Você já conhece o iGEM, a competição global de Biologia Sintética? Esta competição reúne equipes de mais de trezentas universidades do mundo todo propondo soluções para os grandes desafios da humanidade: doenças, fome, escassez de recursos e danos ambientais.Jovens pesquisadores de dezenas de países compartilhando ideias livremente, colaborando e, ao engenheirar DNA, criando um mundo mais verde, saudável e próspero.
O Brasil participa deste grande evento desde 2009 e vem apresentando projetos de destaque nos últimos anos. Para comemorar os dez anos de participação verde e amarela na competição nós convidamos as equipes de norte a sul (literalmente!) que estão se preparando para participar da próxima edição do iGEM para compartilhar a sua história nessa coletânea de artigos.
Conheça conosco alguns jovens sonhadores que estão aplicando as poderosas ferramentas da Biotecnologia e representando a nossa ciência lá fora!
FICHA TÉCNICA: iGEM UFRGS Brazil – Glyfloat
Links importantes:
Link da nossa vaquinha online:
Vaquinha online: https://benfeitoria.com/igemUFRGS2019
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Quem são os participantes?
Angelo Luiz Angonezi – Biotecnologia
Augusto Bartz Penteriche – Biotecnologia
Daniel Peixoto – Biotecnologia
Daniel Silva – Biotecnologia
Deborah Schafhauser – Biotecnologia
Heloísa Oss Boll – Biotecnologia
João Pedro Wagner – Biologia
João Luiz de Meirelles – Biotecnologia
Luiza Cherobini Pereira – Biotecnologia
Luís Dias – Biotecnologia
Mariana Hentz – Biotecnologia
Paola Lopes – Biotecnologia
Sarah Chittó – Design de Produto
Solon Andrades da Rosa – Biologia Celular e Molecular (Me)
Vitória Xavier – Engenharia Física
Yuri Rigo – Biotecnologia
Qual o projeto?
O objetivo do projeto da equipe iGEM UFRGS é o desenvolvimento do Glyfloat, um ‘filtro-boia’ que atuará nas águas de rios e lagos visando à degradação do glifosato – o defensivo agrícola mais vendido no ano de 2017 no Brasil, de acordo com dados do IBAMA.
O Glyfloat será uma boia, possuindo um compartimento interno que conterá as bactérias da espécie Escherichia coli, programadas geneticamente para romper a molécula do Glifosato em duas outras moléculas: sarcosina e fosfato – através da atuação da enzima C-P liase. Já existem bactérias presentes no ambiente aquático capazes de degradarem a molécula, no entanto, somente o fazem como último recurso no caso de não encontrarem fosfato inorgânico no meio, não sendo capazes de degradar a quantidade de glifosato que se acumula na água. Dessa maneira, a reprogramação genética que será feita visa à expressão aumentada da capacidade das bactérias de romper a ligação química que mantém a molécula. Além disso, diversos mecanismos de biossegurança estão sendo estudados para evitar que as bactérias saiam do compartimento, e para que caso isso ocorra, sejam inativadas, impedindo qualquer possível impacto ambiental.
Qual o impacto social e econômico do projeto?
O glifosato presente no solo de plantações é carregado pela chuva e acaba se acumulando nos rios. Estudos mostram que a presença dessa molécula no ambiente aquático pode interferir no ciclo reprodutivo de caramujos, possíveis vetores de doenças, ou ainda causar mutações em peixes e deformações físicas em anfíbios. Assim, a redução desse contaminante dos corpos d’água é de interesse para a preservação de ecossistemas fluviais.
Como surgiu a equipe?
A motivação para o projeto surgiu após diversas pesquisas sobre assuntos de importância regional e nacional de alguns estudantes do curso de biotecnologia e biologia. Tendo em vista a grande participação da agricultura e agronegócio na economia do país, buscou-se dados sobre a utilização de defensivos agrícolas, e então estudos relacionados ao glifosato e mecanismos biológicos para sua degradação. Então decidiu-se participar do iGEM, e mais pessoas, inclusive de outros cursos além da biotecnologia, foram se juntando ao grupo.
Por que é importante participar do igem?
O iGEM é a maior competição de biologia sintética do mundo, e participar de um evento como esse abre muitas portas para a continuidade do projeto, além de gerar visibilidade para empresas ou interessados em investir na ideia.
Além de que, juntamente com as outras equipes brasileiras, estaremos divulgando a ciência nacional, evidenciando o potencial que o investimento em pesquisa e educação pode gerar.
Quais os maiores desafios para vocês?
Além dos desafios técnicos que certamente vão aparecer, tratar de um assunto como a utilização de herbicidas e organismos geneticamente modificados pode ser desafiador. Explicar a ideia de maneira simples e compreensível, sem deixar espaço para interpretações erradas também se prova trabalhoso.
No momento, nossa principal busca é atingir a meta para realizarmos a inscrição na competição, que nos fornecerá ferramentas para que possamos de fato colocar o projeto em prática.
Quer ajudar a equipe Glyfoat? Contribua com a vaquinha online:
https://benfeitoria.com/igemUFRGS2019
O que vcs esperam participando do igem?
Participando do evento teremos contato com outras equipes, que possivelmente têm projetos ou sugestões que podem ser implementadas e melhorar o Glyfloat. Além disso, estaremos representando a universidade e o Rio Grande do Sul, já que seremos a primeira equipe do estado a participar da competição.
Quer conhecer as demais equipes do iGEM2019? Acesse: iGEM UFMG, Bioprimers Team UTFPR, iGEM UFSCar.
Texto elaborado pela Equipe iGEM UFRGS Brazil – Glyfloat e revisado por Guilherme Kundlatsch,Coordenador dos Embaixadores After-iGEM no Brasil.