Neste texto da série Biotecnologia pelo Mundo, conheça mais sobre a Alemanha, o segundo maior pólo de negócios de biotecnologia na Europa.

A nossa série Biotecnologia pelo Mundo não poderia deixar de falar sobre a Alemanha!

A Alemanha é a maior economia da Europa e tem o quarto maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do mundo, conforme dados de 2019. Sua capital é Berlim e o idioma oficial é o alemão. O país tem a menor taxa de natalidade do mundo, mas em compensação é o segundo maior destino de imigrantes, tornando-se bastante receptivo a estrangeiros.

O país é referência em engenharia, principalmente na indústria automobilística, metalúrgica e química. A Alemanha é a terra natal de Albert Einstein, Alexander von Humboldt, Max Planck e muitos outros cientistas e pensadores. A lâmpada, o carro e a insulina são algumas das invenções alemãs.

E uma curiosidade para quem gosta de bioprocessos em bebidas: a Alemanha é o segundo maior consumidor de cerveja do mundo, só perdendo para a República Tcheca!

Bioeconomia do Pais

O desenvolvimento da bioeconomia começou em 1996 na Alemanha, com políticas de incentivo, networking entre instituições e empresas, investimentos e presença de aceleradoras e incubadoras. Em 2010, o país publicou sua primeira estratégia nacional de bioeconomia 2030, e em 2020 reformulou ela com o objetivo de fortalecer seu papel na bioeconomia mundial.

A Alemanha é o segundo maior pólo de negócios de biotecnologia na Europa, atrás somente da Inglaterra, conforme relatório publicado pela consultoria McKinsey & Company em 2019. Alcançou o maior número de patentes na área biofarmacêutica em 2017, com um total de 627 concedidas e mais 1.273 aplicações. Isso se deve às empresas e universidades que pesquisam e desenvolvem no setor biotecnológico, além da presença de cinco grandes institutos de pesquisa: Fraunhofer, Helmholtz, Max Planck, Leibniz e o European Molecular Biology Laboratory (EMBL).

Como as empresas de saúde são dominantes na bioeconomia alemã, é compreensível que elas façam parte do gráfico abaixo das oito maiores empresas farmacêuticas e biotecnológicas da Alemanha.

Adaptado de Statista.

Setores da bioeconomia do país

Como mencionado, mais de 50% das empresas de biotecnologia fazem parte da indústria da saúde, com foco em biofármacos, anticorpos e diagnósticos, incluindo também soluções para a saúde animal. Outros setores com relativa representatividade são os de biotecnologia agrícola, biotecnologia industrial e bioinformática.

Em um relatório governamental sobre a Bioeconomia na Alemanha de 2015, foram destacadas as principais e futuras aplicações da bioeconomia em diferentes indústrias, como:

  • Automotiva: peças de carro reforçadas com fibras naturais e bioplásticos;
  • Construção: isolante térmico produzido à partir de lignina, liquidificadores de cimento derivados de resíduos da indústria de celulose e asfalto a partir de óleo vegetal usado.
  • Energia: a Alemanha é líder mundial em tecnologia de biogás, mas também produz biodiesel a partir de óleo da planta colza e algas, e bioetanol de diferentes biomassas.
  • Agricultura: melhoramento genético de animais e plantas, especialmente cevada e beterraba;
  • Engenharia mecânica: biorreatores, engenharia de bioprocessos e tecnologia para plantas de biogás;
  • Alimentos e bebidas: além das tradicionais indústrias de cerveja e de panificação, o setor busca inovação biotecnológica com enzimas, aromas, aminoácidos, probióticos, entre outros;
  • Bens de consumo: moléculas bioativas em cosméticos, enzimas em produtos de limpeza e bioplásticos para embalagens;
  • Têxtil: utilização de diferentes matérias-primas naturais para composição de fibras e fibras de alta tecnologia feitas com proteínas de teias de aranha produzidas por bactérias.

