É difícil determinar o momento exato em que as pessoas despertaram para a importância da preservação ambiental. Mas a certeza que temos é que, desde o início, a biotecnologia está presente como uma ferramenta essencial para alcançar a minimização dos impactos.
O sucesso do desenvolvimento sustentável depende do esforço conjunto de muitas áreas do conhecimento. Imagina quais são elas?
Fonte: FoodNewsLatam
Microbiologia, Bioquímica, Biologia Molecular, Química Orgânica e Analítica, e Engenharias são apenas algumas delas.
Estes são apenas alguns setores cuja associação é essencial. Quem acompanha o Profissão Biotec já deve ter notado que todos os assuntos citados acima fazem parte da gama de habilidades das quais o profissional em biotecnologia dispõe. Ele transita com facilidade entre todas elas. Costura os conhecimentos para maximizar o potencial de solução das barreiras existentes.
Quando falamos em barreiras no desenvolvimento de novas tecnologias, a dimensão dos resultados e dos benefícios conferidos por elas imediatamente dissolve a maioria dos obstáculos existentes.
Conheça agora exemplos da biotecnologia em ação em três eixos: poluição líquida, do ar e a relacionada a resíduos sólidos.
Um mar de aplicações biotecnológicas
A microbiologia ambiental é a pedra fundamental da biotecnologia aplicada ao tratamento de resíduos líquidos. Microrganismos possuem uma habilidade fantástica de metabolizar poluentes e transformá-los em moléculas menos nocivas ou, então, em água e gases. Por isso, são nossos principais aliados neste desafio.
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A primeira imagem que vem à mente quando pensamos em biorremediação é a descontaminação de ambientes impactados com, por exemplo, um derramamento de petróleo. A boa notícia é que a biotecnologia tem o poder para auxiliar neste caso e em muitos outros. Como, por exemplo, na detoxificação de locais contaminados com mercúrio.
Mas não só de grandes episódios de catástrofes ambientais é constituído o problema da poluição em ambientes aquáticos. Diariamente, quantidades consideráveis de efluentes são emitidos por indústrias e domicílios. É fundamental conciliar a demanda por produtos e serviços com a manutenção da harmonia com o ambiente. Em estações de tratamento de efluentes líquidos, microrganismos realizam um trabalho invisível de “faxina” dos resíduos gerados pelas atividades humanas. É um papel da biotecnologia administrar esse potencial para manter o equilíbrio com o ambiente.
E se for possível reduzir a quantidade de poluição na origem? Seria o quadro perfeito. Por meio da implementação de processos biotecnológicos de maior eficiência, o tamanho do problema a ser remediado nas etapas seguintes pode ser reduzido significativamente.
Já ouviu falar no sistema de Wetlands? É uma estratégia de biorremediação na qual plantas aquáticas são cultivadas em tanques contendo o resíduo. Microrganismos associados às raízes dessas plantas metabolizam com muita eficiência os poluentes, removendo-os como se fossem um filtro. As Wetlands são muito empregadas em indústrias e também no tratamento de esgoto urbano, dispensam o uso de produtos químicos, contribuem com a fixação de CO2 e com a redução da carga orgânica que iria parar no corpo d’água receptor.
Fonte: PublicWords
Biotecnologia no ar
Não poderíamos deixar de falar da redução da emissão de gases poluentes. A queima de combustíveis fósseis gera um impacto negativo imenso na qualidade do ar. Mesmo assim, toda a sociedade de bens e serviços está estruturada de forma a depender deste recurso não-renovável.
A biotecnologia dá as mãos à química de combustíveis e aos bioprocessos. O resultado não poderia ser diferente: é possível desenvolver uma fonte de energia renovável e mais correta. E o nome disso é biocombustível.
A digestão de efluentes, que falamos acima, pode ser ligada à geração de metano: o biogás. Ou seja, enquanto o resíduo é tratado, um combustível menos poluente é gerado a partir da sua degradação. O biogás, por sua vez, pode ser empregado na combustão em caldeiras para geração de energia, em substituição à lenha e ao carvão mineral.
Bioetanol e biodiesel já devem ser conhecidos por você, não é mesmo? São combustíveis alternativos que já são uma realidade no cotidiano. O etanol de segunda geração é produzido a partir de resíduos do processamento da cana-de-açúcar e de outros materiais vegetais, enquanto o biodiesel é obtido por meio da transformação de óleos renováveis.
Para tornar estes combustíveis ainda mais presentes na cadeia energética, iniciativas como o Below50 são fundamentais. Este projeto tem como objetivo incentivar o uso de combustíveis sustentáveis de forma a gerar 50% menos emissão de gases poluentes, em comparação aos combustíveis fósseis. Isto é possível unindo oferta e demanda, incrementando estudos e abrindo o mercado para a contribuição positiva dos biocombustíveis.
Pés no chão – e biotecnologia também
Quando o assunto é o cuidado com os solos…. Adivinhe? A biotecnologia ambiental também possui muitos benefícios aplicados para manter a saúde e a preservação do planeta.
Parece loucura, mas já imaginou se fosse possível produzir embalagens a partir de cogumelos? Pois esta é uma realidade. A empresa sueca Ikea, por exemplo, tem a iniciativa de substituir as embalagens de poliestireno (plástico de origem fóssil) por um material sustentável. Este material é produzido a partir de micélio, ou seja, do corpo dos fungos e é completamente biodegradável.
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E quando o plástico é de origem fóssil e já virou lixo? Sem problemas. O meio ambiente também pode contar com a biotecnologia e outros dos seus super-heróis, os fungos! Cientistas encontraram, na Amazônia, um cogumelo capaz de comer plásticos de diversos tipos, tanto na presença quanto na ausência de oxigênio. Esta é uma descoberta fenomenal, levando em consideração o ambiente existente em aterros sanitários e a quantidade imensa de materiais plásticos de difícil degradação descartados diariamente.
Ainda há muito pela frente
A biotecnologia vem sendo protagonista de contribuições muito importantes para a manutenção do equilíbrio entre as atividades humanas e o bem estar do planeta. Ela é uma aliada no esclarecimento de fatos e processos biológicos. Conhecendo isto, podemos entender melhor nosso papel dentro do todo, a dimensão do impacto e a melhor postura a ser adotada no contexto geral.
Sabemos que a biotecnologia não é um fator isolado. Deve andar junto com aspectos legislativos, normativos, sociais e econômicos, além dos tecnológicos. Os passos dados até agora são apenas o começo desta caminhada, ou quem sabe corrida, lado a lado com o impacto crescente. O importante é manter o ritmo do desenvolvimento, para garantir que ele ocorra de forma sustentável.
Fontes:
http://portalamazonia.com/noticias-detalhe/ciencia-e-tecnologia/cientistas-do-amazonas-criam-crowdfunding-para-levar-projeto-ao-mit/?cHash=f6390bcffd8bfae27099c1b4c8e94cf2http://below50.org/about/http://brasil.rotaria.net/conteudos/ver/17http://www.wetlands.com.br/http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/gigante-moveis-foi-seduzida-pela-embalagem-cogumelo-940642.shtmlhttp://www.ecycle.com.br/component/content/article/38/1253-cientistas-descobrem-fungo-amazonico-que-qcomeq-plastico.html
