Imagine que você precisa preparar um relatório para o trabalho, encarar uma apresentação na faculdade ou, quem sabe, começar o projeto do seu TCC. E aí, qual o primeiro passo? Provavelmente você pensou “dar um Google”, acertamos? Mas será que é esse esse caminho? Spoiler: nem sempre as respostas fáceis são as mais confiáveis.
Ainda assim, existem ferramentas “mágicas” para nos auxiliar nesta aventura. Venha com a gente compreender este tema que pode mudar a sua vida, mantendo você por dentro das novidades das IAs que já estão por aí.
Desinformação pode ser combatida a partir da checagem rigorosa de fontes e informações, além da educação para pesquisa e pensamento críticos. Fonte: Pexels
#ParaTodosVerem: imagem de uma mão feminina segurando uma caneta vermelha, destacando a expressão “FAKE NEWS” em um documento impresso. A ação sugere a revisão de conteúdo relacionado à desinformação. Para profissionais e pesquisadores, dominar a pesquisa bibliográfica é um diferencial poderoso. Afinal, a diferença entre uma decisão ou uma conclusão bem embasada e um erro pode custar caro. Quem acredita que “dar um Google” é suficiente está a um passo de perder grandes oportunidades.
Mas, afinal, o que é uma pesquisa bibliográfica? Como ela pode ajudar e garantir mais confiabilidade para o seu trabalho? E, mais importante, como você pode fazer isso online de forma eficiente? Vamos explorar essas respostas juntos!
O que é uma pesquisa bibliográfica?
A pesquisa bibliográfica é a base de qualquer investigação científica, funcionando como o alicerce para garantir que um projeto tenha um início sólido. Esse processo envolve coletar, analisar e interpretar com cuidado a literatura existente sobre um tema, ajudando o pesquisador a entender o que já foi estudado, identificar lacunas e formular perguntas bem fundamentadas. Em resumo, a pesquisa bibliográfica é o que evita que um estudo siga por caminhos pouco produtivos ou repetitivos.
O primeiro passo é escolher um tema claro e bem delimitado. Quanto mais focado o assunto, mais precisa será a busca. Em seguida, realiza-se o levantamento bibliográfico — a busca por materiais relevantes, sejam digitais ou impressos, para obter uma visão aprofundada sobre o tema. Nesse estágio, o pesquisador começa a identificar o problema central ou a questão que pretende explorar ou responder por meio da sua investigação
Com uma visão mais clara, o próximo passo é ampliar o levantamento bibliográfico para refinar e aprofundar a compreensão do tema, explorando novas fontes para garantir a cobertura ampla e detalhada. Então, vem a seleção das fontes mais confiáveis e adequadas, categorizadas como primárias (artigos originais), secundárias (análises de fontes primárias) e terciárias (resumos ou compilações).
Depois, é hora do fichamento, registrando de forma organizada as informações essenciais de cada texto, o que facilita o acesso e a consulta. Por fim, o pesquisador faz a análise e interpretação do material que reuniu, sintetizando o conteúdo.
Cada etapa da pesquisa bibliográfica contribui para o entendimento sólido do problema de pesquisa, guiando o estudo de forma fundamentada e abrindo caminho para descobertas e inovações.
A pesquisa bibliográfica segue etapas essenciais para organizar e interpretar o conhecimento disponível. Fonte: adaptado de de Sousa; , A. S. de Oliveira; , G. S., & Alves , L. H. (2021). #ParaTodosVerem: Organograma representando as etapas de uma pesquisa bibliográfica. O diagrama começa com a Escolha do Tema no topo. Logo abaixo, segue-se o Levantamento Bibliográfico, que se ramifica para Pesquisa pela internet e bibliotecas. Dando seguimento ao eixo principal, temos o Problema, seguido de Aprofundamento e ampliação do levantamento bibliográfico. Esse ponto é seguido pela Seleção de textos (fontes), depois Localização, que se conecta à identificação de Fontes primárias, secundárias e terciárias. Na sequência, está a etapa de Fichamento e, por fim, a fase de Análise e Interpretação, onde todo o material é examinado para gerar conclusões e insights. O organograma esquematiza o fluxo necessário para estruturar uma pesquisa bibliográfica bem-sucedida.
Ferramentas para otimizar sua pesquisa bibliográfica
Agora que entendemos o que é uma pesquisa bibliográfica e o quão complexa (porém essencial!) ela pode ser, é hora de conhecer as ferramentas que vão transformar esse processo em algo muito mais fácil, rápido e eficiente.
Na fase inicial de definição do tema e levantamento de fontes, bases de dados como Google Scholar, PubMed, SciELO e Web of Science são essenciais para encontrar estudos e autores relevantes, dando o pontapé inicial.
