Os brasileiros, de um modo geral, confiam na ciência e nos cientistas, de acordo com pesquisas de 2015 e de 2019 sobre percepção da sociedade em relação à ciência. Mas são poucos os brasileiros que sabem dizer o nome de um cientista brasileiro e de um instituto de pesquisa tupiniquim. Pensando em ajudar a mudar essa situação, o Profissão Biotec criou o projeto “Perfil de Pesquisadores Brasileiros” para apresentar pesquisadores que fazem ciência de ponta (e em biotecnologia) em nosso país! Conheça no perfil de hoje o pesquisador Dr. Stevens Rehen.
Dr. Stevens Rehen – entre a complexidade do cérebro e a divulgação científica
Dr. Stevens Kastrup Rehen é professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e cientista colaborador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). Foi aprovado no vestibular para Veterinária e Comunicação, mas acabou optando por Ciências Biológicas. Dedicou-se à área da neurociência ao longo de seu mestrado, doutorado (na UFRJ) e pós-doutorado (University of California em San Diego – EUA). Atualmente suas pesquisas buscam compreender a formação cerebral através do uso de organoides desenvolvidos em laboratório, que simulam as funções neurais em sua fase embrionária.
Vamos conhecer um pouco mais desse neurocientista brasileiro que gosta de vôlei, música e divulgação científica!
Confira abaixo a entrevista completa com o Dr. Stevens para conhecer a trajetória de sucesso dessa pesquisadora brasileira!
PROFISSÃO BIOTEC: QUAL É A SUA FORMAÇÃO ACADÊMICA (GRADUAÇÃO, PÓS-GRADUAÇÃO E PÓS-DOC) E CARGO ATUAL?
Stevens Rehens: Eu cursei Ciências Biológicas na UFRJ. E logo no segundo semestre letivo comecei a estagiar no laboratório do Professor Rafael Linden, do Instituto de Biofísica, onde fiquei 10 anos, trabalhando com Rafael e equipe, estudando o desenvolvimento do cérebro. Muito da minha formação e interesse pela ciência veio da divulgação científica. Na época, não tinha nada do que está disponível hoje (internet etc), mas existiam revistas como a Superinteressante e Ciência Hoje; e era o que eu lia e a forma que tinha para projetar um pouco do que poderia ser um cientista, porque minha família não tinha ninguém formado nessa área.
Na época do mestrado e doutorado descrevemos uma forma de morte celular importante para a formação da retina (que faz parte do sistema nervoso), e aí eu pensei “Eu quero fazer um pós-doutorado nessa área para entender melhor todo esse processo de morte celular natural”. Apliquei para sete laboratórios, ainda sem clareza de como seria trabalhar no exterior e fazer pós-doc… Cinco me responderam e eu acabei optando por conhecer três. Fiz as entrevistas, passei, e acabei optando pela equipe do Jerold Chun em San Diego. A proposta seria entender, do ponto de vista molecular, o que faz uma célula tronco neural se matar (isso é muito comum na formação do sistema nervoso: dependendo da área, cerca 70% das células que são geradas morrem).
Migrei para San Diego para estudar o tema. A ideia era traçar um paralelo com o que já havia sido descrito no sistema imunológico […] Usamos cariotipagem espectral mas não identificamos exatamente a translocação nos cromossomos, mas muitas perdas e ganhos de cromossomos. Descrevemos aneuploidia associada à formação do cérebro. As pesquisas avançaram, eu voltei para o Brasil e hoje sou professor na UFRJ […].
Um pouco antes de voltar para o Brasil, notei que a área de células tronco estava começando a crescer e acabei enveredando por esse campo. Daí veio a ideia de cultivar os organoides cerebrais, pesquisar Zika vírus, psicodélicos, epilepsia, entre outros.
PB: EM QUE PROFISSIONAL SE INSPIROU PARA SEGUIR ESSA CARREIRA?
