O avanço científico tem possibilitado diversas conquistas para a humanidade. O fato é que as pesquisas científicas, as criações biotecnológicas e o aprimoramento medicinal são fatores que explicitam a tamanha importância da ciência.Esse impulso, na maioria das vezes, é causado por questões inconclusas, como doenças sem cura, busca de tratamentos e estudos patológicos.Um exemplo de um grande avanço científico é o uso terapêutico de células-tronco.
De acordo com o Ministério da Saúde, célula-tronco é um tipo de célula que pode se diferenciar em células com funções especializadas, constituindo tecidos do corpo. Em termos práticos, elas têm o poder de recompor tecidos danificados. Essa característica das células-tronco dão a elas um potencial para auxiliar no tratamento de diversas doenças.
Existem dois tipos de células-tronco: as embrionárias, presentes no embrião, e as células-tronco adultas, que, por sua vez, estão presentes em tecidos adultos. Elas ainda podem ser classificadas de acordo com suas funções, sendo totipotentes, multipotentes ou ploripotentes.
Terapia com células-tronco
A atuação das células-tronco na terapia de algumas doenças é evidenciada pela sua principal função: regenerar tecidos danificados. Diversas doenças são e podem ser tratadas com o uso desse tipo celular. Um exemplo é a Diabetes Mellitus, síndrome metabólica decorrente de disfunção ou falta de insulina.
Um estudo de cientistas da Universidade de Miller School of Medicine (Miami) mostra que células-tronco presentes no pâncreas podem, com sua função regeneradora, recompor as células produtoras de insulina. Essa evidência contribui para o tratamento da Diabetes tipo I e tipo II, dando uma nova opção terapêutica aos pacientes.
O Mal de Parkinson, doença neurológica crônica e degenerativa, é outra patologia que pode ser tratada com o uso desse grupo celular. A doença é marcada pela redução da produção de dopamina, um neurotransmissor. Nesse cenário, as células-tronco são induzidas a se transformarem em células neurais capazes de produzir dopamina, auxiliando, então, no tratamento da doença citada.
Esses estudos científicos expõem o tamanho diferencial do uso das células-tronco na terapia de diversas doenças, até mesmo as neurológicas. Leucemias, Talassemias, Imunodeficiências primárias, Doenças metabólicas e Anemia falciforme são alguns exemplos de doenças que podem ser tratadas com a terapia celular.
Caso Cláudia Rodrigues
O caso da atriz e comediante Cláudia Rodrigues, acompanhado pela mídia, pode ser apresentado como um exemplo real de melhora na qualidade de vida. Cláudia é portadora de esclerose múltipla há mais de 20 anos, uma doença crônica, neurológica e autoimune.
Em 2015, Claudia realizou o transplante autólogo de células-tronco, com expectativa de melhoria no seu quadro de esclerose múltipla. De acordo com o Dr. Nelson Hamerschlak, médico da Claudia na época do transplante, o esperado do tratamento com células-tronco era a redução de crises e melhora das sequelas.
Para pacientes com doenças autoimunes que apresentam graves e progressivos sintomas, o transplante é indicado e levantado como nova opção terapêutica. Para verificar a eficiência desse tipo de transplante, são utilizados os dados da Escala Expandida de Incapacidade Funcional de Kurtzke (EDSS), método que quantifica o grau de incapacidade ocorrido durante o progresso da esclerose múltipla.
O resultado foi positivo. Antes de realizar o procedimento, Claudia estava com pontuação 6 na EDSS. Após o transplante, ela marcou pontuação 5, o que representa uma grande melhora.
No final de 2016, Claudia revelou com emoção os resultados positivos do transplante. Em entrevista ao R7, ela disse: “Tudo em minha vida mudou. Antigamente, eu sentia uma fadiga muito forte, muito cansaço. Mas isso não existe mais. Estou voltando a ser o que eu era”. A fadiga é um dos sintomas da esclerose múltipla.
As consequências positivas do transplante são percebidas e citadas por Claudia até hoje. Em dezembro de 2022, em um vídeo ao vivo no Instagram, ela citou o procedimento e afirmou: “Para mim o transplante foi maravilhoso! Acabou com a minha fadiga.” A importância disso deve-se ao fato de oferecer aos pacientes melhor qualidade de vida e menor fraqueza, garantindo a eles a energia necessária para realizar sua rotina de tratamento.
Diante dos fatos e exemplos citados, podemos ver que essas células são verdadeiras aliadas à saúde e, através delas, podemos impulsionar ainda mais a ciência. A expectativa é que novos estudos sejam realizados e com eles, novas chances de tratamento e cura a base de células-tronco sejam descobertas. As células-tronco fomentam a grande riqueza científica que temos e indicam uma grande esperança na vida de muitos pacientes!
Cite este artigo:
MOUSINHO, L. A importância das células-tronco para o uso terapêutico. Revista Blog do Profissão Biotec. V. 10, 2023. Disponível em: <https://profissaobiotec.com.br/a-importancia-das-celulas-tronco-para-uso-terapeutico/>. Acesso em: dd/mm/aaaa.
Referências:
ALVES, Suelen et al. O uso terapêutico de células tronco. Revista Saúde em Foco–Edição, 2019.
COSTA, Nathália Amanda. Transplante autólogo de células tronco para a Esclerose Múltipla. 2018.
DE SOUZA, Verônica Ferreira et al. Células-tronco: uma breve revisão. Revista de ciências médicas e biológicas, v. 2, n. 2, p. 251-256, 2003.
PEREIRA, Lygia da Veiga. A importância do uso das células tronco para a saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 07-14, 2008.
Fonte da imagem destacada: