[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Text 1″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
Já comentamos, em outros textos, sobre a necessidade de produzirmos alimentos para toda a população. E que esses próprios alimentos precisam ser nutridos. Porém, em se tratando de plantas, não podemos nos limitar apenas àquelas cultivadas para fins alimentares. Se você perdeu os textos anteriores, dê uma lida neste, que fala sobre a nutrição nitrogenada das plantas, e neste, que apresenta uma alternativa de fertilização por meio de microalgas.
PLANTAS E FERTILIZANTES
Os fertilizantes são aplicados para suprir as plantas com os nutrientes de que necessitam, promovendo o crescimento e o desenvolvimento vegetal – a oferta desses nutrientes, aliás, deve acompanhar continuamente esses dois períodos. Para isso, existem diferentes tipos de produtos que podem ser aplicados ao solo, ou mesmo diretamente nas folhas.
[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 1″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/07/1.jpg” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”http://www.brasnutri.org.br/arquivos/numeros_setor/2017_atualizado.pdf” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Legenda” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
A Lei do Mínimo, também conhecida por Lei de Liebig (estabelecida pelo químico alemão Justus von Liebig (1803 – 1873)), é um princípio que defende que o desenvolvimento de um organismo não depende do total de nutrientes disponíveis, mas sim daqueles cujas concentrações estão próximas do limite mínimo. Na figura do barril, a tábua menor (potássio) representa o nutriente limitante da produção. Fonte: Vamos comer melhor.
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”Text 2″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
A aplicação de fertilizantes comuns, geralmente solúveis em água, faz com que eles se tornem poluentes dos corpos d’água, pois uma grande quantidade do produto pode ser perdida por erosão, lixiviação e até mesmo por volatilização. Muitos dos nutrientes oferecidos às plantas não são utilizados por elas, pois parte deles se perde rapidamente no solo, o que exige constantes aplicações, demandando trabalho intensivo. Além disso, é necessário selecionar corretamente a taxa e o tempo de aplicação e a composição adequada a cada tipo de planta para garantir uma produção vegetal ótima, o que implica em conhecimento específico.
Diante deste panorama, produtores rurais e de viveiros florestais precisam contar com tecnologias alternativas que os auxiliem a gerenciar diversos fatores de produção de forma viável e racional. Uma dessas tecnologias é aquela com o conceito de “fertilizantes inteligentes”, também chamados de “fertilizantes de eficiência aumentada”, que ajudam a reduzir as perdas e aumentar a eficiência nutricional.
São exemplos de fertilizantes “inteligentes” aqueles de liberação lenta ou de liberação controlada. Tratam-se de grânulos que prolongam o tempo de liberação dos nutrientes, conforme a necessidade da planta, e eliminam a necessidade de fertilização constante. Enquanto fertilizantes solúveis oferecem um aporte imediato de nutrientes, os de liberação lenta/controlada o fazem ao longo do desenvolvimento das plantas. Existe ainda a possibilidade de associar a aplicação desses dois tipos, uma vez que a eficiência da oferta de cada nutriente pode ter influência da época do ano (condições ambientais) ou em diferentes partes da planta (por exemplo, aplicação foliar).
[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 2″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/07/2.png” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”https://unsplash.com/photos/tr1po6kOWEc” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Legenda” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
Modelo teórico de ação dos fertilizantes de eficiência aumentada. Fonte: José Carlos Polidoro, adaptado de Chalk et al. (2015).
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”Text 3″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
LIBERAÇÃO LENTA versus LIBERAÇÃO CONTROLADA
De maneira geral, os fertilizantes de liberação lenta e os de liberação controlada podem ser usados como sinônimos, configurando um grupo de fertilizantes revestidos e encapsulados que liberam os nutrientes por diferentes mecanismos, atrasando ou incrementando sua disponibilidade ao longo do desenvolvimento das plantas. Porém, há algumas definições que separam esses dois grupos.
Costuma-se usar o termo fertilizante de liberação lenta quando a liberação dos nutrientes, após a aplicação, é atrasada em relação ao convencional, depende de fatores climáticos e/ou microbianos e não é controlada. Os elementos fertilizantes serão liberados conforme a velocidade de degradação físico-química e biológica do solo em que for empregado, além de dependerem da quantidade de água, acidez, temperatura e aeração do solo.
Já o termo fertilizante de liberação controlada é usado quando a dinâmica da liberação dos nutrientes é estimada: são conhecidos, neste caso, os fatores, os padrões e o tempo em que isso ocorre. Essas variáveis podem ser controladas durante o preparo do produto! Esses tipos de fertilizantes geralmente são grânulos revestidos por um material que controla a saída gradual dos nutrientes, o que depende principalmente da espessura do revestimento. O objetivo é manter um sincronismo entre a liberação dos nutrientes ao longo do tempo e as necessidades nutricionais da planta em suas diferentes etapas de desenvolvimento.
TECNOLOGIA
As tecnologias utilizadas para produzir os fertilizantes “inteligentes” variam de acordo com diversos critérios, como sua natureza química e o fabricante. O principal método é revestir ou encapsular compostos solúveis com material insolúvel em água, semipermeável ou permeável com microporos para controlar a entrada/saída de água e a taxa de dissolução do conteúdo encapsulado. Os materiais podem ser polímeros (orgânicos, inorgânicos e sintéticos), sendo os mais comuns os orgânicos termoplásticos (que se fundem e se solidificam várias vezes), resinas ou materiais inorgânicos, como o enxofre.
[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 2″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/07/3.jpg” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”https://unsplash.com/photos/tr1po6kOWEc” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Legenda” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
Esquema de encapsulamento formando um grânulo de fertilizante de liberação lenta e/ou controlada. Fonte: Revista Campo e Negócios.
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”Text 3″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
As propriedades do solo (acidez, salinidade, atividade microbiana, etc.) não afetam significativamente a liberação do nutriente através do revestimento dos grânulos. Essa liberação depende da temperatura e da umidade do solo, da natureza química e da permeabilidade do material usado e do tamanho do grânulo. A partir do conjunto dessas características é possível estimar a taxa de liberação dos nutrientes em determinadas condições.
Quando o grânulo entra em contato com a água e esta é absorvida, o nutriente em seu interior é solubilizado e atravessa as camadas de revestimento, por diferença osmótica. A temperatura pode influenciar a dilatação e contração da membrana, controlando a liberação gradual dos nutrientes. Desta forma, os níveis dos elementos nutritivos essenciais para as plantas são constantes durante seu período de crescimento e desenvolvimento.
[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 2″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/07/4.png” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”https://unsplash.com/photos/tr1po6kOWEc” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Text 3″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
VANTAGENS e DESVANTAGENS
Algumas das vantagens dos fertilizantes de liberação lenta e de liberação controlada são:
* uso prático e seguro, economizando tempo de trabalho;
* redução do risco de aplicação incorreta e da frequência de aplicações;
* minimização das perdas de nutrientes para o ambiente;
* melhora da absorção dos nutrientes por meio da liberação sincronizada,de maneira regular e contínua;
* diminuição de riscos de poluição ambiental, conferindo valor ecológico;
* aumento da produtividade nas culturas.
Dentre as desvantagens, estão:
* o custo de produção dos grânulos ainda é maior que o de fertilizantes convencionais, devido principalmente à complexidade de sua produção;
* grânulos podem ser danificados, liberando alguns nutrientes muito rapidamente ou muito lentamente, provocando prejuízo às plantas;
* alguns fertilizantes encapsulados podem deixar o solo mais ácido, interferindo na absorção de outros nutrientes;
* alguns tipos de grânulos podem deixar resíduos indesejáveis de material sintético no solo, levando a um acúmulo destes, que se decompõem muito lentamente ou nunca.
Este último item é um ponto complicado de contornar, já que, para garantir a longevidade da liberação dos nutrientes, o revestimento do grânulo não pode sofrer degradação bioquímica ou destruição mecânica durante sua vida útil, o que deve acontecer apenas depois do esvaziamento da cápsula. No entanto, alguns materiais utilizados nos revestimentos persistem no solo, o que demanda pesquisas para desenvolver produtos que resolvam esse problema, como polímeros que se degradem na presença de CO2, água, luz, entre outros. Algumas dessas pesquisas estão sendo realizadas no Brasil, como, por exemplo, uma tentativa de usar polímeros compostos por matérias de fontes verdes e renováveis e o desenvolvimento de um hidrogel fertilizante de liberação controlada.
