Nos últimos dois ou três anos a tecnologia de edição CRISPR não saiu da mídia e dos artigos científicos, se tornando uma das mais famosas e promissoras técnicas de biologia molecular. No segundo semestre de 2018 foi iniciado o primeiro Teste Clínico utilizando CRISPR para o tratamento doenças humanas, neste caso focando anemia falciforme e beta-talassemia. O teste foi iniciado na Europa e conta com 12 pacientes portadores dessas desordens sanguíneas, e vai ser decisivo para confirmar se a técnica CRISPR vai corresponder a todas as expectativas do mundo científico.
Um teste clínico similar vai ser iniciado em breve nos Estados Unidos, pois a Food and Drug Administration (FDA), o escritório de regulação de novos medicamentos dos EUA, acabou de conceder a aprovação para que as empresas Boston’s Vertex Pharmaceuticals e CRISPR Therapeutics (uma empresa Suíça com laboratórios em Massachussetts) realizem os testes.
Tratamentos de edição gênica modificam o DNA das células, seja por inserção, deleção, alteração ou substituição de determinada informação gênica. Utilizando a tecnologia CRISPR, os cientistas conseguem editar o DNA com muito mais seletividade e segurança do que com os métodos anteriores.
O estudo europeu foi iniciado em setembro, e está previsto para ser finalizado no começo de 2022. Neste estudo, os pesquisadores vão observar se as células editadas por CRISPR serão capazes de aumentar a produção de hemoglobina, a proteína presente nas células vermelhas do sangue responsável por carregar o oxigênio para as demais células. As células são retiradas do paciente, modificadas por CRISPR e depois re-inseridas.
Além dos riscos da realização de um procedimento tão específico, ainda existem as questão éticas relativas à edição gênica.