SR: São muitos. Acho que a gente acaba pegando um pouquinho de cada um que passa na vida da gente… Desde professores do ensino médio, vários na própria UFRJ como Roberto Lent, Rafael Linden, pessoas com quem eu convivo. De fora tem o Carl Sagan, um cientista que fez muita divulgação científica […]. Eu pude testemunhar a importância da divulgação científica para a própria estruturação e visibilidade da ciência nos EUA, o que confirmou para mim a importância dessa comunicação […].
PB: QUAL É SEU HOBBY OU LIVRO DE CABECEIRA?
SR: Eu gosto de praticar esportes, mas hoje em dia faço menos. Tento correr, jogar alguma coisa – minha filha está começando a jogar vôlei, então estou me empolgando um pouco de novo… rs […]. Gosto de música, cheguei a ter uma banda, a tocar no Circo Voador [espaço cultural, dedicado a shows e teatro, localizado no RJ] […]. Quando comecei a faculdade tive que priorizar o tempo… Em relação a livro tem vários! Tem um que estou lendo agora do Sidarta Ribeiro, o “O oráculo da noite”, um livro sobre a biologia do sonho, é bem interessante. Tem a biografia do Nikola Tesla que mostra o impacto dele na tecnologia dos dias de hoje, como o wifi […]. Tem o “Como mudar sua mente” do Michael Pollan, que discute a ciência psicodélica, que também é também um dos assuntos de nossas pesquisas. Mas um dos livros que mais me impactou foi o livro do Domenico Demasi, “A emoção e a regra” onde ele fez um resgate histórico de grupos criativos da Europa e EUA em que se teve a incidência de um ou dois prêmios Nobel; ele queria entender porque esses grupos tiveram tanta qualidade científica… É um livro bem interessante porque nos ajuda a entender como o processo criativo surge entre os grupos. O momento criativo não vem do momento “eureka”; nas áreas biológicas ou biotecnologia, mas do trabalho coletivo.
PB: QUAIS EVENTOS ACONTECERAM NA SUA VIDA (MAS NÃO APARECEM NO LATTES) QUE TE LEVARAM AONDE ESTÁ AGORA?
SR: Eu cursei ciências biológicas na UFRJ, mas comecei na Unicamp, na biologia também. A escolha pela biologia foi um pouco fortuita porque eu não tinha clareza do que eu queria fazer. Eu tinha 16, 17 anos e acabei ficando entre veterinária e comunicação. Um amigo meu […] contou que faria ciências biológicas e eu, que nem sabia direito o que seria, me inscrevi e acabei passando! Passei em comunicação, em veterinária e em ciências biológicas. Só que eu passei na Unicamp […] e aquele negócio mexeu comigo, aí eu pensei “vou ter que experimentar isso!”. Eu vi por acaso o resultado do vestibular, porque não tinha internet na época, e eu vi no jornal, na Folha de São Paulo, que estava com um amigo […] quando eu olhei o jornal, o meu nome estava lá e eu só tinha 24 horas para me inscrever […]. Comecei a fazer biologia na Unicamp, gostava da biologia, o campus da Unicamp é muito bom… só que eu tinha muitos laços aqui, tinha uma namorada na época e ainda torci o pé durante um jogo de vôlei com o time da Unicamp e precisava me recuperar. Na época eu morava com outros dois caras (um fazia doutorado e outro mestrado), quer dizer, não tinha ninguém para me ajudar! rs Enfim, acabei voltando para o Rio de Janeiro, para a minha mãe cuidar de mim e nunca mais voltei para a Unicamp! rs Depois, no Rio de Janeiro, fui fazer biologia na UFRJ […].
É preciso estar sempre atento às oportunidades. Do que eu faço hoje em dia, digo que 80% vieram do acaso. Então você tem que estar atento às oportunidades: você vai ao congresso, esbarra com uma ou outra pessoa, e aí vão surgindo as coisas, acho que tem muito disso […] a cada dia você conhece uma pessoa que pode mudar a sua vida.
