como? O zika é capaz de impedir o crescimento do cérebro de um feto durante a gestação, por isso ele também pode ser capaz de atacar, em adultos, as células mutantes que são responsáveis por um tipo especialmente perigoso de câncer: o glioblastoma.
Os glioblastomas são considerados os tumores mais agressivos que iniciam no cérebro, crescem rápido e matam a maior parte dos pacientes em um ou dois anos após o diagnóstico. O seu tratamento padrão é bastante invasivo, o que torna a busca por terapias menos invasivas e que permitam uma melhor qualidade de vida para os indivíduos acometidos. É com esse intuito que aparece a possibilidade de aplicação do zika.
Em fetos, ele restringe o crescimento do cérebro justamente porque mata as células-tronco que dão origem aos neurônios, e não os neurônios em si. Em adultos, portanto, ele faria algo parecido: pouparia os tecidos que estão saudáveis e atacaria apenas as células-tronco que podem dar novas chances ao câncer.
De acordo com o pesquisador Milan Chheda, pesquisador da Universidade de Washington e um dos autores do artigo científico, “Nós conseguimos imaginar o Zika sendo usado junto com as terapias atuais para erradicar o tumor inteiro”.
Saiba mais a partir da notícia da Exame.