Você sabe o que é um meetup?
Um meetup é um evento bem informal que surgiu com inspiração em eventos no Vale do Silício. Nele, startups, empreendedores, investidores ou pessoas simplesmente interessadas no tema se reúnem para discutir o assunto do dia.
Os meetups funcionam em um sistema de troca de experiências sobre negócios, muito utilizado para networking e para alavancar fundos. No nosso caso, um meetup em biotecnologia auxilia os novos empreendedores da área a expor suas ideias de negócio e ajuda na aproximação das áreas acadêmicas com as empresas.
E foi nesse clima que fomos, em Campinas, ao primeiro meetup Biotech Hacking de 2019. O evento é organizado pela Venture Hub e conta com novas rodadas de palestrantes a cada edição. Nessas minipalestras, as pessoas contam sobre o cenário de novos negócios em biotecnologia no país e as dificuldades em seus empreendimentos. Ao mesmo tempo, rolam discussões sobre o que pode ser feito para fomentar novos negócios na área e diminuir a distância entre academia e empresas.
O que é a Venture Hub?
A Venture Hub é um local de aceleração de startups, tecnologias e inovação. Além de atuar fornecendo infraestrutura e espaço para startups, oferece dois tipos de programa de aceleração para novos empreendimentos: o Founder Institute e o Upstart.
Dentro desses programas, fundadores de startups se propõem a diversas atividades, programas de mentoria e exposição ao mercado. Dentro dessas iniciativas e atividades estão os meetups. Além do Biotech Hacking (focado em biotecnologia), existe um evento focado em empreendedorismo e outro em tecnologias de Blockchain.
Como funcionam os meetups?
O primeiro evento do ano aconteceu no dia 22 de janeiro. Funcionou basicamente com dois momentos: a primeira parte, com palestras e discussões, e logo depois, um happy hour para troca de ideias. O mais interessante é que a informalidade torna muito mais fácil a interação com os palestrantes e a provocação de perguntas, abrindo campo para muitas ideias e discussões.
Nesse evento tivemos a presença de Guilherme Rosso (Emerge), Patrícia Magalhães (CNPEM) e Mariana Bertini (Mycorena AB). Patrícia Magalhães é head de inovação do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e contou um pouco sobre sua experiência na área e dos novos esforços do centro para atrair o interesse de investimentos privados e incentivar a criação de novas empresas.
Guilherme Rosso, da Emerge, trouxe alguns cases de cientistas empreendedores. A Emerge é uma organização não governamental sem fins lucrativos cuja missão é fomentar casos de inovação por meio da ciência no Brasil. Com a ajuda de dois principais programas – o Emerge Level e o Emerge Labs – a empresa procura alavancar cientistas empreendedores com boas ideias de negócio. Guilherme também trouxe o caso da Biomade. A empresa surgiu a partir de um projeto de pesquisa de pós-graduação e hoje oferece alguns produtos ao mercado de bebidas e alimentos.
Muito se falou do chamado “Vale da morte da inovação”. Esse é o vale que existe entre a produção científica nas universidades e sua aplicação em indústrias e no setor privado. Iniciativas como a da Emerge pretendem estreitar essa lacuna e aumentar a criação de negócios entre cientistas.
Por último, Mariana Bertini falou sobre seu trabalho com a startup sueca Mycorena. A Mycorena AB desenvolve processos para a administração sustentável de resíduos, atuando em uma forma de economia circular. Tem dois principais produtos em desenvolvimento: Ascofeed e Mycolite. O Ascofeed trata-se de uma alternativa de nutrição rica em proteínas com base em fungos. Já o Mycolite trata-se de uma bio-resina para tratamento de água.
Quais os próximos eventos?
A organização já tem programados meetups de Biotech Hacking uma vez ao mês para todos os meses do ano. O último aconteceu no espaço da Venture Hub no dia 26 de fevereiro. As informações e ingressos dos próximos eventos estão disponíveis no Sympla.
E você, conhece eventos desse tipo na sua região? Já participou de algum? Conta pra gente!