Um novo estudo iniciado na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) pelo pós-doutor Carlos Eduardo de Farias Silva visa revolucionar a produção de biocombustível no Brasil utilizando micro e macro-algas.
No mundo, existe uma demanda ainda crescente por etanol e, no Brasil, a principal fonte desse biocombustível é por meio da fermentação do açúcar da cana-de-açúcar, um processo conhecido como de ‘primeira geração’. Entretanto, em alguns estados brasileiros o uso dessa matéria-prima apresenta alguns incovenientes.
Como no caso do Estado do Alagoas, onde existe a dificuldade de expansão dessa cultura em terras aráveis próprias para o cultivo, mas existe abundância da macroalga sargaço no litoral do estado. O estudo do pesquisador Carlos Eduardo se aproveita da matéria-prima presente em seu estado e do conhecimento sobre produção de etanol de ‘terceira-geração’ que ele adquiriu durante doutorado na Universidade Pádua, na Itália.
O etanol de ‘terceira geração‘ é produzido a partir de algas, que crescem mais rápido do que as plantas e podem acumular até 60% de seu conteúdo celular de carboidratos. Em seu doutorado, Carlos Eduardo comprovou, em laboratório, que as microalgas de água doce chlorella e scenedesmus podem produzir até cinco vezes mais etanol do que a cana-de-açúcar, e são mais fáceis de serem hidrolisadas e fermentadas para a produção do bioetanol em relação à biomassa do vegetal (grande empecilho para produção de etanol de ‘segunda geração’ a partir de cana-de-açúcar, como dissemos em outro texto).
Agora, no pós-doutorado no Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Ufal, o objetivo do brasileiro é estudar a produção industrial do biocombustível a partir das microalgas chlorella e scenedesmus e da macroalga Sargaço, presente no litoral alagoano.