Cidades em destaque

1 – Munique

Munique é a capital do estado da Baviera, no sudeste alemão, sendo a terceira maior cidade do país, com mais de 1,3 milhões de habitantes. É um dos grandes pólos de biotecnologia da Alemanha, por conta de sua concentração de empresas – equivalente a 15% das empresas de biotecnologia alemãs em 2017 – e a presença de universidades e institutos de pesquisa. A indústria que predomina é a da saúde, com foco em medicina personalizada e imunoterapia.

Algumas empresas de biotecnologia de Munique são AMSilk, MorphoSys, MediGene, Immunic Therapeutics e Ethris.

2 – Berlim

Berlim fica no nordeste da Alemanha e é a maior cidade do país, com mais de 3,5 milhões de habitantes. É um centro mundial de cultura, ciência, política e mídia. Além do grande número de empresas de biotecnologia, tem 19 institutos de pesquisa e 6 universidades atuando na área de biotecnologia, sendo assim referência como Munique. Apesar de também ter destaque na indústria da saúde, Berlim tem maior variedade de setores do que Munique.

Empresas interessantes situadas em Berlim são Mologen, Glycotope, Cyano Biotech, TissUse e MINT Engineering.

Onde estudar biotecnologia na Alemanha

Boa parte do sistema educacional na Alemanha é gratuito, desde o jardim de infância até a universidade, e sua qualidade é reconhecida mundialmente. Reunimos aqui as 3 melhores universidades para estudar biotecnologia no país, conforme o World Scholarship Forum.

RWTH Aachen

Universidade localizada em Aachen, com alta reputação na área de ciência e pesquisa em toda a Europa, com programas de bacharelado e mestrado na área de biotecnologia e biologia molecular.

Universidade de Freiburg

O programa mais interessante oferecido é uma especialização em biotecnologia trilíngue, com aulas em alemão, francês e inglês. A universidade tem destaque na pesquisa com imunologia, neurobiologia e ciência molecular de plantas.

Universidade de Ciências Aplicadas de Darmstadt

A cidade de Darmstadt e sua universidade são reconhecidos por suas invenções no campo da ciência e tecnologia. Conta com um departamento de química e biotecnologia robusto, ofertando programas de bacharelado e mestrado. Também se destaca por promover intercâmbios nessa área.

Algumas outras instituições que oferecem ótimos programas na área de biotecnologia são: a Universidade Técnica de Berlim, a Universidade de Bonn, a Universidade Técnica de Braunschweig e a Universidade Técnica de Munique.

Agora que você já conhece mais sobre a bioeconomia da Alemanha, conta para a gente o que você achou mais interessante! Não deixe de acompanhar a bioeconomia em outros países em nossa série Biotecnologia pelo mundo!

Sofia
Texto revisado por Natália Videira e Ísis Biembengut

*O Profissão Biotec não recebe nada em troca por divulgar as marcas apresentadas neste texto.

Referências:
BIOTECHNOLOGIE.DE. Die deutsche Biotechnologie-Branche 2019. Disponível em: <https://biotechnologie.de/statistics_articles/28-die-deutsche-biotechnologie-branche-2019>. Acesso em: 10 de setembro de 2020.
FESSL, S. Branchenreports 2015: Biotech-Branche mit positiven Zukunftsindikatoren. Gesundheitsindustrie BW. 2015. Disponível em: <https://www.gesundheitsindustrie-bw.de/fachbeitrag/aktuell/branchenreports-2015>. Acesso em: 9 de setembro de 2020.
LANDESHAUPTSTADT MÜNCHEN. Biotechnologie und Pharma. Disponível em: <https://www.muenchen.de/rathaus/wirtschaft/branchen/biotechnologie.html>. Acesso em: 9 de setembro de 2020.PHILIPPIDIS, A. Top 10 European Biopharma Clusters. Genetic Engineering & Biotechnology News. 2018. Disponível em: <https://www.genengnews.com/a-lists/top-10-european-biopharma-clusters-5/>. Acesso em: 10 de setembro de 2020.

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