Você já conhece o iGEM, a competição global de Biologia Sintética? Esta competição reúne equipes de mais de trezentas universidades do mundo todo propondo soluções para os grandes desafios da humanidade: doenças, fome, escassez de recursos e danos ambientais.Jovens pesquisadores de dezenas de países compartilhando ideias livremente, colaborando e, ao engenheirar DNA, criando um mundo mais verde, saudável e próspero.
O Brasil participa deste grande evento desde 2009 e vem apresentando projetos de destaque nos últimos anos. Para comemorar os dez anos de participação verde e amarela na competição nós convidamos as equipes de norte a sul (literalmente!) que estão se preparando para participar da próxima edição do iGEM para compartilhar a sua história nessa coletânea de artigos.
Conheça conosco alguns jovens sonhadores que estão aplicando as poderosas ferramentas da Biotecnologia e representando a nossa ciência lá fora!
FICHA TÉCNICA: EQUIPE iGEM AMAZONAS
Links importantes:
Instagram – @igemamazonasbr
Facebook – Igem Amazonas Brasil
Twitter – IGEM_Amazonas
Wiki – Projetos anteriores:
http://2013.igem.org/Team:Manaus_Amazonas-Brazil
http://2014.igem.org/Team:UFAM_Brazil
http://2016.igem.org/Team:UFAM-UEA_Brazil/pt
http://2017.igem.org/Team:Amazonas_Brazil
Quem são os participantes?
Advisers:
Giovanna Maklouf – Biotecnologia
Isaac Guerreiro – Engenharia de Software
Daiana Almeida – Biomedicina
Membros:
Franklin Neto – Biotecnologia
Gabriel Borel – Biotecnologia
Gabriel Coutinho – Biotecnologia
Lívia Takahashi – Biotecnologia
Letícia Pinheiro – Biomedicina
Jimmy Hayden Linhares – Ensino Médio – Técnico em Química
Maria Cecília – Farmácia
Igor Fernandes – Física
Qual o projeto?
O câncer representa uma das maiores causas de óbito do mundo e seu tratamento frequentemente está relacionado a diminuição da qualidade de vida do paciente. Um dos maiores objetivos para os oncologistas e pesquisadores do câncer é o desenvolvimento de uma terapia que prejudique apenas tecido cancerígeno.
Nossa proposta é conceber um modelo flexível para entrega de cargas em regiões tumorais por bactérias. O tecido tumoral apresenta características singulares comparado ao tecido saudável. As bactérias que usaremos se destacam por já preferir este tecido tumoral ao do ambiente normal do corpo, lá elas tem mais conforto e segurança, especialmente contra nossas células de defesa. Além de já terem uma preferência natural por este ambiente, demos umas modificada nelas para que elas não se percam no meio do caminho e cheguem ao seu destino com segurança!
Nosso projeto, utiliza a tecnologia de engenharia de circuitos genéticos para construir em bactérias um sistema inteligente sensível a determinados padrões fisiológicos de tal modo que, a bactéria possa identificar e diferenciar regiões saudáveis e regiões neoplásicas no corpo humano e poder atuar para combater o tumor. Na prática, as bactérias poderiam carregar diversas cargas, de agentes citotóxicos à anticorpos monoclonais para imunoterapia!
Qual o impacto social e econômico do projeto?
Social: Todos os anos mais de 225 mil pessoas morrem em consequência ao câncer e os atuais tratamentos de câncer, apesar de serem efetivos na destruição de tumor, não são específicos quanto a seus tecidos, podendo destruir células saudáveis do corpo. Isso leva a uma grande gama de efeitos colaterais, que levam sofrimento ao paciente e a família do mesmo. Com o uso do Delivery Bots espera-se diminuir significativamente o dano que as células saudáveis levam, diminuindo então os efeitos colaterais do paciente, o que leva a um tratamento que além de ser mais efetivo, diminui o sofrimento do paciente e sua família.
Econômico: Em 2015, o gasto com a doença chegou em 3,3 bilhões de reais, sem contar o prejuízo equivalente a 15 bilhões de reais ao país. Com o uso de um mecanismo de entrega bem mais específico e preciso, espera-se diminuir os gastos com os caros quimioterápicos, já que será necessário menores doses para executar o mesmo efeito.
Como surgiu a equipe?
A equipe surgiu no ano de 2013, por iniciativa do Professor Dr. Carlos Gustavo. Fomos para a competição, no mesmo ano, com o projeto “Eletrobacter”, uma bactéria modificada para transformar o óleo de fritura utilizado em energia elétrica. A segunda participação do time na competição teve como objetivo a biorremediação do mercúrio, um projeto com muito apelo social no Amazonas, pois, o metal ainda é muito utilizado no garimpo dos rios, assim, prejudicando a população ribeirinha, com ele conseguimos levar a medalha de ouro para a nossa região. No ano de 2017, trabalhamos com a ferramenta de edição genética CRISPR, com o objetivo de criar uma metodologia padrão para a ferramenta, o CRISPeasy!
POR QUE É IMPORTANTE PARTICIPAR DO iGEM?
A ciência ainda não é muito incentivada no país, participando do iGEM, podemos mostrar que somos um potencial científico muito grande para outros países e para os próprios brasileiros. Ainda há muito a se explorar na ciência, e cada pequena descoberta leva a muitas mais a surgir, cada pequena contribuição pode ser essencial para o futuro e devemos participar do iGEM não só para descobrir coisas novas para nós mesmos, mas para poder ajudar os outros que ainda estão por vir!
Quais são os maiores desafios?
Nossos maiores desafios sempre são resumidos na falta de incentivo econômico, pois as inscrições do projeto e gastos para os experimentos laboratoriais ultrapassam em muito, o que temos disponíveis.
O que vocês esperam participando do iGEM?
A troca de conhecimento e informações, além da aprendizagem que ganhamos ao estudar várias ideias de projeto, são sempre muito importantes para os integrantes da equipe. Esperamos, também, conquistar medalhas para o Brasil e mostrar que a ciência é muito importante para o país e para nós, que moramos na região Amazônica, e mesmo com o pouco investimento, podemos fazer algo grande para a melhoria de vários problemas mundiais.
Quer conhecer as demais equipes do iGEM2019? Acesse:
iGEM UFMG, Bioprimers Team UTFPR, iGEM UFSCar, iGEM UFRGS – Glyfoat , Osiris Rio UFRJ.
Texto elaborado pela Equipe iGEM Amazonas e revisado por Guilherme Kundlatsch,Coordenador dos Embaixadores After-iGEM no Brasil.