Médicos-veterinários do Instituto No Extinction (NEX), de Corumbá (Goiás), estão utilizando células-tronco para tratar queimaduras de animais feridos nos incêndios do Pantanal. Um exemplo bem sucedido é da onça pintada fêmea Manaci, que sofreu ferimentos nas quatro patas, recebeu células-tronco de outra onça já tratada pela organização e apresentou melhora do processo cicatricial e diminuição do processo inflamatório. Agora, as células-tronco retiradas da onça Manaci poderão ser usadas no tratamento de alguma outra onça ferida.
De acordo com a médica-veterinária Patrícia Furtado Malard, presidente da Associação Brasileira de Terapia Celular, as células-tronco que são aplicadas nos animais, possuem partículas inflamatórias provenientes da lesão, e auxiliam na produção de proteínas importantes para a recuperação das feridas, acelerando o processo de cicatrização.
As resoluções nº 1363 e 1364, publicadas recentemente no Diário Oficial da União, regulamentaram o uso das terapias com células tronco e agora os médicos-veterinários podem utilizá-las como práticas clínicas para tratamento dos animais. Além de auxiliar na recuperação dos animais feridos nos incêndios do Pantanal, o tratamento com células-tronco também é indicado para o tratamento de doença renal crônica em felinos, e sequela neurológica de cinomose, osteoartrose, hipoplasia de medula e dermatite atópica em cães.
O uso da terapia com células-tronco será importante para recuperar e devolver à natureza os animais feridos no Pantanal, muitos deles ameaçados de extinção.