Saúde mental, um dos termos mais comentados atualmente quando se trata do eixo saúde. Mas afinal, o que é saúde mental?
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Saúde mental é muito mais que “não ter doenças mentais”.
A partir desse ponto de vista, pode-se afirmar que esse parâmetro é fundamental para um organismo saudável, fisicamente e psicologicamente. É perceptível que a nossa mente comanda tudo e, partindo disso, cuidar dela é essencial para que as outras funções ocorram com êxito.
Mas, em contrapartida ao conceito de saúde mental, dois transtornos estão prevalecendo no mundo atual e diminuindo a qualidade de vida das pessoas. Estamos falando da ansiedade e da depressão; os transtornos mentais mais comuns no Brasil e no mundo.
Ansiedade
A ansiedade pode ser descrita como, principalmente, uma inquietude em relação ao futuro, além de acompanhada de reações internas desconfortáveis. Essa psicopatologia acarreta também manifestações fisiológicas, como tontura, tremores, aceleração cardíaca, sudorese, entre outras (a depender do caso e da gravidade).
Segundo os dados da OMS, no Brasil, 18,6 milhões de pessoas sofrem de ansiedade.
Deve-se pontuar que a ansiedade na qual estamos falando é diferente do conceito conhecido comumente, a de aflição ou de espera. A ansiedade dita aqui é o transtorno mental que tem sintomas e consequências mais fortes que essa aflição “normal” e rotineira.
Depressão
Conhecida como “mal do século”, por conta da sua alta prevalência no mundo, a depressão é uma doença mental que atinge cada vez mais pessoas.
Para a OMS, a depressão é um transtorno frequente e grave, que interfere na vida cotidiana e na capacidade das pessoas realizarem ações diárias, como estudar, dormir, trabalhar, entre outras. A depressão pode ser causada por uma combinação de fatores que incluem não somente aspectos psicológicos mas também genéticos, ambientais e biológicos.
De acordo com os números epidemiológicos, mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem com depressão.
Uso de medicamentos
O tratamento dessas duas patologias é, geralmente, feito com a combinação de medicamentos e psicoterapia (terapia que trata os problemas psicológicos, feita com psicólogos ou psiquiatras).
Em relação aos medicamentos, os ansiolíticos e antidepressivos são os mais conhecidos e usados para fins terapêuticos em casos de ansiedade e depressão.
Os Ansiolíticos, também conhecidos como ansionomilíticos, são medicamentos que atuam na ansiedade e/ou tensão. Antigamente, estes eram conhecidos como “tranquilizantes”, pois apresentam efeito calmante. Hoje, porém, é preferível o nome ansiolíticos.
Os ansiolíticos podem ser administrados por via oral ou endovenosa. Esse tipo de medicamento atua no Sistema Nervoso Central, potencializando a ação do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico). O efeito favorece a inibição e diminuição dos sintomas não só da ansiedade, mas também de outros transtornos, como insônia e ataques de pânico.
Já os antidepressivos são medicamentos que têm potencial para combater os sintomas da depressão e elevar o humor. Esses medicamentos, assim como os ansiolíticos, atuam no Sistema Nervoso Central. Sua ação aumenta os níveis de neurotransmissores relacionados ao humor, como a serotonina.
Essa classe de medicamentos pode ser classificada de acordo com o mecanismo de ação sendo: (1) Antidepressivos Tricíclicos, (2) Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO), (3) Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) e (4) Inibidores Seletivos de Dupla Ação.
Atenção aos medicamentos!
Bom, agora que vocês já sabem um pouco mais sobre essas classes de medicamentos, é importante se atentar a dois problemas que envolvem o uso deles.
O primeiro é o uso indiscriminado. A utilização desses medicamentos por alguns pacientes é feita de forma abusiva, seja por fatores como automedicação, erros na prescrição ou até mesmo pela falsa ideia de que “se tomarem mais, o efeito vai ocorrer de forma mais rápida”, atitude errada que pode gerar intoxicação e reações graves, como alteração na pressão, mal-estar, náuseas, vômitos, entre outras. O uso inadequado dessas fórmulas, com o tempo, pode ocasionar dependência química e trazer piores consequências para a saúde do usuário.
O segundo ponto de destaque é a interação dessas drogas com bebidas alcóolicas. Esse tipo de interação é grave, visto que o álcool afeta o Sistema Nervoso e pode ocasionar reações adversas ou potencializar os efeitos dos ansiolíticos e antidepressivos. Segundo o Ministério da Saúde, a interação álcool e ansiolíticos resulta no aumento do efeito sedativo, risco de coma e insuficiência respiratória.
Saúde mental é coisa séria!
Diante disso, vimos que doenças mentais são de alta gravidade e atingem um grande número de pessoas no mundo. É importante voltar a atenção para esses transtornos e promover saúde mental.
Também é essencial reforçar que, nesses casos, deve-se procurar atendimento médico em busca do melhor tratamento, que varia de acordo com cada caso!.
O Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde mental e sobre a prevenção do suicídio.
Diga sim à vida! Você não está sozinho! Ao precisar de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização da Vida), número 188 (a ligação é gratuita).
Cite este artigo:
MOUSINHO, L. Setembro Amarelo: o uso de medicamentos para controle de ansiedade e depressão. Revista Blog do Profissão Biotec. V. 10, 2023. Disponível em: <>. Acesso em: dd/mm/aaaa,
Referências:
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