Tecnologia muda nossas vidas. A descoberta da possibilidade de plantar sementes ao invés de simplesmente colher frutos fez com que nossos ancestrais distantes tivessem sua sociedade profundamente transformada, o que propiciou mudanças como desenvolvimento de uma tecnologia armamentista, trabalhando ferro e bronze ao invés de pedras.

Outra revolução armamentista deu origem à Primeira Guerra mundial, que nos deixou em seu legado a eletricidade. Na Segunda Guerra, o extenso uso da penicilina como antibiótico revolucionou a saúde, assim como as vacinas, que tinham sido desenvolvidas pouco tempo antes. E todas essas tecnologias podem avançar ainda mais com a biotecnologia.

Desde a produção de energia e de água até novas formas de fazer guerra, a biotecnologia já se faz amplamente presente nas nossas vidas. A forma como vemos e lidamos com nossa saúde está novamente mudando com as pesquisas de cunho biotecnológico. Até mesmo a microbiota em nossos corpos tem sido objeto de estudos relacionados não somente à saúde física, mas também mental. Novos horizontes estão sendo criados a todo momento.

Falando em novos horizontes, por décadas muitas pessoas ficaram extasiadas com a ideia da colonização espacial. Depois das grandes navegações e, séculos depois, o fenômeno que chamamos de globalização, nosso desejo de explorar novas terras foi limitado pelo tamanho do nosso planeta. O espaço, então, seria a nova abordagem.

Quando falamos de exploração espacial, é mais comum nos depararmos com os problemas voltados à mecânica envolvida, para que a viagem seja viável economicamente. Mas as limitações da nossa fisiologia também são problemas reais a serem enfrentados, tanto pela prolongada exposição ao espaço quanto pela nossa presença em outro planeta. Há uma grande possibilidade de, ao lidar com isso, enfrentarmos diretamente o transumanismo.

A filosofia transumanista visa a analisar e melhorar a condição humana a partir do uso de ciência e tecnologia. A discussão ética em cima disso é bastante complexa. Experimentação intensa com humanos tem sido vista com maus olhos desde a Segunda Guerra Mundial, devido aos feitos dos países do Eixo. Por mais que, nesse caso, as pessoas possam ter suas escolhas respeitadas, a possibilidade de criar uma casta biológica pela separação de seres humanos mais ou menos “evoluídos” é preocupante. Os limites do que é ser humano serão colocados em evidência, assim como nossa própria percepção das nossas fronteiras.

Apesar de lidarmos com continentes e planeta, nosso maior nível de organização social ainda é um país. Considerando que podemos colonizar Marte, como ficaria essa organização? Outros planetas terão que responder à Terra? Essas questões serão um problema do futuro, mas isso não quer dizer que não possam ser relevantes agora.

Bastante relevante para os dias atuais entretanto, é a forma como guerras podem ser travadas. O uso de mecanismos biológicos na guerra não é desconhecido à nossa espécie: desde os atentados com Antraz nos EUA, ao envenenamento de águas por Vlad Tepes (sim, o próprio Drácula) na guerra contra os Otomanos, desenvolvemos algumas táticas de usar nossos inimigos naturais a nosso favor, mas isso pode ser trazido a um novo nível com a edição de patógenos para ampliar sua letalidade e especificidade.

Guerras podem ser travadas pela biotecnologia, mas também podem ser evitadas. Com a crise crescente nos recursos hídricos e energéticos, a possibilidade de enfrentarmos conflitos está se tornando cada vez mais real. É necessária a produção de energia limpa e tratamento de efluentes da água, gerando recursos com maior renovabilidade.

O avanço nas telecomunicações, que começou por causa de conflitos originados na Europa, foram essenciais para que vivêssemos no mundo globalizado de hoje, onde as relações funcionam de forma bem mais dinâmica, mas a pressão que existe em relação à produtividade e trabalho aumentou. As decisões tomadas a respeito do uso da tecnologia são o que definem o futuro e é necessário conhecê-las para entender seus prós e contras. Em qual futuro você quer estar?

Autora: Iasmin Moreira
Referências
Alan G. Hevesi. The Economic Impact of the Biotechnology and Pharmaceutical Industries in New York. 2005. Disponível em: <https://www.osc.state.ny.us/osdc/biotechreport.pdf>. Acesso em: 02 set. 2018.
CENTER, The Immunisation Advisory. A brief history of vaccination. 2017. Disponível em: <http://www.immune.org.nz/vaccines/vaccine-development/brief-history-vaccination>. Acesso em: 02 set. 2018.
KAPLAN, Bonnie J. et al. The Emerging Field of Nutritional Mental Health. Clinical Psychological Science, v. 3, n. 6, p.964-980, 2 fev. 2015. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1177/2167702614555413.
LALLANILLA, Marc. The Science of World War I: Communications. 2014. Disponível em: <https://www.livescience.com/45641-science-of-world-war-i-communications.html>. Acesso em: 01 set. 2018.
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Revisado por Luana Lobo e Thais Semprebom
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