Continuando nossa série de artigos sobre Biotecnologia pelo mundo, hoje vamo falar sobre a Austrália! O nome Austrália vem do latim ‘Terra Austrália Incógnita’, que significa Terra do Sul Desconhecida. Famosa por ser a terra do canguru, belas praias e muito sol, além de paisagens exuberantes, iremos conhecer um pouco mais desse país sob o ponto de vista da bioeconomia nesse artigo. Confira!
1. Economia
A economia da Austrália é altamente desenvolvida, sendo atualmente a 13ª maior do mundo por Produto Interno Bruto (PIB) nominal, que ultrapassa US$ 1,2 trilhão (dados do ano de 2010).
O setor industrial, que corresponde por cerca de 25% do PIB australiano, tem boa parte de sua escala voltada para o setor primário, com a larga produção de alimentos, vinhos, tabaco e a exploração mineral, bem como atividades que exigem maior tecnologia, como a indústria de máquinas e equipamentos, a indústria química, metalúrgica, siderúrgica e petroquímica.
Além desses setores, o país se destaca na bioeconomia, com 371 empresas de biotecnologia – sendo 128 com foco em desenvolvimento de terapêuticos, 88 em Pesquisa e Desenvolvimento, 72 em tecnologia médica, 50 em outros setores e 33 empresas farmacêuticas (gráfico abaixo).
2. Bioeconomia
A Austrália é líder mundial em ciências da vida é considerada entre os cinco primeiros países em inovação em biotecnologia pelo terceiro ano consecutivo. A política do governo australiano e os programas de financiamento procuram avançar o potencial da Austrália em tecnologia médica, saúde digital, agritech e foodtech, terapêuticos, medicina regenerativa e outras áreas-chave das ciências da vida.
A Austrália também se classificou entre os três primeiros países em quatro indicadores pelo índice da revista Nature:
- #3 Maiores receitas das empresas públicas;
- #2 Mais empresas públicas;
- #2 Maioria dos funcionários pertencentes a empresas públicas;
- #2 Maiores mercados públicos biotecnológicos.
O setor de ciências da vida levantou AU$ 1,384 bilhões (R$ 5 bilhões) em capital em 2016 e espera-se um crescimento anual de 4,4%, atingindo AU$ 8,67 (R$ 30 bilhões) bilhões em receitas agregadas projetadas para 2021.
A Austrália possui uma localização líder para empresas de ciências da vida na região da Ásia-Pacífico, com mais de 300 empresas de biotecnologia e 400 empresas de tecnologia médica.
Empresas farmacêuticas, biotecnológicas e de dispositivos médicos iniciam cerca de 1000 novos ensaios clínicos por ano, representando um investimento de AU$ 1 bilhão. A força do país em ensaios clínicos vem dos seguintes fatores:
- Infraestrutura de pesquisa médica de qualidade, força de trabalho qualificada e um sistema de saúde de classe mundial;
- Uma via regulamentar eficiente e conformidade com elevados padrões internacionais de dados;
3. Cidades em destaque
São quatro cidades referências em bioeconomia, de acordo com o livro Biotech Industry: A Global, Economic, and Financing Overview: Adelaide, Brisbane, Melbourne e Sydney.
Adelaide
Adelaide é o lar da Bio Innovation SA e um dos poucos clusters de biotecnologia na Austrália.
Melbourne
Melbourne é o principal polo Australiano em biotecnologia. É reconhecida por sua alta qualidade, rapidez e custo-benefício em ensaios clínicos, ambiente favorável à P&D e um governo de apoio. Trabalha em conjunto com empresas internacionais líderes, que desejam acessar suas capacidades para desenvolvimento de novos produtos globais inovadores de saúde.
Os pesquisadores de Melbourne recebem a maior proporção do financiamento de pesquisa médica da Austrália, o que explica este ser o principal local para a gestão de investimentos em biotecnologia na Austrália.
Sydney
Sydney é significativa na medida em que é sede de filiais australianas de empresas farmacêuticas multinacionais. A cidade é também a líder na indústria de dispositivos médicos da Austrália, e o portal de acesso ao capital estrangeiro.
Brisbane
Brisbane é o epicentro da nova onda de atividade biotecnológica na Austrália após o governo estadual de Queensland implementar um programa de desenvolvimento biotecnológico de dez anos em 1999.
A cidade foi selecionada como sede do Institute of Molecular Biosciences em 2000, do Australian Institute of Bioengineering and Nanotechnology em 2001 e do Institute of Health and Biomedical Innovations da Queensland University of Technology em 2002.
4. Start-ups para ficar de olho (dados fornecidos pelo site Crunchbase)
A SpeeDx, fundada em 2009, é uma empresa privada com sede na Austrália, escritórios em Londres e nos EUA e distribuidores em toda a Europa. É especializada em soluções de diagnóstico molecular que vão além da simples detecção, para oferecer informações importantes para uma melhor gestão dos pacientes.
O portfólio de produtos se concentram no diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (DST), marcadores de resistência a antibióticos e doenças respiratórias.
Imagem: Kit de diagnóstico PlexPCR® para Herpes 1 & 2. Fonte: SpeedX.
Microba é uma empresa australiana que trabalha para criar uma comunidade mais saudável. Construída fortemente com base na pesquisa científica, Microba se estabeleceu como um líder mundial na análise do microbioma intestinal.
Com um corpo crescente de pesquisas globais indicando que o microbioma intestinal tem um papel central na saúde e na doença, Microba é uma grande contribuinte no desenvolvimento de novos serviços patológicos, terapêuticos e diagnósticos baseados no microbioma.
Imagem: Teste de microbioma da Microba
A Mesoblast é líder mundial no desenvolvimento de produtos biológicos para o campo da medicina regenerativa. Os processos de fabricação patenteados da Mesoblast produzem medicamentos celulares em escala industrial, criopreservados, prontos para uso. Estas terapias celulares, com critérios definidos de liberação farmacêutica, estão planejadas para estarem prontamente disponíveis aos pacientes em todo o mundo.
Imagem: Frascos de MPC-150-IM, produto da Mesoblast com células estaminais. Fonte: Mesoblast.
A Protagonist Therapeutics é uma empresa biofarmacêutica em fase clínica com uma plataforma tecnológica própria focada na descoberta e desenvolvimento de novas entidades químicas baseadas em peptídeos (NCEs).
Essa plataforma permite descobrir peptídeos de nova forma com o grau desejado de potência, especificidade e seletividade.
A empresa utilizou com sucesso esta plataforma para descobrir o PN-943 e o PTG-200, que são peptídeos orais, assim como o PTG-300, um peptídeo injetável para doenças raras do sangue.
Imagem: Teste para talassemia desenvolvido pela Protagonist Therapeutics.
A Vaxxas pretende criar o futuro da vacinação: sem agulhas. Uma plataforma avançada que vacina aplicando um adesivo na pele por alguns segundos. É concebida para depositar diretamente a vacina entre a população densa de células imunitárias na pele, desenvolvendo uma resposta imunitária eficiente.
Imagem: Dispositivo nanotecnológico criado pela Vaxxas para vacinação.
Depois de aprender como a Austrália tem se tornado uma potência no setor de bioeconomia, nossa próxima parada será a terra rica em belezas naturais e recursos biológicos. Já sabe qual é? Deixe nos comentários sua resposta! Continue acompanhando nossa série de artigos sobre bioeconomia na série Biotecnologia pelo mundo !
*O Profissão Biotec não recebe nada em troca por divulgar as marcas apresentadas neste texto.