PB: QUAL É A SUA PRINCIPAL ÁREA DE PESQUISA ?
SR: A gente trabalha tentando entender a formação do cérebro, tentando responder perguntas fascinantes […], como o cérebro funciona, como se forma o tecido onde reside nossa inteligência, etc. […]. E, para tentar entender essa formação do cérebro, nos utilizamos dos organoides cerebrais, que são como avatares biológicos vivos, com algumas características de um cérebro em desenvolvimento.
Utilizamos esse modelo para estudar e entender como que o vírus Zika infecta um cérebro humano; como os psicodélicos agem no sistema nervoso; quais são as vias de sinalização […]; como que uma doença como a epilepsia pode ser tratada com derivados da Cannabis; esses são só alguns exemplos do que a gente faz. A gente tem outro trabalho muito legal com a empresa L’Oréal produzindo neurônios sensitivos para testes de cosméticos; a entrega de um produto altamente complexo, que é um neurônio humano que responde a estímulos, como por exemplo derivados da pimenta. Como na Europa você não pode utilizar animais para testes cosméticos, eles acabaram encomendando pra gente, há cinco anos, e o trabalho científico que já está publicado.
PB: POR QUE VOCÊ ESCOLHEU ESSE TEMA DE PESQUISA?
SR: No princípio, eu tinha aquela curiosidade meio que romântica de olhar para o espaço […], de estar em um planeta junto com milhares de outros planetas, bilhões de estrelas… E a questão do cérebro vem de você imaginar “será que minha realidade é igual a de todos?” , “as cores que vocês veem são as mesmas que eu vejo?”, “será que uma formiga pensa alguma coisa?”. Isso aí ficou na minha cabeça, mas eu nunca entrei na faculdade determinado a fazer um estágio num laboratório de neurociência. Eu acabei sendo convidado por uma professora da embriologia chamada Lenira Camargo, que tinha uma amiga de outro laboratório que estava precisando de um estagiário e, como eu tinha ido bem na matéria, ela me perguntou “você não quer fazer o estágio?”. E foi isso… Claro que hoje em dia eu posso contar a história pra vocês como “eu sempre estive interessado em estudar o cérebro!”, mas não é, acho que eu faria muitas outras coisas inclusive divulgação científica.
Fico lendo coisas fora da minha área e penso “cara, isso aqui é sensacional, se eu soubesse desse negócio há 30 anos eu acho que estaria fazendo outra coisa… rs ”.[…] Então no começo da faculdade eu tinha aquela visão ingênua do que seria fazer ciência e hoje, como profissional, eu identifico as oportunidades e vou racionalmente em busca delas. Por exemplo, essa questão do vírus Zika, havia um problema de emergência mundial e a gente achou que poderia contribuir com as nossas ferramentas e fomos fazer esse trabalho […]. Com a L’Oréal surgiu o primeiro contato e a gente achou que conseguiria entregar algo interessante […]. Em outras palavras, hoje há estratégia, o que não havia anos atrás, no momento da minha formação.
PB: ONDE VOCÊ VÊ SUA PESQUISA NOS PRÓXIMOS 5 ANOS?