Dando um passo além, ferramentas como Research Rabbit, Connected Papers e Litmaps tornam a identificação de conexões entre artigos e a descoberta de novas referências uma experiência única. Com interfaces visuais e intuitivas, podemos rapidamente ver as conexões entre os artigos e compreender melhor o campo de estudo e seu desenvolvimento.
A plataforma Research Rabbit apresenta funcionalidades que facilitam o trabalho de pesquisa acadêmica, permitindo encontrar artigos relacionados, explorar redes de co autores e compartilhar coleções de documentos. Fonte: captura de tela da plataforma Research Rabbit #ParaTodosVerem: imagem de um laptop exibindo a interface do ResearchRabbit, com três colunas: uma para gerenciar papers, outra mostrando trabalhos similares e uma terceira apresentando uma rede de conexões entre documentos científicos. Ao lado esquerdo da tela, há botões com descrições como “Nunca perca nada” e “Descubra redes de autores”.
Quando se trata de aprofundar o levantamento bibliográfico, bases como Scopus e Web of Science oferecem acesso a publicações com métricas de impacto. E com ferramentas como Elicit, Consensus e Scispace, é possível obter respostas rápidas baseadas em evidências científicas. Eles economizam tempo na análise do que é consenso no campo de estudo, além de facilitar o fichamento posterior.
A plataforma Elicit é usada para auxiliar no processo de revisão sistemática, destacando as principais conclusões e resumos dos artigos científicos. Fonte: captura de tela da plataforma Elicit #ParaTodosVerem: captura de tela da plataforma Elicit, mostrando uma busca por artigos sobre como otimizar o processo de revisão sistemática usando ferramentas de IA. A tela exibe uma lista de artigos, com colunas de título, resumo do artigo e principais descobertas, facilitando a identificação rápida das informações mais relevantes para o pesquisador.
Para a organização de referências e citações, nada supera gerenciadores como Zotero e Mendeley, que facilitam o armazenamento e a categorização de artigos. Eles também têm grande conectividade com vários aplicativos, agilizando o processo de citação.
Nas etapas de fichamento, recomendamos o Google Sheets. É ideal para registrar e organizar resumos, ideias e trechos-chave de cada leitura, facilitando a consulta e interpretação das fontes. Além disso, é gratuito e faz parte do Google Workspace. Já para a análise e interpretação do conteúdo de algum artigo, a ferramenta Scholarcy é indicada.
Para otimizar o uso de bases de dados, é essencial saber o que buscar, usando palavras-chave e operadores booleanos (palavras que indicam ao sistema de busca como os termos da pesquisa devem ser combinados) como OR, AND e NOT (caso a sua busca seja com termos em inglês). Já as ferramentas de IA (inteligência artificial) pedem prompts (palavras que servem como instruções para o sistema de busca) específicos, objetivos e contextualizados, preferencialmente em inglês, que continua sendo o idioma padrão para pesquisa.
Mas lembre-se: embora os textos gerados por IAs sejam originais, eles aprendem através de padrões de textos preexistentes e podem ocorrer alucinações com informações irreais, logo, suas informações devem ser revisadas e adaptadas – nada de copiar e colar. Essas ferramentas estão aí para ajudar, não para fazer tudo por nós! Elas otimizam o processo, mas pensar, questionar e sonhar ainda são tarefas nossas.
Com essas ferramentas, cada etapa da pesquisa bibliográfica se torna mais intuitiva, como se o que antes era trabalhoso agora fosse quase um “jogo de criança”. Este texto mesmo, teve ajuda de algumas dessas ferramentas. Então, vamos brincar? Experimente as ferramentas e veja como elas podem simplificar seu próximo projeto.
Texto revisado por Natália Lopes e Elaine Lotocheski
Cite este artigo:
LEAL, R. Descomplicando a pesquisa bibliográfica: conceitos e ferramentas de IA para otimizar seu tempo. Revista Blog do Profissão Biotec, v. 11, 2024. Disponível em: <
https://profissaobiotec.com.br/descomplicando-a-pesquisa-bibliografica-conceitos-e-ferramentas-de-ia-para-otimizar-seu-tempo>. Acesso em: dd/mm/aaaa.
Referências:
DE SOUSA, Angélica Silva; DE OLIVEIRA, Guilherme Saramago; ALVES, Laís Hilário. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da FUCAMP, v. 20, n. 43, 2021.
FABIANO, Nicholas et al. How to optimize the systematic review process using AI tools. JCPP advances, v. 4, n. 2, p. e12234, 2024.
FALAGAS, Matthew E. et al. Comparison of PubMed, Scopus, web of science, and Google scholar: strengths and weaknesses. The FASEB journal, v. 22, n. 2, p. 338-342, 2008.
Fonte da imagem destacada: Editado de Pexels e Pexels, 2024.