Microbiota, bactérias, qualidade de vida: o que seu nascimento tem a ver com isso?

[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Text 1″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

Você já pensou que as funções do seu corpo podem não ser apenas um resultado da atuação dos seus próprios hormônios e sistema nervoso sobre ele? Há algum tempo, uma das pesquisas que mais vem ganhando espaço mundo afora é sobre a influência da nossa microbiota no funcionamento do nosso organismo, desde nosso balanço energético, quantidade de gordura corporal, sistema imune e até comportamento! Há quem se refira a ela como nosso “órgão perdido”.

Mas quem é essa microbiota que tanto influencia o nosso corpo?

O termo microbiota se refere a um conjunto de microorganismos que habitam um ecossistema, desde o solo de uma floresta até o nosso corpo. Nossa microbiota é constituída por fungos, bactérias e vírus que formam uma grande comunidade em nossa pele, couro cabeludo, tratos digestório e respiratório e vagina. E por falar nisso, é a vagina uma das primeiras responsáveis pela construção da nossa microbiota.

No corpo humano existem aproximadamente 100 trilhões de células microbianas e um quadrilhão de vírus. No entanto, a constituição dessa microbiota, em termos de porcentagem e variedade de microrganismos, é diferente entre os indivíduos.

[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 1″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/10/a-1.jpg” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”http://www.brasnutri.org.br/arquivos/numeros_setor/2017_atualizado.pdf” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Legenda” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
Imagem representativa de micróbios. Fonte: Universo Racionalista.
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”Text 2″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]

 

A formação da microbiota individual se inicia com o nascimento e vai se remodelando ao longo da vida. Além de estar sujeito a uma pequena diversidade de bactérias ainda no útero materno, quando o bebê nasce e passa pela vagina da mãe, recebe os microrganismos que ali estão. Estes, por sua vez, contribuem para a colonização saudável da pele, trato digestório e respiratório… Mas espera, não são todos os bebês que nascem de parto normal. O que acontece com aqueles que nascem de cesariana?

Estudos já demonstraram que a forma de nascimento tem grande influência sobre a composição da microbiota de crianças. Além disso, essas diferenças podem influenciar na sua saúde. Crianças que nascem de parto cesariano, por exemplo, são colonizadas por bactérias da pele da mãe e tendem a desenvolver mais problemas respiratórios, como asma, bronquite e rinite.

 

Mas como essas bactérias influenciam tanto na nossa saúde?

[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 2″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/10/bebe-1490261_1920.jpg” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”https://unsplash.com/photos/tr1po6kOWEc” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Legenda” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
Recém-nascido.  Fonte: Ligrun*Pixabay
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”Text 3″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

 

Uma das formas ocorre por meio do estabelecimento de uma comunicação entre o nosso sistema imune e a nossa microbiota, sendo ela capaz de ajudar no desenvolvimento e regular a atividade imunológica. As bactérias da nossa microbiota, principalmente intestinal, são descritas como extremamente importantes para educar nosso sistema imune, para que não ocorra uma super ativação do mesmo, como ocorre em doenças autoimunes, por exemplo. Essa tarefa de modulação ocorre principalmente logo após nosso nascimento, ou seja, as primeiras bactérias que adquirimos são de extrema importância para nossa saúde

A colonização de um recém-nascido, além de ser importante na regulação do sistema imune, ainda atua sobre um desenvolvimento saudável do seu sistema metabólico. Estudos já vêm evidenciando que crianças com uma microbiota proveniente de um parto normal possuem uma melhor qualidade de vida, quando comparadas àquelas com microbiotas de cesariana. Em contrapartida, o número de cesarianas apenas vem aumentando. Nesse caso, o que fazer?

[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”Image 3″ src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/10/c.jpg” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” url=”https://unsplash.com/photos/tr1po6kOWEc” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”Legenda” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” saved_tabs=”all”]
Parto cesáreo. Fonte: ABC do Bebê
[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”Text 4″ background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

Pensando nisso, pesquisadores estadunidenses decidiram tentar restaurar a microbiota de recém-nascidos de cesariana, transferindo a microbiota vaginal de suas mães para os bebês! Tal tentativa foi feita de uma forma bem simples: logo nos dois primeiros minutos após o nascimento, os bebês tiveram sua boca, rosto e o resto do corpo tratados por uma gaze contendo o fluido vaginal de suas mães, coletado durante uma hora, pré-nascimento. Após o procedimento, suas microbiotas oral, anal e da pele foram comparadas às dos bebês que nasceram de parto normal e de cesária (sem esse tratamento) durante um mês.

O resultado foi uma restauração parcial da microbiota dos recém-nascidos submetidos ao fluido vaginal. Isso significa que a variedade de espécies de bactérias colonizadoras deles se aproximou parcialmente à de realmente nascidos por parto vaginal. Apesar de promissores, os resultados obtidos não garantem que esses bebês terão os mesmos benefícios daqueles que realmente foram colonizados por bactérias vaginais. Um acompanhamento prolongado deve ser feito com eles para que se possa chegar a essa conclusão. Bom, então agora sabemos o quão importante é valorizar o parto vaginal.

Mas e você, que nasceu de parto cesariano e não teve nenhuma tentativa de restauração da microbiota… você está fadado a uma microbiota menos saudável, com possível desenvolvimento de doenças crônicas? Não! Acalme-se! Apesar desse e outros estudos apontarem para a importância da forma de nascimento na nossa colonização por microrganismos, ela não é a única responsável. Muitos outros estudos indicam que a microbiota humana é muito dinâmica ao longo de nossa vida. Hábitos alimentares, de higiene, prática de esportes, uso de medicamentos… tudo isso afeta muito a constituição dessa incrível comunidade que nos habita.

Então, se você é, como eu, da geração cesária, não se preocupe tanto, apenas cuide para que seus hábitos de vida sejam os mais saudáveis possíveis. Desta forma, você não estará cuidando somente do seu corpo, mas também de milhões de microrganismos que prezam por você e contribuem muito para que você seja quem é.

[/et_pb_text][et_pb_text admin_label=”referencias” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
Referências
CLEMENTE, J. C.; URSELL, L. K.; PARFREY, L. W.; KNIGHT, R. The impact of the gut microbiota on human health: An integrative view. Cell, 2012. 
DOMINGUEZ-BELLO, M. G.; DE JESUS-LABOY, K. M.; SHEN, N.; COX, L. M.; AMIR, A.; GONZALEZ, A.; BOKULICH, N. A.; SONG, S. J.; HOASHI, M.; RIVERA-VINAS, J. I.; MENDEZ, K.; KNIGHT, R.; CLEMENTE, J. C. Partial restoration of the microbiota of cesarean-born infants via vaginal microbial transfer. Nature Medicine, 2016.
RODRÍGUEZ, J. M.; MURPHY, K.; STANTON, C.; ROSS, R. P.; KOBER, O. I.; JUGE, N.; AVERSHINA, E.; RUDI, K.; NARBAD, A.; JENMALM, M. C.; MARCHESI, J. R.; COLLADO, M. C. The composition of the gut microbiota throughout life, with an emphasis on early life. Microbial Ecology in Health & Disease, 2015.
SALMINEN, S.; GIBSON, G. R.; MCCARTNEY, A. L.; ISOLAURI, E. Influence of mode of delivery on gut microbiota composition in seven year old children. Gut, 2004.
[/et_pb_text][et_pb_image admin_label=”autor” src=”http://profissaobiotec.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Perfil_Ananda.png” url_new_window=”on” animation=”off” show_in_lightbox=”off” use_overlay=”off” sticky=”on” align=”center” max_width=”600px” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”] [/et_pb_image][et_pb_text admin_label=”revisores” background_layout=”light” text_orientation=”center” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
Revisado por Carolina Bettker e Thais Semprebom
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

Sobre Nós

O Profissão Biotec é um coletivo de pessoas com um só propósito: apresentar o profissional de biotecnologia ao mundo. Somos formados por profissionais e estudantes voluntários atuantes nos diferentes ramos da biotecnologia em todos os cantos do Brasil e até mesmo espalhados pelo mundo.

Recentes

Assine nossa newsletter

Ao clicar no botão, você está aceitando receber nossas comunicações. 

X