A SuperMeat, empresa israelense de biotecnologia e tecnologia alimentar que está desenvolvendo carne de frango em laboratório, anunciou, no dia 02 de Janeiro de 2018, que levantou US$ 3 milhões em financiamento e formou uma parceria estratégica com a PHW, um dos maiores grupos produtores de aves da Europa e um investidor de ações na empresa. Assim, se torna uma das mais recentes empresas empenhadas em produzir “carnes limpas” (“clean meats”, no inglês) que está em ascendência.
Para alguns veganos este investimento realizado pela PHW é uma prova de que a indústria de alimentos está pronta para adotar novas tecnologias, especificamente para permitir que a produção de alimentos seja mais ampla e de forma mais sustentável.
Mas o que é realmente a carne limpa produzida pela SuperMeat?
A carne limpa da SuperMeat é produzida por células que foram extraídas por meio de biópsia em galinhas. As células são então cultivadas em condições que lhes permitem desenvolver, formando cortes de frango de alta qualidade. Este processo põe fim à necessidade industrial de produzir animais em massa para o abate, ao mesmo tempo que elimina a exposição a resíduos animais e doenças transmitidas por alimentos. Os potenciais benefícios para a saúde pública e o bem-estar dos animais são, portanto, consideráveis. Ao mesmo tempo, a carne limpa também é altamente benéfica para o meio ambiente, com pegadas de carbono e ecológicas drasticamente reduzidas em comparação com os métodos atuais de produção de carne. De acordo com a pesquisa realizada pelas universidades de Oxford e Amsterdã, mudar para carne limpa permitirá uma redução de até 98% nas emissões de gases de efeito estufa, 99% na exploração da terra e até 96% no uso da água.
Com o financiamento recentemente garantido, a empresa com sede em Tel-Aviv espera trazer seus produtos de frango “limpos” para o mercado dentro de três anos, a um preço semelhante aos produtos de frango convencionais atualmente disponíveis nas prateleiras das lojas. Isso ocorre em um momento crítico para a produção mundial de alimentos, com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a Casa Branca proclamando publicamente a importância da biotecnologia na obtenção de fontes alternativas de proteína para uma população mundial em rápido crescimento, cuja demanda de carne deverá dobrar de 2050.