Confira nesta série de artigos como a indústria biotecnológica funciona em diferentes países: desta vez falamos sobre o Japão!

Em 2020 será realizado a trigésima segunda edição dos Jogos Olímpicos na cidade de Tokyo, no Japão. O Japão é conhecido por sua cultura milenar, educação e principalmente pelo respeito às tradições.

Continuando nossa série de artigos sobre Biotecnologia pelo mundo, hoje vamos falar sobre este país que também é conhecido como “terra do sol nascente”, onde podemos aprender muito sobre ciência e tecnologia.

O Japão é uma das nações líderes nos campos da pesquisa científica, especialmente de tecnologia, maquinário e pesquisa biomédica. Cerca de 700.000 pesquisadores dividem um orçamento de 130 bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento, o terceiro maior do mundo.

O país é líder mundial no domínio da pesquisa científica de base, tendo produzido treze prêmios Nobel em física, química ou medicina, três Medalhas Fields (maior prêmio da matemática) e um Prêmio Gauss. No ranking global de inovação o país ocupa o décimo quinto lugar.

Apesar do pequeno território, a economia japonesa é uma das mais desenvolvidas do mundo, e a população apresenta elevado poder de consumo quando comparada com outras partes do mundo. Os principais setores econômicos são indústria, tecnologia e finanças.

Setores em destaque da bioeconomia

O Japão representa o segundo maior mercado  do mundo em produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, atrás apenas dos Estados Unidos. Essa interseção entre envelhecimento e abundância financeira cria um laboratório sobre como o resto do mundo lidará com as mudanças econômicas e sociais do envelhecimento.

 O país tem grandes institutos acadêmicos que produzem ciência de classe mundial, sendo a sede de grandes empresas farmacêuticas que são líderes no setor. Desde 1992 o número de empresas japonesas relacionadas a biotecnologia cresceu de 75 para 591 empresas  em 2013.

De acordo com o Biotech Gate, existem 381 empresas de biotecnologia no país, dentre as quais 136 empresas pertencem à área de Pesquisa e Desenvolvimento (36%), 105 possuem foco em terapêuticos (28%) e 94 possuem foco em farmacêuticos (24%). 

Empresas e startups japonesas para ficar de olho

Elencamos algumas empresas e startups que devem ser acompanhadas de perto. Confira:

Molcure

Molcure é uma Start-up japonesa focada em acelerar a descoberta de novos medicamentos. Combinando diversas tecnologias de inteligência artificial, o protocolo da Molcure para desenvolvimento de novos produtos segue as seguintes etapas:

  1. Desenho de anticorpos e peptídeos, por meio da inteligência artificial, para construção de uma biblioteca; 
  2. Realização de testes biológicos in vitro com auxílio de automação, para análises avançadas; 
  3. Após os experimentos in vitro, é  realizada a análise dos dados  e criada uma biblioteca de anticorpos (atualmente uma das maiores do mundo!);
  4. Com o auxílio da inteligência artificial, é possível gerar candidatos com grande potencial para se tornarem fármacos, de forma mais rápida do que pelo método tradicional. 

Takeda

Em 1781, Chobei Takeda I começou a vender ervas medicinais japonesas e chinesas em Doshomachi, o bairro dos medicamentos em Osaka, Japão. O fundador da Takeda ganhou uma reputação de integridade nos negócios, produtos e serviços de qualidade. Estas características e valores persistiram com o passar dos anos e ficaram embebidas na filosofia da empresa.

Desde então a empresa tem foco em três áreas terapêuticas – Oncologia, Gastroenterologia, Doenças Raras Hereditárias e Hemofilia.

Spiber

A Spiber foi criada em 2007 para alavancar a comercialização industrial de seda sintética de aranha e outros materiais proteicos de alto desempenho. Esta empresa conseguiu estabelecer a tecnologia básica necessária para a produção em massa de seda sintética de aranha pela primeira vez no mundo.

Fermenstation

A Fermenstation é uma empresa de consultoria que une aprovetamento de biomassa.

A empresa realiza consultoria e desenvolve sistemas comerciais exclusivos de pequena escala que utilizam biomassa produzida de comunidades locais, unindo agricultura e negócios nas comunidades rurais com o objetivo de criar novos produtos ou maximizar a biomassa produzida. Também desenvolvem produtos originais, alavancando conhecimento e experiência em tecnologias de fermentação e fabricação de cerveja. 

Agora que aprendemos um pouco sobre a bioeconomia no Japão, podemos perceber que os japoneses conseguem transformar a pesquisa básica em conhecimento aplicado com maestria. Assim, fica fácil de entender porque estão na vanguarda da produtividade e inovação. 

Continue acompanhando nossa série de artigos sobre bioeconomia na série Biotecnologia pelo mundo ! Próxima parada: a terra do canguru, já sabe qual é?

Texto revisado por Bruna Lopes e Luana Lobo

*O Profissão Biotec não recebe nada em troca por divulgar as marcas apresentadas neste texto.

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O Profissão Biotec é um coletivo de pessoas com um só propósito: apresentar o profissional de biotecnologia ao mundo. Somos formados por profissionais e estudantes voluntários atuantes nos diferentes ramos da biotecnologia em todos os cantos do Brasil e até mesmo espalhados pelo mundo.

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