É necessário estabelecer um balanço entre as vantagens e desvantagens na escolha do tipo de fertilizante a ser aplicado. O impacto ambiental deve ser mitigado frente a todas as vantagens do uso do produto escolhido.
Deu para perceber que escolher o melhor método de fertilização, unindo as necessidades de cada planta, respeitando ao máximo o meio ambiente e considerando o método de cultivo não é uma tarefa fácil, né? Por isso as pesquisas não devem parar, pois são elas que exploram o potencial para o desenvolvimento do produto mais adequado em termos de fertilizantes.
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”referencias” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
Referências
ABRANCHES, Jorge Luiz; FERREIRA, Rafael Lopes; PERDONÁ, Marcos José. Mitigação da contaminação ambiental pelo uso de ureia revestida por polímeros na agricultura. In: FÓRUM AMBIENTAL DA ALTA PAULISTA – SOCIEDADE, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 12., 2016, Tupã/sp. Anais… . Tupã: ANAP, 2016. p. 1139 – 1156. Disponível em: <https://www.amigosdanatureza.org.br/eventos/data/inscricoes/267/form1871145.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
BLAYLOCK, Alan. Novos fertilizantes nitrogenados: o futuro dos fertilizantes nitrogenados de liberação controlada. Informações Agronômicas, n. 120, p.8-10, dez. 2007. Disponível em: <http://www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/A7269B36407D8D6283257AA1005E5365/$FILE/Parte8-10-120.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
CORRÊA, Daniel Staciarini. Fertilizantes de liberação lenta/Controlada. 2013. Disponível em: <https://www.slideshare.net/danielstaciarinicorrea/fertilizantes-de-liberao-lenta>. Acesso em: 30 mar. 2018.
MAGESTE, José Geraldo. Fertilizante de liberação lenta no crescimento de mudas de essências florestais. Campo & Negócios: Floresta, Uberlândia/MG, Ano III, N. 16, jan. 2015. Disponível em: <http://www.revistacampoenegocios.com.br/fertilizante-de-liberacao-lenta-no-crescimento-de-mudas-de-essencias-florestais/>. Acesso em: 30 mar. 2018.
RIBEIRO, Vinícius José. Fertilizantes nitrogenados estabilizados e de liberação lenta: volatilização e disponibilidade para planta. 2015. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Produção Vegetal, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre/ES, 2015. Disponível em: <http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/4863/1/tese_8588_Vinicius Jose Ribeiro.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
ROSSA, Überson Boaretto et al. Fertilizante de liberação lenta no desenvolvimento de mudas de Anadenanthera peregrina (L.) Speg. (Angico-vermelho) e Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira-vermelha). Ciência Florestal, Santa Maria, v. 25, n. 4, p.842-852, dez. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cflo/v25n4/0103-9954-cflo-25-04-00841.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
ROY, Amit H.. Fertilizers and Food Production. In: KENT, James A.; BOMMARAJU, Tilak V.; BARNICKI, Scott D. (Eds.). Handbook of Industrial Chemistry and Biotechnology. 13 ed.: Springer International Publishing, 2017. p. 757-804.
TRENKEL, M.E.. Slow- and Controlled-Release and Stabilized Fertilizers: An Option for Enhancing Nutrient Efficiency in Agriculture. 2. ed. Paris: Ifa, 2010. Disponível em: <https://www.fertilizer.org/images/Library_Downloads/2010_Trenkel_slow release book.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
UKEssays. Controlled Release Fertilizers And Nanotechnology Traces. 2013. Disponível em: <https://www.ukessays.com/essays/biology/controlled-release-fertilizers-and-nanotechnology-traces-biology-essay.php>. Acesso em: 30 mar. 2018.
[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”autor” src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/03/Perfil_Thais.png” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”revisores” background_layout=”light” text_orientation=”center” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
Revisado por Elaine Latochesky e Mariana Pereira
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]