Inovar é inventar, sejam ideias, processos, ferramentas ou serviços. Aceita-se amplamente que a inovação seja central para o crescimento da produtividade e melhoria dos processo. O conceito de inovação é bastante utilizado no contexto empresarial, ambiental ou mesmo econômico. Neste sentido, o ato de inovar significa a necessidade de criar caminhos ou estratégias diferentes das habituais, para atingir determinado objetivo.
O nosso entendimento sobre as atividades de inovação e seu impacto aumentaram muito desde a última década, tornando esse um termo recorrente entre os Profissionais em Biotecnologia. Um dos principais desafios desse profissional é identificar os motivos que levam as empresas a inovar e identificar fatores que podem dar origem a processos inovativos.
A inovação é um processo de “Destruição Criadora”
O trabalho de Joseph Schumpeter influenciou de maneira significativa as “teorias da inovação”. Seu principal argumento é que o desenvolvimento econômico é conduzido pela inovação por meio de um processo dinâmico em que as novas tecnologias substituem as antigas.
Pensando de forma lúdica, aquilo que aprendemos durante a vida poderia ser comparado a uma estrutura feita de peças de lego: em dado momento um “insight” nos permite agrupar estes legos e forma uma nova estrutura. Todo dia, o mundo nos dá a possibilidade de aprender coisas nova, então podemos destruir uma “ideia velha”, juntar suas peças e construir uma “ideia nova”. Schumpeter acreditava que inovações “radicais” ocasionam rupturas mais intensas, enquanto inovações “incrementais” dão continuidade ao processo de mudança – um processo por ele denominado “Destruição Criadora” [1].
Mas afinal de contas, o que são insights ?
De maneira geral, “insight” deriva de um processo dinâmico que pode ser aleatório ou não. Na maioria das vezes é uma nova percepção que a pessoa tem sobre um processo já conhecido, de maneira a aplicá-lo numa área diferente da original para a qual pode apresentar uma funcionalidade inovadora. Um exemplo bacana pode ser visto na apresentação do Caio Guimarães “Transformando um pirulito de caramelo em inovação” [2]. No entanto, são poucas as vezes que temos a compreensão de um problema pela súbita captação mental dos elementos envolvidos ou insight, embora suas conexões sejam visíveis.
Neste sentido, podemos usar uma forma de abordagem da realidade que surgiu no século XX, o “Pensamento Sistêmico”, como uma estratégia para identificar uma solução para um determinado problema complexo [3]. Ao mesmo tempo podemos imaginar que, há mais de 2.300 anos, Platão e Aristóteles já discutiam associação de idéias como uma ferramenta de criatividade. Aqui vamos apresentar algumas das mais atuais:
- Canvas
Alex Osterwalder e Yves Pigneur desenvolveram uma ferramenta chamada de “Quadro de Modelo de Negócio” ou Canvas, para os mais íntimos, que basicamente serve para planejar e visualizar as principais funções de um negócio e suas relações. Permite ao empreendedor ter uma visão mais holística e flexível do modelo de negócios, de maneira ajudar nos processos de criação, diferenciação e inovação [4].
- Mapa Mental
O psicólogo Tony Buzan criou um tipo de diagrama voltado para a gestão de informações, visando uma melhor compreensão e solução de problemas. Os mapas mentais procuram representar o relacionamento conceitual existente entre informações que normalmente estão fragmentadas no ambiente operacional ou corporativo. Trata-se de uma ferramenta para ilustrar ideias e conceitos, sobre os quais se possa planejar ações e estratégias para alcançar objetivos específicos [5].
- Brainstorming
Alex Osborn desenvolveu esta ferramenta para a concepção de ideias, cuja tradução livre é “tempestade cerebral”, por meio da associação de “insight” e total liberação da imaginação em um ambiente com os objetivos definidos. O brainstorming ajuda a romper bloqueios criativos, a pensar fora da caixa, a descobrir novas soluções e enxergar além [6].
Em um ambiente de empreendedorismo e desenvolvimento de produtos inovadores, são utilizadas estratégias e ferramentas de criatividade como Brainstorming, Canvas, Mapas Mentais, dentre outras. A utilidade delas, é em si, uma facilitação para sair do bloqueio, no qual podemos estar inseridos sem saber.
A atividade inovativa também possui fatores limitantes ou desvantagens em termos econômicos, por demandarem custos elevados de investimento inicial, o que muitas vezes barra o desenvolvimento tecnológico e inovativo. Além disso, outros fatores como questões tributárias e carência de profissionais especializados também são cruciais. No entanto, as empresas engajam-se em inovações em virtude de um novo produto, melhora da eficiência ou qualidade e etc.
A fim de avaliar tais questões e implantar processos inovativos dentro das empresas, cabe aos profissionais criar planos de ação sustentáveis de acordo com as necessidades empresariais. Em especial, os Profissionais em Biotecnologia detém recursos técnicos científicos e uma visão multidisciplinar desenvolvida durante seu período de formação, o que lhes confere a capacidade de identificar os melhores caminhos no processo de inovação e desenvolvimento de produtos e processos.
Então bora lá! Arregaçar as mangas e colocar a cachola para funcionar.
Bibliografia consultada: