A indústria de séries e filmes revolucionou o modo como vemos a vida e faz parte do cotidiano de todos nós. Aplicativos de streaming tornaram o acesso a essas mídias mais fácil e prático, popularizando ainda mais o mundo das séries. Dentro desse nicho, cada vez mais são produzidas histórias de ficção científica de cunho biotecnológico. O Profissão Biotec já listou algumas dessas histórias anteriormente presentes em documentários, filmes e séries e hoje vamos completar um pouco mais esse acervo apresentando séries com temas envolvendo biotecnologia e o avanço científico-tecnológico.
1. Altered Carbon
Altered Carbon é uma produção da Netflix que tem como tema central da trama o transhumanismo no seu estado máximo. Isso se trata da capacidade de transferir a consciência de um corpo para outro, tornando uma pessoa imortal, desde que o chip que contenha essa consciência não seja destruído e que você possa pagar por isso.
Nesse cenário, temos o personagem principal Takeshi Kovacs (Joel Kinnaman) que desperta após 250 anos no corpo de outra pessoa. Na verdade, em outra “capa” biológica. Enquanto precisa se adaptar a tal situação, Takeshi é contratado para cumprir uma perigosa missão.
Com uma pegada cyberpunk, a série aposta na abordagem de uma cidade ultra high-tech, mas problemática e repleta de crimes, resultado de uma desigualdade social provocada pelo avanço da tecnologia. Isso nos traz temas de importante reflexão: os desejos imorais dos ricos e o complexo de Deus, as implicações éticas da imortalidade, a evolução das inteligências artificiais e como ela se relaciona nessa sociedade. Portanto, diferentes perspectivas da condição humana são abordadas ao decorrer da série.
2. Westworld
Uma série absolutamente incrível, com um elenco maravilhoso e trilha sonora, então, nem se fala! Vencedor de nada mais nada menos que 9 emmys, Westworld é uma superprodução da HBO digna de maratona.
Westworld é um parque temático dotado da mais alta tecnologia para a produção de um mundo estilo faroeste dotado de robôs para desempenhar todos os tipos de papéis que você possa imaginar, mas principalmente, para agirem como humanos. A direção do parque vende um mundo de simulação altamente real, onde não é possível distinguir humanos dos chamados anfitriões (robôs humanóides que estão ali única e exclusivamente para o prazer dos visitantes).
Como os anfitriões não são “reais”, os humanos vão para esse parque para fazer qualquer tipo de coisa, desde festejar sem parar, a seguir grandes aventuras ou cometerem crimes como assassinato e estupro. O problema: esses humanóides são dotados de uma inteligência artificial tão avançada que criam consciência. E começam a revidar.
A partir desse mundo sci-fi, a série aborda numa profundidade singular uma série de questões filosóficas acerca do que nos torna humanos e civilizados e quais limites precisam ser estabelecidos para o avanço científico.
3. Black Mirror
Essa definitivamente é uma série que dispensa apresentações. Black Mirror é atualmente uma produção da Netflix que possui episódios independentes e não interligados entre si.
Foi uma série que chocou o mundo e cada episódio propõe uma crítica à sociedade moderna a partir da super utilização de meios eletrônicos e de como a tecnologia está sendo incorporada em nossas vidas. Embora alguns episódios pareçam ser surreais e bem aprofundados no mundo sci-fi, outros cenários parecem estar mais próximos de nós do que imaginamos, pois é para onde nossos atuais hábitos podem nos levar.
Em muitos desses episódios é explorada a interação do corpo humano e, portanto, do biológico, com aparelhos de tecnologia. Um exemplo claro é o episódio da primeira temporada, “ Toda a sua história”, no qual as pessoas têm um implante nos olhos que gravam suas memórias tornando-as acessíveis a qualquer momento. Temos também o episódio “Volto já” na segunda temporada, onde teoricamente uma mulher pode entrar em contato com seu marido falecido e cloná-lo. “Versão de Testes”, na terceira temporada, é um jogo de realidade virtual implantado diretamente no cérebro do jogador. Enfim, em diversas situações é explorada a biotecnologia, e infelizmente nenhuma delas acaba bem devido ao cenário trágico que a série explora.
Aposto que você fazendo algum experimento no laboratório já pensou “ Isso é tão Black Mirror!”
4. Star Trek – Discovery
Star Trek é aquele nome que todo mundo já ouviu em algum momento da vida. Um dos queridinhos do mundo nerd, a saga é uma das pioneiras e um grande marco no surgimento da ficção científica. A franquia iniciou-se como uma série de televisão em 1966, originalmente chamada Star Trek, mas posteriormente renomeada para Star Trek: The Original Series.
O sucesso do programa foi seguido por outras cinco séries de televisão e onze filmes. O Guinness World Records reconhece Star Trek como a série de televisão com o maior número de spin-offs da história.
Atualmente, a franquia icônica produzida pela Netflix está em alta novamente e, dessa vez, abordando alguns temas também da biotecnologia. Desde pequenos procedimentos pouco relevantes para saga como o processo de recombinação genética para curar sintomas de radiação, até grandes pesquisas de uma nave científica abordando bioinformática e bioquímica para gerar energia a partir de material biológico. Assim, a biotecnologia se faz presente em vários momentos de forma bem natural e estruturada.
É realmente uma trama envolvente onde a personagem principal, maravilhosa e dona da série, Michael Burnham, dá vida ao universo star trek junto com a sua tripulação.
Espero que se divirtam maratonando essas séries como eu me diverti! Não tenho como escolher uma série preferida (Westworld), porque cada história é muito única e complexa. O que nos mostra como o mundo da ficção científica pode ser vasto e diverso!