As queimadas ocorridas no Pantanal no ano passado, que devastaram cerca de 28% do território, afetaram a fauna e flora da região tornando-se uma grande preocupação. Diante disso, um consórcio multissetorial foi formado por acadêmicos, ONGs e empresas privadas para mapear a biodiversidade do Pantanal.
O idealizador do projeto, o pesquisador da Fiocruz Alberto Dávila, optou pelo sequenciamento do DNA, utilizando ferramentas como barcoding (código de barras de DNA), meta-barcoding e DNA ambiental (eDNA) para avaliar amostras de solo e água do Pantanal. O objetivo é identificar os animais e vegetações afetadas pelas queimadas. “Com os resultados desses modelos teremos uma excelente estimativa de quais espécies da biodiversidade local foram mais afetadas. Será possível, então, desenhar ações de conservação mais específicas e avaliar a possibilidade de repovoamento nessas áreas”, afirma o pesquisador Alberto.
A coleta das amostras começou no mês passado e deve se estender ao longo de um ano. O sequenciamento será realizado em paralelo e os resultados divulgados à sociedade. O consórcio espera que o projeto se torne permanente a fim de criar um histórico sobre a biodiversidade e a recuperação da região.
Participam do consórcio 30 pesquisadores das áreas de ecologia, zoologia, botânica e genética de 11 universidades e institutos; startups de biotecnologia (como a Neoprospecta e BiomeHub); empresas como a Portunus Biotech Unlocked, Atlantis Biotecnologia e Sinapse Biotecnologia; além de entidades como a Sociedade Brasileira de Genética e o Centro de Pesquisa do Pantanal.
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