No ano de 414 A.C, havia um imperador japonês que passava por sérios problemas digestivos sem solução, até que um médico chamado Kombu trouxe para o palácio uma bebida misteriosa.
Após alguns dias ingerindo essa bebida, o imperador melhorou surpreendentemente e quis saber o que estava tomando. Assim “teoricamente” foi apresentado ao mundo o Kombucha, uma bebida probiótica produzida pela simbiose de bactérias e leveduras através da fermentação do chá preto ou verde.
Doutor Kombu mostra os benefícios do chá fermentado.
Kombu o quê?
A origem da palavra kombucha não é totalmente conhecida, sendo que uma teoria diz que é derivada da junção das palavras japonesas kombu (algas marinhas) e tea (chá). Outra história, como a citada na introdução, diz que o nome “Kombu” foi o nome do médico coreano que a desenvolveu.[1]
Composição
Por ser uma simbiose entre bactérias e leveduras, várias espécies de bactérias podem ser encontradas na composição como Acetobacter spp., especialmente cepas produtoras de celulose de Acetobacter xylinum, além de Gluconobacter e Lactobacillus.
Já a diversidade de leveduras encontradas são as espécies Brettanomyces/Dekkera, Candida, Kloeckera, Pichia, Saccharomyces, Saccharomycoides, Shizosaccharomyces,
Torulospora e Zygosaccharomyces.[2] Com tantas espécies diferentes, essas comunidades interagem e criam compostos e sabores característicos da bebida.
Diversidade encontra no kombucha, em tamanho menor, as bactérias, em tamanho maior, as leveduras e, do lado direito, o biofilme formado.
Características
Devido à sua diversidade biológica, o kombucha apresenta uma vasta gama de compostos como: ácido acético, ácido láctico, ácido glucônico e ácidos glicurônicos, etanol e glicerol.
As leveduras que vivem no biofilme usam os açúcares do chá para produzir álcool. Este álcool é então consumido pela bactérias para produzir ácido acético (vinagre). O chá kombucha resultante é uma bebida terrosa e ligeiramente doce (dependendo da duração da fermentação) com notas de vinagre.
Quando engarrafado e armazenado, dióxido de carbono é preso fazendo o kombucha borbulhante, produzindo uma bebida refrescante e deliciosa.[3]
Devido sua fama em outros países, o Brasil já possui um fabricante comercial da bebida a Biozen Kombucha.
Sirva-se e aproveite o sabor!
Propriedades
Você deve estar imaginando que, com toda essa união entre as bactérias e leveduras, esse chá deve ter alguma propriedades interessantes, não?! Bem vamos a elas:
Conhecida por suas propriedades probióticas, o kombucha é utilizado também para regulação do intestino, excreção de toxinas e limpeza de sangue.[4]
Curioso sobre o preparo?
Você deve estar se perguntando:
“Legal a bebida curou o imperador, mas como faço em casa?”
Primeiro de tudo é necessário conseguir a colônia inicial (carinhosamente chamada de scoby ou panqueca). Ela pode ser obtida por doação ou compra.
O modo de preparo pode ser conferido neste vídeo.
Aplicações
Conhecida como um refrigerante natural, pode ser aproveitada também como um material biodegradável.Tanto que pesquisadores da Iowa State University utilizam a celulose – subproduto da fermentação da kombucha – para fazer um tecido biodegradável parecido com couro, porém o processo também é bastante demorado, pois leva até quatro semanas para crescer uma folha do material e por enquanto a produção em massa não é viável, mas as pesquisas estão sendo conduzidas para aumentar a escala e diminuir o tempo de crescimento das fibras.[5]
Já imaginou beber chá e ainda fazer sua própria roupa.
Portanto esperamos que, ao ver como bactérias e leveduras podem conviver pacificamente, você tente experimentar um copo de kombucha e nos diga se a união faz ou não faz o sabor?