SR: Essa pergunta eu fiz muito quando eu tinha 25,30 anos… Eu fazia sempre essa pergunta “onde eu quero estar daqui a cinco anos?”. Hoje, eu acho que tem dois motivos que me fazem pensar um pouco diferente: primeiro porque eu estou muito animado com o tipo de pesquisa que faço, sou muito grato à minha equipe, acho que a gente faz um trabalho legal, então, eu quero estar fazendo coisas interessantes, explorando cada vez mais essas oportunidades que surgiram. Acho que a gente pode explorar muito mais essa complexidade do cérebro para entender o uso de psicodélicos, então eu gostaria muito que daqui a cinco anos os psicodélicos ou parte deles tivessem uma aplicação terapêutica para depressão. A gente quer entender um pouco mais de como se deu essa epidemia de Zika, da microcefalia associada ao Zika (síndrome congênita do Zika). Não está claro para mim e eu não estou totalmente convencido do por que isso tem ocorrido mais no nordeste do que em outras partes do mundo […] essa é a nossa hipótese e estamos trabalhando um pouco nessa direção. Daqui a cinco anos a gente quer trabalhar com uma forma de medicina personalizada para crianças com epilepsia. Por outro lado estamos vivendo um momento em que todas essas questões acabam ficando um pouco difíceis de projetar pela própria natureza da situação brasileira em relação a investimento de pesquisa, então é difícil planejar nesse sentido […].
O segundo motivo, que eu comecei a frase falando disso, é que você começa a ficar mais velho e começa a querer que as coisas não andem tão rápido (risos)… Eu prefiro curtir esse ano, o próximo ano, e não exatamente daqui a cinco anos (risos).
PB: COMO VOCÊ SE SENTE EM RELAÇÃO À CIÊNCIA BRASILEIRA?
SR: Eu me sinto grato pela minha formação feita quase totalmente aqui no Brasil. É claro que fiquei seis anos nos EUA e depois o meu laboratório se internacionalizou bastante (a gente tem muitos estrangeiros que vieram para o laboratório e se formaram aqui; gente da Europa que veio fazer doutorado comigo) e sou muito grato a isso também.
Na década de 90, descobriu-se a manipulação genética e hoje em dia retrocedemos, tendo que lembrar que a Terra não é plana. Esse tipo de situação acaba distraindo a gente das questões mais complexas. Um conhecido meu de San Diego está mandando organoides pro espaço, enquanto nós estamos preocupados se haverá dinheiro para a pesquisa, ou ainda lembrando às pessoas de que vacina é importante…
Então, é um momento gratificante em relação ao potencial da comunidade científica, das entregas que foram feitas e são feitas, desde a área de óleo e gás, até a área de biomedicina. Mas é um momento também de dúvidas, de reflexão sobre como as coisas estarão daqui a, não sei nem se cinco anos, daqui a cinco meses (risos).
PB: QUAIS DICAS VOCÊ DARIA A BIOTECNOLOGISTAS AINDA NA GRADUAÇÃO?
SR: A gente passa por um momento de baixo astral muito grande, e acho que isso tem que ser contextualizado […]. Não sabemos quais serão as profissões do futuro, mas dentre as profissões que vão acabar primeiro estão aquelas mais automatizadas. Profissões que envolvem criatividade provavelmente vão demorar mais para acabar.
E aí está a ciência: nós já subvertemos a evolução, a gente tem tecnologia, a gente tem tudo isso baseado em ciência. Então é uma profissão, uma carreira, uma opção de vida que nos permite ter várias possibilidades, bem diferente de outras profissões que são muito mais limitadas […]. Você pega um profissional da ciência (seja ele um biotecnólogo, um biólogo, um biomédico, enfim, qualquer um que trabalhe com ciência), ele é de nível internacional, qualquer um de nós pode ir para qualquer lugar do mundo… Você pode aplicar para uma bolsa, um emprego, você pode ter uma ideia e oferecer para alguém que vai poder financiar. Então esse senso de liberdade nos tira dessa sensação de pessimismo eterno. É uma profissão que, por mais que pareça desgastada, desqualificada, descredenciada no Brasil, ela nos dá essa liberdade para um futuro que independe até mesmo do país […].
Reflita sobre se aquilo é a carreira que você quer. Porque se for, ela será ainda mais libertadora! Você verá suas ideias se transformando em aplicações e você será pago para pensar… qual outra profissão te dá isso? Então se sinta privilegiado de escolher essa profissão. É óbvio, a gente vive uma situação no Brasil que é muito complicada para qualquer um que busque a carreira acadêmica, porque as universidades estão sendo destruídas. Mas isso vai passar,[…] basta olhar o que está acontecendo no resto do mundo. Uma pessoa bem formada no Brasil consegue emprego em qualquer lugar do mundo!
