Eu poderia escrever aqui sobre a imensidão que é o universo da Biotecnologia, me aprofundar em algumas das áreas, explorar as diversas possibilidades de aplicações, mas resolvi tomar uma outra abordagem. Gostaria de falar sobre um assunto que considero extremamente relevante para os profissionais de Biotecnologia: a entrada no mercado de trabalho.
Tenho notado que, nos cursos de Biotecnologia no Brasil, é cultural a crença da permanência na vida acadêmica. Muitas vezes não é nem falada a possibilidade, por exemplo, de realizar estágios em grandes empresas privadas.
O resultado disso é que temos uma grande quantidade de profissionais que seguem na área acadêmica. Porém, quando esses profissionais desejam fazer a transição de carreira, encontram muita dificuldade. Não somos ensinados a procurar emprego. E muito menos a preencher nosso currículo e LinkedIn, fazer networking, e por aí vai.
E é sobre isso que vou falar agora: sobre dicas para você que está tentando entrar no mercado de trabalho.
1- Pesquise vagas que estão alinhadas ao seu perfil.
É muito comum querermos entrar no mercado de trabalho, e não conseguirmos visualizar as áreas em que podemos atuar. Para isso, podemos levar os seguintes critérios em consideração: conhecimentos, experiências e vontades.
Dessa forma, busque as possíveis vagas em que você se encaixaria. Note que, na descrição destas, é utilizada uma linguagem diferente da acadêmica. Há muitas palavras que são comumente utilizadas para descrever uma função, e que se repetem na descrição de várias vagas. Essas são as palavras-chave em que você deve se basear para os próximos passos.
Faça uma análise das palavras-chave que mais aparecem em nossa listagem de vagas de biotecnologia e em nossa análise sobre requisitos mais frequentes em vagas de biotecnologia de 3 meses.
2- Preencha seu currículo de forma adequada!
Fonte: Pixabay, Tumisu.
Para preencher seu currículo, deixe um pouquinho de lado os termos acadêmicos e se atenha à linguagem utilizada no meio corporativo. É a hora de utilizar as palavras-chave descobertas no tópico anterior.
Nessa etapa, lembre-se de se valorizar! É preciso descrever suas experiências de estágios, iniciação científica, pesquisas de mestrado e doutorado de forma a que estas estejam aproximadas do mercado. Contextualize suas atividades e os objetivos dos seus trabalhos.
Lembrando que: muitas vezes a triagem de currículos é feita por Inteligência Artificial. Sendo assim, é de extrema importância que suas informações estejam alinhadas à descrição das vagas. Dessa maneira, é preciso atualizar e personalizar os currículos de acordo com cada vaga, dando um enfoque diferente conforme o que é proposto para a posição almejada.
3- Atualize seu LinkedIn.
O LinkedIn é a maior rede profissional do mundo. Aproveite-a!
Há uma grande quantidade de profissionais fazendo contatos, aprendendo novas informações, identificando oportunidades de cursos, visualizando as competências das pessoas que trabalham nos cargos desejados, e agora chegou a sua hora de explorar essas oportunidades!
De acordo com as informações utilizadas em seu currículo, preencha também o seu perfil no LinkedIn. É essencial que suas experiências sejam descritas aqui também. Isso ocorre pois muitos recrutadores estão nesta rede buscando por profissionais que se encaixem nas vagas oferecidas..
Use uma foto adequada para o seu perfil, e lembre-se de utilizar uma linguagem formal. Em “Sobre”, faça um pequeno resumo da sua trajetória, conhecimentos e experiências.
4- Faça networking sincero!
Chegou a etapa temida por muitos: a de fazer networking.
Observe as empresas que você tem desejo de trabalhar, os cargos que você almeja e adicione todas essas pessoas no LinkedIn. Esqueça as ‘regras não faladas’ das outras redes sociais em que só devemos adicionar as pessoas que conhecemos. No LinkedIn isso não é válido. Chame essas pessoas para conversar, tire dúvidas, e ofereça ajuda também.
Confira algumas dicas de como se apresentar a novos contatos no LinkedIn.
Networking não é sobre sair mandando mensagens para desconhecidos e pedindo indicações – inclusive, esqueça essa prática. A interação deve ser verdadeira. Devemos lembrar que possuímos muita bagagem a ser compartilhada, e também podemos ajudar outras pessoas.
Qual imagem e valores você quer passar? Comece a fazer posts! Compartilhe seu conhecimento, os cursos da área que você fez e recomenda, suas experiências e aprendizados, e tudo mais. Para o LinkedIn, vale a máxima: “Quem não é visto, não é lembrado”.
5- Se candidate para as vagas!
Lembre-se também de que é preciso estar atento às vagas. Para isso, é indicado um monitoramento semanal das vagas aderentes ao seu perfil.
O LinkedIn é uma excelente plataforma para fazer esta busca. A candidatura pode ocorrer por envio de e-mail para o RH da empresa, candidatura simples pelo LinkedIn, site da empresa ou então por sites de vagas.
Fique atento! Os recém formados ainda têm a possibilidade de se candidatarem para as vagas de Trainee.
E assim eu encerro essa série de dicas. Essa é apenas uma pequena parte de uma variedade de coisas que temos a aprender para fazer essa transição.Você pode procurar por mais orientações em #CarreiraBiotec em nossas redes sociais e na categoria Carreira em nosso site. O mais importante de tudo é não desistir. E boa sorte!
Cite este artigo:
SANTOS, G. L. Me formei em Biotecnologia, e agora? Revista Blog do Profissão Biotec, v. 8, 2021. Disponível em:<https://profissaobiotec.com.br/formei-em-biotecnologia-e-agora/>. Acesso em: dd/mm/aaaa.
Fonte da imagem destacada: Lousa: Pixabay
