Para dar continuidade ao Glossário da Biotecnologia, especialmente preparado pelo PB para dar uma ajudinha na hora de entender a Biotecnologia e as notícias relacionadas à essa área, nosso texto conta uma breve explicação de mais 5 termos muito utilizados pelos profissionais. Vamos conferir?
6. Biorremediação
A biorremediação é um processo de tratamento de ambientes poluídos que utiliza organismos vivos – como bactérias, fungos ou plantas (chamado de fitorremediação) – para degradar, transformar e/ou remover os contaminantes desse ambiente. Esse processo ocorre naturalmente por uma variedade de micro-organismos e plantas na remediação de ambientes contaminados, como água e solo, por metais pesados, pesticidas, petróleo, entre outros.
Entretanto, o aumento da poluição e dos tipos de poluentes exigem que novos micro-organismos e plantas sejam descobertos e explorados e que os existentes sejam engenheirados. E é aqui que entra a Biotecnologia! O biotecnologista pode realizar a identificação e taxonomia de novos micro-organismos de acordo com a área e com o poluente; pode realizar a prospecção de vias metabólicas de interesse para a aplicação; além de explorar as características do organismo, ampliando suas capacidades por meio da tecnologia de DNA recombinante. E essas são apenas algumas das aplicações! Você pode ler mais sobre biorremediação aqui e em nosso texto e vídeo do PB!
7. Células-tronco
As células-tronco são um conjunto de células que possuem a capacidade de autorrenovação, ou seja, se auto-replicam gerando novas células-tronco. Além disso, possuem a capacidade de diferenciação em diversos tipos celulares, como células epiteliais, células neuronais, entre outros. Existem três diferentes tipos de células-tronco: células-tronco embrionárias, células-tronco adultas e células-tronco pluripotentes induzidas.
As primeiras identificadas foram as células-tronco embrionárias, que são encontradas exclusivamente no embrião no estágio de blastocisto e são conhecidas também por pluripotentes, visto que podem se diferenciar em qualquer tipo celular. O uso dessas células na pesquisa é alvo de grandes debates éticos.
As células-tronco adultas são encontradas principalmente na medula óssea e cordão umbilical de adultos e recém nascidos, mas diferentemente das embrionárias, elas são multipotentes, uma vez que são menos versáteis na diferenciação do que as primeiras. Essas células-tronco possuem uma aplicação já bem estabelecida na medicina veterinária regenerativa, principalmente em equinos e pets. Brevemente, nesta aplicação, as células-tronco adultas dos animais são obtidas a partir do tecido adiposo dos mesmos; em seguida, são multiplicadas em laboratório para então serem aplicadas nos animais principalmente para o tratamento de doenças articulares, ósseas, dos tendões e renais!
As células-tronco pluripotentes induzidas são produzidas em laboratório a partir da reprogramação de uma célula já diferenciada do organismo. Essa reprogramação ocorre a partir da inserção de genes específicos nas células somáticas (formadoras de tecidos) do indivíduo, gerando células-tronco embrionárias. As principais aplicações dessas células são a compreensão dos mecanismos envolvidos no crescimento dos tecidos, bem como a modelagem de doenças, screening para novos medicamentos e, destacadamente, a terapia celular no combate às doenças.
8. Sequenciamento do DNA
O sequenciamento de DNA consiste no processo realizado para determinar a sequência exata de nucleotídeos (Adenina, Timina, Citosina e Guanina) em um fragmento de DNA. Determinar essas sequências é essencial para conhecer os genes, e até o genoma completo de organismos. Dentre os sequenciamentos de genoma de espécies, é possível destacar o Projeto Genoma Humano (PGH), um esforço internacional responsável pelo sequenciamento de todo o genoma humano.
Os primeiros métodos de sequenciamento foram os de Maxam-Gilbert e o método de terminação de cadeia de Sanger (Sanger foi um dos pioneiros no sequenciamento de DNA!). Entretanto, o PGH foi responsável por estimular e impulsionar o desenvolvimento de métodos mais automatizados e com maior eficácia, conhecidos como Sequenciamento de Nova Geração (NGS, New Generation Sequencing).
9. Docking molecular
O docking molecular, também conhecido como ancoragem molecular, é uma ferramenta muito utilizada nas ciências biológicas para predizer a melhor orientação de ajuste de um ligante em uma proteína por meio de métodos computacionais. Isso permite a caracterização do comportamento dos ligantes (pequenas moléculas) no sítio de ligação das proteínas alvo, como por exemplo a ação de um novo candidato a medicamento na proteína-alvo. Aqui no PB você pode ler sobre outras aplicações do docking molecular!
10. Patentes
De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), uma patente é definida por “um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação”. Esse título dá o direito ao detentor da patente de impedir que terceiros usem o produto e/ou processo patenteado sem o seu consentimento.
Na área da Biotecnologia, os principais tipo de patentes são a Patente de Invenção (PI), que protege um produto ou processo biotecnológico (que possua os requisitos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial) por 20 anos, e Patente de Modelo de Utilidade (MU), que representa uma melhoria funcional ou de fabricação em um produto/objeto e possui validade de 15 anos.
O Profissão Biotec preparou o Glossário de Biotecnologia com muito carinho para tornar a compreensão dessa área mais acessível e abrangente! A Biotecnologia é linda e instigante! Continue nos acompanhando para saber as notícias quentinhas e informações de ótima qualidade. E qualquer dúvida, manda pra gente!