PB: QUAIS AS DIFICULDADES DE FAZER PESQUISA NO BRASIL?
SR: As dificuldades passam pela questão da burocracia, que acho é algo que não é específico, exclusivo da ciência […]; da falta de clareza da importância da ciência, o que poderia ajudar a tornar os processos mais práticos e ágeis; e obviamente, de maneira muito mais pontual e aguda, a questão da falta de recursos. Mas não adianta a gente sempre, e exclusivamente, colocar a culpa da falta de visibilidade da ciência nacional, da falta de impacto dos nossos trabalhos, na falta de grana. Porque há 7, 8 anos atrás havia dinheiro, então é preciso também uma reorientação da própria malha de ciência brasileira. Por exemplo, uma relação mais próxima com as empresas. Mas, isso depende de vários aspectos, inclusive da capacidade da universidade pública de lidar com isso. Enquanto a gente não tiver essa malha com as empresas bem organizada, bem feita, perde-se muitas oportunidades […]. Então [as principais dificuldades são] burocracia, falta de grana e o reposicionamento das instituições de pesquisa pública, inclusive universidades, num cenário que possa absorver parcerias com a iniciativa privada.
PB: VOCÊ REALIZA ATIVIDADES DE EXTENSÃO OU DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA? QUAIS?
SR: Desde os 16,17 anos, eu percebi que a divulgação científica me ajudara a definir carreira, ou pelo menos chamou minha atenção sobre temas e assuntos que eu não fui apresentado nem mesmo no ensino médio e em casa […].
Eu faço uma palestra chamada “Divulgar ciência faz bem ao cientista”, que mostra o impacto dessa divulgação em outros fóruns. Por exemplo, uma das redes sociais que é super utilizada por cientistas é o Twitter. O Twitter é onde você pode divulgar a tua ciência, onde você pode divulgar ciência em geral, onde você pode ter contato com outros pesquisadores […]. Boa parte dos artigos que eu leio hoje em dia, eu acabo buscando de instituições ou de cientistas que eu sigo no Twitter. Fora essa questão, é aquela coisa de você buscar oportunidade e, a partir daquela oportunidade, começar a criar a sua carreira, a sua trajetória. Lancei um podcast junto com a revista Trip (essa notícia é em primeira mão para vocês!!!) [o podcast já foi lançado confira no link]; tenho essa parceria com o programa do Bial há mais de um ano; participei ao vivo na Globo News por 9 meses para falar sobre ciência; escrevi para a Ciência Hoje; tive um blog sobre ciência,… enfim, as coisas vão acontecendo e a gente vai fazendo. Aqui mesmo no IDOR [Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino] a gente tem uma equipe de comunicação que gera um montão de conteúdo legal. Eu diria que 30-40% do meu tempo hoje é dedicado à divulgação científica, e é uma coisa prazerosa, mas também estratégica, de posicionamento.
Quando estava na graduação, um grupo de alunos do qual eu fazia parte criou uma revista chamada BIOletim, minha primeira experiência em divulgação – há 27 anos atrás! Então vamos fazendo as coisas sem perceber as ferramentas para buscar coisas maiores.
Para conhecer mais sobre a nossa ciência, continue acompanhando o quadro “Perfil de Pesquisadores Brasileiros” do Profissão Biotec! Confira também os infográficos desse quadro e mande para seus amigos! Ah, acompanhe nossas redes sociais para não perder nenhuma entrevista! Facebook / LinkedIn / Instagram.
Entrevista realizada por:
Projeto “Perfil de Pesquisadores Brasileiros” realizado por Bruna Lopes e Priscila Esteves de Faria e coordenado por Natália Bernardi Videira