A brasileira Juliana Davoglio Estradioto tem apenas 18 anos mas já tem um currículo científico de dar inveja: 11 prêmios científicos nacionais e internacionais, mais de 30 menções e votos de congratulações, participação em feiras de ciência nos Estados Unidos… e agora se tornou a primeira jovem brasileira da história a ser selecionada para acompanhar uma cerimônia do Prêmio Nobel!
Natural de Osório no Rio Grande do Sul, Juliana se interessava por ciência desde pequena e quando ingressou no ensino médio técnico em Administração no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) ela pode iniciar alguns projetos de pesquisa em laboratório.
Seu primeiro projeto buscava amenizar a geração de resíduos na produção de maracujá. Ela desenvolveu um filme plástico biodegradável (FPB), feito a partir de cascas de maracujá, que substitui embalagens plásticas das mudas de plantas. Com este projeto ela ganhou o primeiro lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista 2018, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Na cerimônia da premiação, que ocorreu em outubro de 2018 em Brasília, a Juliana disse: “Foi indescritível. Não é fácil fazer pesquisa, ainda mais quando tu estás no ensino médio e não tem nenhum recurso destinado para isso”, desabafa. “Precisa de muito esforço e dedicação. O reconhecimento mostra que valeu a pena e que estou no caminho certo.”
Em seu segundo projeto ela realizou uma pesquisa sobre a morte de peixes e poluição do Rio dos Sinos, mostrando que este problema ambiental é causado pelas atividades da industrial têxtil, que acaba descartando de maneira inaproprieda restos de corante na água. Este projeto foi apresentado na 32ª MOSTRATEC, maior feira de ciências de escolas da América Latina, que acontece em Novo Hamburgo (RS), e como prêmio ela pode representar (pela segunda vez) o Brasil na feira de ciências Intel International Science and Engineering Fair (Intel Isef) 2018 em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Foi na Intel Isef que ela ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Contudo, ela ainda não decidiu se vai para o exterior ou se continua no Brasil. Mas Juliana, que diz que quer ser cientista, ainda não decidiu se vai estudar no exterior ou se continua numa faculdade de referência no Brasil.
Foi seu terceiro projeto, sobre a transformação da casca de macadâmia em substrato para microorganismos almejando a produção de energia e celulose, que vai levá-la a Estocolmo. O projeto foi apresentado na 33ª MOSTRATEC, em 2018, onde Estradioto acabou ficando em 1º lugar na categoria Gerenciamento do Meio Ambiente. Com isso, ela foi selecionada para ser representante do Brasil no Seminário Internacional de Jovens Cientistas de Estocolmo (SIYSS, na sigla em inglês), programa exclusivo de ciência e cultura que leva 25 jovens pesquisadores do mundo para a Suécia.
A viagem vai acontecer em dezembro de 2019, e Juliana terá a oportunidade de apresentar sua pesquisa, visitar faculdades suecas e conhecer a família real do país. E a cereja do bolo: ela vai poder acompanhar a cerimônia de premiação do Nobel – sendo a primeira jovem brasileira da história a ser escolhida para este programa.
Além de gostar de pesquisar, Juliana também se interessa por divulgação científica. Para inspirar garotas, ela criou o projeto “Meninas Cientistas”, que vai divulgar pesquisas de meninas de todo o país.
Ela disse para a revista Galileu que, por enquanto, quer cursar engenharia química, pois suas “matérias preferidas são biologia e química”. Deixamos aqui o convite: que tal estudar Biotecnologia, Juliana?