O Câncer de Mama é o tipo mais comum em mulheres no Brasil e no mundo: uma em cada oito mulheres irão desenvolver este tipo de câncer ao longo da vida. Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer estimam que, apenas em 2016, surgiriam 57.960 novos casos no Brasil.
O sucesso do tratamento está diretamente relacionado ao estágio no qual o câncer é diagnosticado. Por isso, a campanha Outubro Rosa, iniciada nos Estados Unidos em 1997 e atualmente propagada pelo mundo, tem como objetivo incentivar e conscientizar a prevenção por meio do diagnóstico precoce.
Estatísticas demonstram que a taxa relativa de sobrevida de mulheres com câncer de mama em estadiamentos clínico I e II, diagnosticados em estágios iniciais, são de 99,1% e 87,6%, respectivamente, enquanto os estágios III e IV, diagnósticos tardios, possuem uma taxa de sobrevivência de 55,1% e 14,7%, respectivamente, como mostra o gráfico abaixo.
A ausência de sintomas em estadiamentos iniciais é um desafio para a detecção do câncer. Por isso, recomenda-se que, desde a adolescência, as mulheres realizem o autoexame das mamas, o que pode ser feito pelo menos uma vez ao mês. Já a partir dos 40, é desejável que o exame de mamografia seja realizado ao menos uma vez ao ano.
A Biotecnologia tem trabalhado no desenvolvimento de diagnósticos precoces utilizando ferramentas de Biologia Molecular a partir da biópsia líquida (usando, por exemplo, sangue ou urina de pacientes), de uma forma que sejam muito mais sensíveis, acurados e menos invasivos do que a mamografia e as biópsias de tecido atualmente utilizadas.
Os principais alvos de estudos são os microRNAs e DNA livres de células (cell-free DNA) presentes no sangue de pacientes, utilizando a quantidade e a presença de mutações em alguns genes como biomarcadores, com estudos em andamento por Instituições brasileiros como o Hospital do Câncer de Barretos.
Estudos para o desenvolvimento da cura também seguem a todo o vapor, abordando as mais diferentes estratégias. Drogas que bloqueiam importantes reguladores do processo de ciclo celular, como as proteínas CDK 4 e 6, já estão em fase de testes clínicos. Outra alternativa é a Imunoterapia, uma das áreas emergentes para o tratamento, com a utilização, por exemplo, de anticorpos contra proteínas de morte celular programada (PD-1) e o seu ligante (PD-L1), estimulando as células imunes do corpo a combater o câncer.
Assim, a Biotecnologia e o Profissão Biotec seguem em prol da conscientização e o combate ao Câncer de Mama. Faça parte desta luta: conscientize-se, cuide-se e compartilhe. Apenas juntos venceremos.
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