Você já conhece o iGEM, a competição global de Biologia Sintética? Esta competição reúne equipes de mais de trezentas universidades do mundo todo propondo soluções para os grandes desafios da humanidade: doenças, fome, escassez de recursos e danos ambientais.Jovens pesquisadores de dezenas de países compartilhando ideias livremente, colaborando e, ao engenheirar DNA, criando um mundo mais verde, saudável e próspero.
O Brasil participa deste grande evento desde 2009 e vem apresentando projetos de destaque nos últimos anos. Para comemorar os dez anos de participação verde e amarela na competição nós convidamos as equipes de norte a sul (literalmente!) que estão se preparando para participar da próxima edição do iGEM para compartilhar a sua história nessa coletânea de artigos.
Conheça conosco alguns jovens sonhadores que estão aplicando as poderosas ferramentas da Biotecnologia e representando a nossa ciência lá fora!
FICHA TÉCNICA: EQUIPE USP-EEL-Brazil 2019
Links importantes:
Facebook: https://www.facebook.com/CBSin.EEL/
Instagram: /cbsineel
Vídeo do projeto: https://www.youtube.com/watch?v=DszzXSsVVqA
QUEM SÃO OS PARTICIPANTES?
Elen Ayumi Kadoguchi – Engenharia Bioquímica
Fábio Nigro Hoffman Leal – Engenharia Bioquímica
Felipe Orsi – Engenharia Química
Jean Lucas Ribeiro – Engenharia Bioquímica
Li Jun Qian Jack – Engenharia Ambiental
Marcos Vinicius Nogueira Cabral Santiago – Engenharia Bioquímica
Yasmin Cristhine de Souza Melo – Engenharia Ambiental
Junyelle Carolina Tojo Fernandes Pereira – Engenharia Bioquímica
QUAL O PROJETO?
A poluição dos corpos hídricos é um problema recorrente no mundo sendo que há um grande destaque notável para os poluentes orgânicos, principalmente os de natureza fenólica como os fármacos, corantes, resíduos industriais, agrotóxicos e até hormônios. A partir disso, o projeto consiste em utilizar Lacase, que são oxidases com cofator de cobre para a degradação de compostos fenólicos, imobilizada em uma microesfera de ácido polilático(PLA) com núcleo de nanopartículas magnéticas. Essa estrutura será aplicada em biorreatores para o tratamento de efluentes e o núcleo magnético possibilitará a precipitação magnética, auxiliando na separação e permitindo a reutilização durante vários ciclos.
Acima um esquema do conjunto Lacase+PLA+Nanopartículas, observa-se a Lacase ligada á superfície da Microesfera e interiormente, as Nanopartículas magnéticas.
Qual o impacto social e econômico do projeto?
Os compostos fenólicos são atualmente um problema muito grave e têm uma toxicidade alta ao meio ambiente e aos seres humanos. Pensando nisso, o Projeto LacSphere visa tratar desses danos ao meio ambiente e ao ser humano, utilizando a biotecnologia e nanotecnologia para degradar esses composto.
O nosso projeto é pautado em temas fundamentais para o desenvolvimento da ciência brasileira uma vez que tem como principal foco a qualidade de vida, promoção do mercado crescente da biotecnologia, conscientização das pessoas através da interação com a sociedade, além de estudar uma tecnologia altamente biodegradável, como é o biopolímero PLA, e fornecer uma água boa para a população.
Como surgiu a equipe?
Antes de falar do time em si, é necessário falar do núcleo de biologia sintética do campus USP-LORENA, conhecido como CBSin o Clube de Biologia Sintética. O CBSin é uma entidade estudantil que visa disseminar a ciência aberta, diminuindo as barreiras entre a academia e a sociedade e focando em biologia sintética.
Inicialmente, alguns alunos de engenharia bioquímica resolveram convidar professores e pesquisadores do campus para palestrar sobre biologia molecular, bioética e outros diversos temas que pudessem entreter e instigar os alunos. Com o tempo, novas decisões foram tomadas e os membros começaram a estruturar um entidade com base em regras, princípios e valores, além disso foram criadas estruturas que pudesse dar amparo para a disseminação de conhecimento científico através de atividades como workshop, semanas de biologia sintética, visitas técnicas e outras. Com a progressiva evolução das atividades da entidade dentro e fora da faculdade, o CBSin ganhou visibilidade e reconhecimento pela comunidade local.
Nesse sentido, em 2016 os fundadores da entidade resolveram se aventurar em objetivos maiores: o iGEM.
Através disso, foi se desenvolvendo uma tradição de montar equipes ‘’igemmers’’ e capacitar alunos novos para desafiá-los a buscarem problemas locais e tentarem solucionar com biologia sintética até chegarmos ao projeto LacSphere!
Por que é importante participar do iGEM?
Inicialmente, o CBSin visa disseminar o conhecimento aberto da ciência como um todo. Assim como qualquer outra entidade, nós visamos o aperfeiçoamento e capacitação dos alunos em áreas de gestão e áreas técnicas. A iniciativa IGEM é a maior chance para que os alunos tenham autonomia para a realização de mudanças. Durante o ano, somos constantementes desafiados para buscarmos soluções para patrocínios, apoios, ideias novas, inovações e resultados.
Dentro do iGEM o CBSin tem um histórico de sucesso dado a conquista da medalha de bronze nas 2 participações em 2016 e 2018. Nesse sentido, a formação de times para participar no iGEM, que é a maior competição de biologia sintética do mundo, é o término de um ciclo: Iniciação, desenvolvimento e a perpetuação do conhecimento!
Quais os maiores desafios para vocês?
De forma geral, o nosso maior desafio é buscar fontes de pesquisas bem embasadas que possam nos instruir a chegar num resultado sólido. Além disso, assim como todos times que estão localizados em países que não usam o Dólar como moeda local e têm pouco incentivo por parte das universidades e pelo governo, somado ao fato do IGem possuir uma demanda alta de recursos, as questões financeiras são sempre entraves para o desenvolvimento dos nossos projetos.
O que vocês esperam participando do iGEM?
O igem, por ser um encontros internacionais, oferece oportunidades para conhecer pessoas e fazer networking. O processo de fazer igem por si só já promete ser uma experiência enriquecedora, uma vez que, diferentemente de outras competições, a comunidade igem preza por uma cultura e valores muito além de ciência aberta.
Esperamos que através da participação do igem possamos desenvolver senso de humanidade através do convívio com pessoas do mundo todo; esperamos entender os mecanismos das diferenças culturais que possam ser replicados no Brasil para melhorar a qualidade de vida das pessoas; esperamos criar uma sensibilidade a respeito da importância da internacionalização para o nosso aperfeiçoamento profissional e pessoal; bem como toda a divulgação da ciência mundo a fora, representando o CBSin e a Universidade de São Paulo!
Quer conhecer as demais equipes do iGEM2019? Acesse:
iGEM UFMG, Bioprimers Team UTFPR, iGEM UFSCar, iGEM UFRGS – Glyfoat , Osiris Rio UFRJ, iGEM Amazonas.
Texto elaborado pela Equipe USP-EEL-Brazil 2019 e revisado por Guilherme Kundlatsch,Coordenador dos Embaixadores After-iGEM no Brasil.