Já ouviu falar na espécie Biotecnologista? É um organismo que ainda está em constante estudo, pois ainda não foi completamente elucidado.
Há quem diga que essa espécie, durante seu período de desenvolvimento (acadêmico), é vista com olheiras, café nas mãos, muitos artigos na mochila e computador. Os seus hábitos também são peculiares e estão sendo estudados.
Em distribuição de gênero, estudos apontam que o gênero masculino e o feminino são igualmente responsáveis pelas tarefas dentro do seu nicho (a ciência). Um fato é que o Biotecnologista está em evolução constante, a uma velocidade acima do comum.
Apresentamos aqui tudo o que se sabe até agora sobre a anatomia do Biotecnologista e algumas subespécies catalogadas:
– Anatomia –
Aura: pode ser visto como uma aura, mas é só o jaleco. Não confundir com uma espécie semelhante que aparece de jaleco fora de prédios de laboratório: esse é um pipoqueiro.
Boca: fala a língua das bases moleculares da vida, mas também bebe uma boa cerveja. Dificilmente abre ela em laboratório, para não contaminar amostras, mas quando está em congresso ou apresentando os dados do seu trabalho, fala pelos cotovelos.
Braços: fortes e ágeis, seja para movimentos contínuos e repetitivos de experimentos ou para carregar todos os frascos de reagentes de uma só vez, evitando o desprendimento de energia desnecessária.
Cabeça: esse ainda é um mistério. Muitas iniciativas estudam o que pode ter dentro da cabeça de um biotecnologista. A verdade é que possivelmente nem os próprios representantes da espécie saibam. O Profissão Biotec trabalha ativamente para elucidar essa questão.
Calçado: quanto mais fechado e confortável, mais adaptado para aguentar a rotina de laboratório.
Coração: sempre pronto para ajudar quem pede ajuda, desde aquele colega de aula até a avó que quer saber o que é gordura trans.
Costas: doendo devido à postura de trabalho na bancada do laboratório.
Estômago: possui mecanismos de autodefesa desenvolvidos, adquirindo um compartimento específico de reserva energética para experimentos que duram horas sem poder fazer intervalos para refeição. Resistência a café em quantidades sobre-humanas também é uma habilidade notável.
Mãos: ressecadas devido ao talco das luvas. É comum encontrá-las associadas às ferramentas comuns que a espécie utiliza: tubos, pipetas, vidrarias, cronômetros, etc.
Músculos: o músculo mais desenvolvido no biotecnologista é o responsável pela flexão do dedão (direito, na maioria deles). O dedão, além de fazer joinha quando o experimento dá certo, é responsável pela ação de pipetar. Um biotecnologista com lesão nessa função já pode procurar outra carreira a seguir, pois dificilmente sua vida de biotec voltará a ser a mesma.
Nariz: já insensível e acostumado a odores fortes como etanol, acetonitrila, clorofórmio e ácido acético (famoso vinagrão).
Olhos: olhar clínico fundamental principalmente para encontrar aquela banda bem fraca no gel de agarose e fazer uma contagem de CFU em placas.
Ouvidos: acostumados ao ruído basal de equipamentos do laboratório, como centrífugas, freezers, capelas de fluxo laminar, etc. e quando não estão assim, geralmente estão ouvindo música. Muito alta. Para se concentrar. E espere encontrar de tudo: desde Kiss até É o tchan.
Sangue: o sangue que corre nas veias e que movimenta o biotecnologista é a paixão pelo seu trabalho. Ou o café.
Unhas: geralmente quebradas ou roídas, por abrir tubos difíceis de serem abertos…
– Subespécies –
Subespécie bioinformata: dedos mais ágeis do deserto, olhos de visão noturna. Possui uma particularidade a ser estudada: já não se sabe diferenciar seu sangue do café.
Subespécie biotecnologista empreendedor: espécime curioso e com visão para enxergar além daquilo que muitos acham simples, obsoleto ou mesmo incapaz de gerar valor. Cabeça cheia de ideias, em busca de algo novo para produzir, é quem realiza antes, é quem sai da idealização, da vontade, e parte para ação.
Subespécie biotecnologista industrial: tem uma visão em larga escala sobre o que é produzido em escala laboratorial. O barulho das máquinas é como pulsações cardíacas que o impulsiona a sempre dar o seu melhor visando um objetivo.
Subespécie biotecnologista laboratorial/acadêmico: ama a pesquisa. Desenvolver projetos e realizar experimentos são prazeres de vida, assim como ler e escrever artigos científicos. Mais do que trabalho, para essa subespécie, é um hobby.
Subespécie biotecnologista molecular: visão e coordenação motora superdesenvolvidas para conseguir pipetar o PCR em placas 384 poços. Além de uma fé inabalável de que, naquela gotinha de água transparente, tem sim DNA.
Subespécie biotecnologista sintético: quando vê um problema, já pensa em um microrganismo que ele vai modificar para encontrar uma solução e ainda participar da competição iGEM.
Subespécie biotecnologista vegetal: sempre com as unhas cheias de terra, é a subespécie mais paciente, já acostumada a esperar meses para descobrir se sua planta realmente é transgênica.
Subespécie microbiologista: tem o dedinho da mão super desenvolvido, pois é com ele que segura diversas ferramentas do seu ofício. Alguns indivíduos chegam a realizar outras tarefas com essa habilidade, como abrir tubos de pasta de dente, etc.
Você já observou algum Biotecnologista sp. em seu habitat natural? Notou alguma característica que não percebemos antes? Conte nos comentários!