No dia primeiro de outubro, comemora-se o Dia Internacional da Terceira Idade. Criada em 1991 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), esta data reforça e relembra a sociedade mundial para as questões do envelhecimento.
Atualmente no Brasil, os idosos representam 14,3% da população, cerca de 29,3 milhões de pessoas. Em meados de 2030, estima-se que o número de idosos possa superar o de jovens. Isso deve-se, principalmente, ao aumento na média de vida do brasileiro, que saiu de 45,4 anos em 1940, para 75,4 anos em 2015.
Em outubro de 2003, aprovou-se a Lei nº 10.741 (Estatuto do Idoso), cujo objetivo é garantir que os idosos possuam oportunidades para preservar sua saúde física e mental, além de serem capazes de aperfeiçoar sua moral, intelecto, entre outras, em condições de liberdade e dignidade.
Sabemos que, para o conhecimento, não há idade limite. Como resultado disto, a área da Ciência é uma das mais democráticas neste quesito. Prova disto é que muitos dos professores e pesquisadores nas universidades possuem os cabelos brancos. Mas você sabia que grande parte dos ganhadores do Prêmio Nobel possuíam idade maior que 60 anos? Vamos conhecer alguns deles.
Heinrich Hermann Robert Koch (1905)
Robert Koch, conhecido como o pai da Microbiologia, ganhou seu Prêmio Nobel de Medicina em 1905, aos 60 anos. As suas pesquisas laboratoriais o fizeram se tornar um dos principais cientistas quando o assunto é epidemiologia das doenças transmissíveis.
Robert Koch tem diversas contribuições, tais como: a criação dos métodos de fixação e de coloração de bactérias. Além disso, os postulados de Koch, regem muitos parâmetros analisados na microbiologia atual.
Johannes Diderik van der Waals (1910)
A tão conhecida interação interatômica de Van der Waals que já ouvimos falar tanto provém dos estudos deste senhor. Em 1910, ele foi o ganhador do Prêmio Nobel de Física aos 73 anos, devido aos seus estudos com as interações intermoleculares, formulando equações que descreviam a medição do zero absoluto.
Devido ao seu prazer pela termodinâmica, Van der Waals concluiu que, nos gases, o tamanho da molécula e a força que atua entre elas afetam seu comportamento.
Richard Adolf Zsigmondy (1925)
Formado na Universidade de Viena (Áustria), Zsigmondy ganhou seu Prêmio Nobel de Química em 1925 aos exatos 60 anos de idade. Richard é mundialmente conhecido por suas pesquisas e experimentos com a química dos colóides. Estas misturas se apresentam em diversas formas e, no dia-a-dia, podem ser encontrados em leites e cremes.
Juntamente com Heinrich Siedentopf, Zsigmondy idealizou e produziu o primeiro ultramicroscópio. Todas essas pesquisas revelaram-se decisivas no desenvolvimento da bioquímica contemporânea.
Frederick Gowland Hopkins (1929)
Sir Frederick Gowland Hopkins foi um bioquímico britânico que obteve seu Prêmio Nobel em 1929 aos 68 anos, devido à descoberta de compostos essenciais – agora conhecidos como vitaminas – necessários nas dietas dos animais para que estes se mantenham saudáveis.
O aminoácido triptofano foi descoberto em 1901, por Hopkins, cujo trabalho foi isolar esta molécula da proteína. Após isso, ele conseguiu descobrir que os animais não possuem capacidade de produzir os aminoácidos conhecidos como essenciais.
Barbara McClintock (1983)
Aos 81 anos, a cientista estadunidense Barbara McClintock, aos 81 anos, obteve seu Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta dos elementos genéticos móveis. Estes elementos foram extremamente importantes para o entendimento de diversos fenômenos na área, já que são responsáveis pela transposição genética.
Barbara McClintock é uma das três personalidades mais famosas da história da genética. É graças a ela que atualmente podemos entender diversos conceitos fundamentais para a área, como a recombinação genética e os papéis de regiões específicas dos cromossomos, como os telômeros e centrômeros. Barbara McClintock também é responsável pela primeira publicação do mapa genético das variedades de milho na América do Sul.
Essas pessoas fenomenais servem de exemplo para mostrar que não há limite de idade na Ciência. No entanto, isto não se limita somente a esta área. Então, aqui vai a frase filosófica do dia:
“Nunca permita que a sua idade biológica seja um limite para fazer aquilo que te faz feliz. Se você ama estudar, trabalhar, praticar esportes, tocar instrumentos ou saltar de paraquedas, faça isso. Não desista de seus sonhos por conta da passagem de tempo!!”
Cite este artigo:
ENRICI, A. W. Para fazer Ciência, não há idade. Revista Blog do Profissão Biotec. V. 10, 2023. Disponível: <https://profissaobiotec.com.br/para-fazer-ciencia-nao-ha-idade/>. Acesso em: dd/mm/aaaa.
Referências
MLA STYLES: All Nobel Prizes. NobelPrize.org. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/lists/all-nobel-prizes. Acesso em 20/09/2022.
MLA STYLES: Barbara McClintock. NobelPrize.org. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1983/mcclintock/facts. Acesso em 20/09/2022.
MLA STYLES: Johannes Diderik van der Waals. NobelPrize.org. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1910/waals/facts/. Acesso em 20/09/2022.
MLA STYLES: Richard Zsigmondy. NobelPrize.org. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/chemistry/1925/zsigmondy/facts/. Acesso em 20/09/2022.
MLA STYLES: Robert Koch. NobelPrize.org. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1905/koch/facts/. Acesso em 20/09/2022.
MLA STYLES: Sir Frederick Hopkins. NobelPrize.org. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1929/hopkins/facts/. Acesso em 20/09/2022.
Fonte da imagem destacada: Unsplash.