Se tivesse que citar as atividades que mais ocupam os anos da sua vida, o que você “chutaria”? Uma das respostas que está nos primeiros lugares deste ranking é: trabalhar. Fazendo uma estimativa rápida e considerando a expectativa média de vida do ser humano, que é atualmente de 71,4 anos*, percebemos que em torno de 60% dela é dedicada ao desenvolvimento de uma carreira. Será, então, que faz sentido empregarmos tanto tempo e energia em um trabalho que não faça sentido? Você consegue se imaginar por anos a fio passando oito horas do seu dia em uma atividade que não te agrade?
Pensando nesses questionamentos, o Profissão Biotec lançou, em 2017, uma série de vídeos sobre autoconhecimento. Acreditamos que quanto mais nos conhecemos, maior é nossa capacidade de fazer escolhas que sejam alinhadas às nossas motivações, habilidades e valores. Consequentemente, a probabilidade de satisfação pessoal e profissional aumenta, e nos tornamos mais engajados e produtivos.
O autoconhecimento é um processo. Requer dedicação e, ao contrário do que possa parecer, não se faz apenas com aquela reflexão rápida antes de dormir, ou com as metas que traçamos a cada virada de ano e que acabam esquecidas na gaveta. Conhecer a si mesmo é um exercício constante e essa longa jornada precisa começar com um primeiro passo. O seu primeiro passo.
Para ajudar nessa “iniciação” ao autoconhecimento, separamos alguns dos principais fatores responsáveis pela satisfação profissional e pessoal, juntamente com exercícios especiais e vídeos para que você possa se lançar nessa autodescoberta. Vamos a eles?
Alinhar seus valores aos da carreira que você quer seguir
Você prefere um trabalho que te dê estabilidade ou flexibilidade? Em uma cidade grande ou pequena? Empreendendo por conta própria ou sendo funcionário em uma empresa? Se olharmos apenas para a Biotecnologia, essas perguntas se multiplicam, afinal, existem diversas opções de carreira que poderíamos seguir. Como, então, vamos tomar uma decisão diante dessa infinidade de questões e possibilidades?
Para saber responder a tudo isso, você precisa conhecer os seus valores. Eles podem ser entendidos como os elementos que mais importam para você e que guiam as suas decisões, mesmo que você não tenha consciência disso. Ora, se os nossos valores são os critérios que embasam nossas escolhas, uma boa maneira de acessá-los é, justamente, investigando-as!
O exercício que preparamos para te fazer viajar pelas suas decisões e ganhar mais clareza sobre os seus valores é o Mapa das Escolhas. Você pode encontrá-lo no nosso minicaderno e a explicação completa está neste vídeo:
Conhecer e dar vazão às suas paixões
Hoje, já não há mais uma divisão clara entre trabalho e vida pessoal. Logo, já que nossas carreiras tendem a ocupar mais espaço das nossas vidas, é importante que busquemos incorporar nossas paixões às nossas tarefas cotidianas, de forma a nos sentirmos mais engajados. Já pensou em trabalhar e nem ver o tempo passar, de tão motivado que você está?
A Psicologia Positiva tem estudado o fluxo (ou flow, do original em inglês) como um dos mais potentes indicadores de satisfação com a vida. Inicialmente proposto na década de 70 pelo psicólogo húngaro-americano Mihaly Csikszentmihalyi, o “fluxo” pode ser definido como um estado em que estamos completa e inconscientemente imersos em alguma atividade. O tempo parece se desfazer, quase como se entrássemos em transe. Esse estado de fluxo envolve ações que são intrinsecamente motivadoras, ou seja, quando em fluxo, você está em contato com atividades que te deixam genuinamente engajado.
Podemos equiparar as atividades que nos deixam em fluxo às nossas paixões. Então, se nos lembrarmos do que já nos deixou em fluxo no passado, podemos desvendar o que nos traz um sentimento de motivação e engajamento e, consequentemente, reproduzir essas ações em nossas vidas profissionais. É o que explicamos com mais detalhes no terceiro vídeo da nossa série sobre autoconhecimento, que você pode assistir abaixo. Para te guiar no processo de reflexão, preparamos também uma atividade que você encontrará no minicaderno de exercícios.
Fortalecer suas habilidades e minimizar suas fraquezas (e saber como utilizá-las a seu favor!)
Você já teve aquela sensação de não ser bom o suficiente em algo, por mais que você se esforce para se desenvolver naquilo? Esse sentimento não necessariamente quer dizer que você não sirva para aquela atividade. Pode ser, simplesmente, que você esteja aplicando força no lugar errado.
Nossas forças podem ser compreendidas como as habilidades que temos, ou nossos talentos. Também podemos considerar como forças as características comportamentais que nos favorecem de alguma forma. Além de as identificarmos, é fundamental compreendermos ONDE aplicar esses nossos “superpoderes”, para não cairmos na situação do parágrafo anterior. Se você tem uma habilidade natural para empreender, talvez se frustre caso siga carreira acadêmica, por exemplo. Se você é introvertido(a), pode ser que não se dê tão bem em um ambiente que exija muita interação.
Da mesma forma, precisamos compreender nossas fraquezas, que são aquelas características que nos atrapalham, ou aquelas atividades em que não somos tão bons. Sabe aquela velha história de conhecer profundamente seu inimigo para poder derrotá-lo? É essa a ideia aqui, analisar nossos sabotadores para poder vencê-los, ou, no mínimo, desviar deles. Se você tem dificuldade em focar em um único assunto por muito tempo, talvez não faça tanto sentido seguir uma carreira que te force a ser um especialista, por exemplo. Por outro lado, se você é apaixonado por detalhes e gosta de mergulhar fundo em uma determinada área, seguir uma carreira como generalista pode não ser a melhor escolha.
A atividade que propomos para analisar suas forças e fraquezas é a confecção de um currículo, digamos, não tradicional. Você também acessa essa atividade pelo nosso minicaderno e pode acompanhar o passo a passo dela pelo vídeo:
O objetivo desses exercícios, assim como do autoconhecimento, não é responder prontamente aos seus questionamentos internos, mas sim te ensinar a fazer as perguntas certas e te incentivar a se botar em movimento. Você não precisa esperar até ter total clareza do que quer profissionalmente para iniciar uma carreira (até porque, tenho uma notícia para você: ninguém tem plena certeza sobre o futuro), mas pode começar, aos poucos, a refletir e a testar diferentes possibilidades. Assim, quando chegar a hora de tomar uma decisão, você certamente já terá muito mais bagagem e condições para isso.
Que tal, então, separar um tempo para você, botar a mão na massa com os exercícios, dar o play nos vídeos e iniciar essa jornada de descoberta agora mesmo?
Informação adicional:
*Dado da média global, segundo o relatório anual “Estatísticas Globais de Saúde: Monitorando a Saúde para os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável)” da Organização Mundial da Saúde, publicado em 2016.
