A Biotecnologia e a Escrita Médica – Muito Além dos Artigos Científicos

O profissional de escrita médica ou medical writer atua redigindo conteúdos médicos e científicos direcionados para o público geral

Gosta de escrever? Tem facilidade na leitura e interpretação de textos? Sabe inglês e outras línguas? Gosta de ciência e medicina? Então esta talvez seja a sua área! Uma de nossas missões aqui no Profissão Biotec é apresentar diferentes oportunidades de carreira para vocês. A Escrita Médica, ainda pouco conhecida, é uma ótima opção para os profissionais de biotecnologia de plantão! Com um mercado ainda pequeno, mas que tende a aumentar com a valorização das pesquisas clínicas, o que ocasiona em um acúmulo de conteúdo médico técnico. A falta de profissionais que entendam e saibam transcrever essa linguagem para o público não especializado, portanto, é essencial. Confira neste texto um pouco mais sobre essa profissão.

Mas o que é a Escrita Médica?

Nesse setor, , o profissional responsável, também chamado de “Medical Affairs”, “Medical Affairs Analyst”, “Medical Writer” ou “Medical Science Liaison”, atua redigindo conteúdos médicos e científicos direcionados para o público médico, para patrocinadores de estudos clínicos, organizações públicas e privadas, indústrias, centros de pesquisa, pacientes e, ainda, para o público não especializado.

Esse profissional vem ganhando espaço de atuação nos dias atuais, devido à alta velocidade da produção científica e a menor disponibilidade de tempo de pesquisadores e demais profissionais da comunidade científica para uma análise aprofundada, considerando que estes possuem seus próprios prazos e metas. O Medical Writer analisa, processa e interpreta essas informações e as transcreve na forma de artigos científicos, relatórios, gráficos, apresentações e materiais didáticos

Pessoa escreve em caderno
O profissional responsável pela Escrita Médica atua redigindo conteúdos médicos e científicos para diversos públicos. Fonte: Judit Peter/Pexels #ParaTodosVerem. Pessoa escreve em caderno, em frente a um notebook, um celular e uma caneca de café.

Quais habilidades são essenciais para o profissional da área?

Primeiro, uma formação de nível superior na área da saúde associada a uma pós-graduação stricto sensu (mestrado ou doutorado) é essencial, pois normalmente esse tipo de bagagem traz muitos conhecimentos importantes para a leitura, interpretação e escrita de dados científicos. No entanto, graduações na área de humanas, como letras ou comunicação, não são um impeditivo para o ingresso neste mercado. Porém, possuir conhecimentos relacionados à Biotecnologia e às Ciências Biomédicas é fundamental para conseguir atuar na área.

Manter e cultivar um currículo correspondente à vaga também é importante. Treinar a leitura e a compreensão de estudos clínicos (em especial entender como foram delineados e como identificar falhas); aprender a transcrever resultados científicos para o público não especializado (na forma de textos, vídeos e podcasts); ter noções de farmacologia e fisiologia (biodisponibilidade, vias de administração e diferentes tipos de moléculas) são essenciais. Realizar cursos que envolvam as áreas citadas sempre é interessante e servem de educação continuada. Ainda, uma boa oratória é fundamental, portanto, investir nesta área também é interessante. 

Ter facilidade e inclinação para a escrita, em especial dispor da capacidade de sintetizar textos complexos em informações mais simplificadas, mas mantendo sua essência, também é muito importante. Por último, apresentar soft skills, como comunicação, flexibilidade, gestão de tempo e trabalho em equipe também traz diferenciais importantes para esse profissional.

Na prática, o que esse profissional faz?

Na prática, o profissional de Medical Affairs escreve artigos científicos (artigos, revisões, capítulos) e conteúdos direcionados a conferências científicas (videos, textos para veículos digitais); informações direcionadas à agências regulamentadoras (para introdução de novos dispositivos médicos, como a ANVISA) ou centros de pesquisa (na forma de protocolos, relatórios, termos e consentimentos); conteúdo didático dirigido a profissionais de saúde por divulgação e comunicação científica para o público em geral (manuais, campanhas e produtos)

 Duas pessoas analisam gráficos
O profissional de Medical Affairs escreve artigos científicos, informações para agências regulamentadoras ou centros de pesquisa, conteúdo didático dirigido a profissionais de saúde e comunicação científica para o público em geral. Fonte: Fauxels/Pexels #ParaTodosVerem. Duas pessoas analisam gráficos e dados em papéis, celulares e computadores.

Como é o mercado de trabalho e a remuneração média da área?

Diversas indústrias farmacêuticas, empresas distribuidoras de dispositivos médicos, CROs (Contract Research Organizations, que gerenciam os Centros de Pesquisa Clínica), Universidades Públicas e Privadas, instituições governamentais (como o Ministério da Saúde), e organizações de comunicação científica (como campanhas institucionais) empregam o profissional da área de Medical Writing. A remuneração para este setor gira entre R$ 5.000 e R$ 10.000 mensais. Para encontrar vagas um LinkedIn ativo, com conexões estratégicas, seguindo pessoas e empresas da área sempre é interessante. 

Portanto, o Medical Writer é aquele profissional que reúne resultados e dados desenvolvidos anteriormente e os transcreve na forma de artigos, relatórios, gráficos, apresentações e materiais didáticos. Ele deve possuir experiência científica e clínica para compreender a metodologia e os resultados gerados e criatividade para torná-los um texto coerente e eficaz na sua proposta.

Autora: Bianca Braga Frade. Sou Biomédica formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestranda em Biofísica pela mesma universidade e apaixonada pela escrita e pela Ciência. Por isso, há mais de 7 anos venho me dedicando à área das Ciências Biomédicas, atuando em pesquisas relacionadas à Virologia, Farmacologia, Cancerologia e, atualmente, Osteologia. Tenho como objetivo trabalhar divulgando o que há de novo nestas áreas, de forma a ampliar o conhecimento das pessoas.

Perfil de Bianca Frade
Texto revisado por Jennifer Medrades e Ísis V. Biembengut

Cite este artigo:
FRADE, Bianca B. Biotecnologia e Scientific Affairs. Revista Blog do Profissão Biotec. V. 10, 2023. Disponível em: <x>. Acesso em: dd/mm/aaaa.

Referências:

AMERICAN MEDICAL WRITERS ASSOCIATION. Ultimate Guide to Becoming a Medical Writer. American Medical Writers Association. Disponível em: <https://info.amwa.org/ultimate-guide-to-becoming-a-medical-writer#who_hires_medical_writers>. Acesso em 27 de nov. de 2022.
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MEDICAL WRITERS. Medical Writing. Associação Portuguesa de Medical Writers. Disponível em: <http://apmw.pt/medical-writing/>. Acesso em 27 de nov. de 2022.
GLASSDOR. Salários de Medical Writer em Brasil. Glassdor. Disponível em: <https://www.glassdoor.com.br/Sal%C3%A1rios/medical-writer-sal%C3%A1rio-SRCH_KO0,14.htm>. Acesso em 27 de nov. de 2022.
RODRIGUES, P. O que é o medical writing e o que faz um medical writer?. Medical Writing & Health Communication. Disponível em: <https://healthwords.pt/blog/o-que-faz-um-medical-writer/>. Acesso em 27 de nov. de 2022.
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